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"Lutar no Japão também é para mim a realização de um sonho, aliás, seria para qualquer lutador que ainda não teve a oportunidade. Mais que isso, estou no evento de Wanderlei Silva. Isso significa muito, será inesquecível." - Marcelo Magrão
Marcelo "Magrão" Guimarães teve uma longa trajetória antes de chegar ao UFC. Sua vida é marcada pela superação, que o fez buscar novos horizontes, em todos os sentidos, e sair da pequena Itapemirim, localizada no sul do estado de Espírito Santo, para o mundo.
No último domingo, 23 de fevereiro, o destino do lutador foi Saitama, no Japão, onde se apresentará no UFC Silva x Stann, no próximo sábado. A luta, que abre o card preliminar, é a segunda oportunidade do invicto Magrão no Octógono. Pela frente, terá o sul coreano Hyun Gyu Lim na categoria meio-médio, oponente que estreia no evento.
Marcelo é fruto de um projeto social no Espírito Santo. Foi lá que o ex-dependente químico teve os primeiros contatos com a luta. Desde então, Magrão fez faculdade, se tornou campeão do Jungle Fight e chegou ao UFC, onde derrotou Daniel Stittgen, sua oitava vitória em nove lutas (um empate). Tendo vencido tantos desafios, o especialista em jiu-jitsu agora tem que bater o sul-coreano Gyu Lim (10v-3d-1e), um atleta que detém mão pesadas capazes de colocar os oponentes fora de órbita em segundos, como foi o caso da luta contra o brasileiro e veterano do UFC, Lúcio Linhares (:17).
"Ele [Gyu Lim] é um lutador que tem poder de nocaute, são sete, apesar de também já ter conseguido finalizações. Tenho que manter a guarda alta contra ele", comenta Marcelo, que não crê em vantagem na possibilidade de Gyu Lim sentir o peso da estreia. "Depende muito da pessoa, mas acho que, na maioria das vezes, isso não interfere. Às vezes, inclusive, até motiva o lutador, que quer chegar com tudo no UFC". O brasileiro não atua desde julho de 2012, data de sua estreia na organização. Uma contusão no cotovelo o afastou do UFC Macau, em novembro de 2012, ocasião em que enfrentaria o próprio Gyu Lim. Mais uma vez, foi um tempo de superação para Magrão, mas também de aprendizado.
"Tive tempo para me recuperar e aproveitei para incorporar coisas novas no meu jogo. Para esta luta, fiz toda a preparação no Espírito Santo mesmo, trabalhei muito a trocação e o wrestling. Saio para o Japão tendo que cortar apenas mais 8kg, estou muito bem para esta luta. O corte de peso está sendo bem tranqüilo, estarei muito bem", declara.
Fazer uma luta na Terra do Sol Nascente, ainda mais na tradicional Saitama Super Arena, palco de combates históricos, é um prêmio a parte para Marcelo. Ainda mais por se apresentar na mesma noite de um dos maiores ídolos do MMA naquele país e em todo o mundo, Wanderlei "The Axe Murderer" Silva.
"Lutar no Japão também é para mim a realização de um sonho, aliás, seria para qualquer lutador que ainda não teve a oportunidade. Mais que isso, estou no evento do Wand. Isso significa muito, será inesquecível."
Na estreia contra Stittgen, lutador apelidado "The Anvil" (A Bigorna), no UFC Munoz x Weidman, Marcelo não teve vida fácil, além de enfrentar um oponente que vinha de derrota e precisava do resultado positivo a qualquer custo, Magrão não teve um corte de peso ideal - era sua estreia como meio-médio - o que comprometeu sua estratégia no Octógono. Em batalha de difícil julgamento, onde Marcelo lutou mais na raça do que na técnica, ele levou a melhor por decisão dividida. Na segunda oportunidade, o itapemirinense pretende mostrar um desempenho melhor do que o do ano passado, porém sem o desespero de apagar a primeira impressão no UFC, afinal, a pressa pode ser inimiga da perfeição.
"Vou para uma luta melhor que a primeira. Terei cautela, pois é um adversário perigoso. Mas vou fazer tudo para sair com essa vitória."