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Mario Miranda agradece a 'surpresa'

"Eu não sei se sou mais completo, mas estou confiante em todas as situações que a luta pode apresentar. A luta contra Harris é parte do meu passado. Eu continuei treinando e afiando minhas mãos, chutes e chão e eu não irei titubear".  

Conversando com o peso médio do UFC 'Super' Mario Miranda um mês depois da sua primeira vitória no octógono - sobre David 'The Crow' Loiseau - era fácil notar a felicidade do brasileiro pelo nocaute aos 4:07 do segundo round. Foi um grande passo dentro da organização depois da perda da invencibilidade para o Gerald Harris em março.       

Renovado, Mário falou sobre como o treino com Anderson Silva o ajudou para aquela luta e como ele tentava imitar Chael Sonnen para ajudar 'The Spider' a treinar para sua luta de defesa de cinturão no UFC 117.       

Durante a conversa, ele também manifestou a sua vontade de visitar seus pais em Niterói, no Rio de Janeiro, coisa que ele não fazia há muito tempo e estava sendo organizada para outubro. E vamos concordar que depois de um desempenho incrível como o da vitória no Canadá, nada melhor do que ir para a sua cidade encontrar a família.              

Mas toda essa alegria contrastava com seu desejo de voltar logo ao octógono , pois, apesar de ter feito uma luta fantástica, que o permitiria lutar novamente, Mário já havia visto os cards do UFC e sabia que não haviam lugares a serem preenchidos.  
    "Eu estava treinando, mas não via uma chance de lutar. Mesmo planejando visitar meus pais no Brasil, eu ainda estava disposto a lutar, caso uma oportunidade surgisse".      
 Parece que o poder do pensamento positivo transformou os seus sonhos em realidade. Mudanças aconteceram e o 'Super' Mario acabou tendo a oportunidade de encarar Demian Maia, pelo UFC 118, neste final de semana, em Boston.       

"Foi uma grande surpresa. Todos os cards estavam cheios até outubro e essa oportunidade de lutar de novo aconteceu exatamente no período em que eu estava treinando bem".     

Com a luta confirmada, os planos de visita à família foram deixados de lado e Mário voltou a treinar forte, dessa vez em Los Angeles.    
  "Eu apenas aumentei a parte física, mas como meu condicionamento estava bom e eu já sabia quem seria meu oponente, passei a focar na estratégia de luta. Treinar em Los Angeles tem sido uma grande experiência. Treinar com Anderson Silva e observá-lo é aprender o tempo todo".     

Além da experiência, Mário tem a oportunidade de lutar pela segunda vez contra um atleta que já foi desafiante ao cinturão médio, o que aumenta sua reputação ainda mais.      
 "Tenho mais atenção. Eles (Loiseau e Demian) mereceram as chances que tiveram e ter a oportunidade de derrotar esses caras é um sinal claro que eu sou um dos melhores caras da divisão".     

Ainda assim, Miranda sabe que mesmo que não haja nada de errado em pensar no futuro, vitórias e derrotas são o que separam os sucessos dos fracassos.    

"Eu acho que todo mundo pensa em vencer na vida e os sonhos são normais. Mas eu preciso vencê-lo, exatamente do jeito que eu quero, antes de pensar nas repercussões".  
  Faixa preta em Jiu-Jitsu, campeão Sulamericano de Wrestling (La Paz, Bolívia '99) e dono de mãos pesadas, Mário possui, no papel, um repertório maior do que Demian, um mago do Jiu-Jitsu que tem treinado duro no seu jogo em pé. Essa é uma luta em que uma estratégia é completamente diferente da outra, onde o praticante de Jiu-Jitsu, Demian, irá evitar trocação e procurar a luta no chão, enquanto o 'Super' Mário espera manter a luta em pé, ainda que a sua única derrota tenha acontecido durante uma trocação. De qualquer forma, ele está pronto para tudo.    
  "Eu não sei se sou mais completo, mas estou confiante em todas as situações que a luta pode apresentar. A luta contra Harris é parte do meu passado. Eu continuei treinando e afiando minhas mãos, chutes e chão e eu não irei titubear".  

Com a luta entre brasileiros ficando cada vez mais comum dentro do UFC, o antigo sentimento de que essa não era uma situação boa, desapareceu. O profissionalismo hoje fala mais alto.  
     "Eu acho que em um esporte como o nosso, é difícil ser patriota. A maioria dos fãs torce pelo lutador que eles gostam mais e não pela nação de onde vem o atleta".  
  Ainda em busca de reconhecimento no esporte e na cena musical, esse lutador/músico divide seu tempo entre lutar e tocar surdo no grupo de samba Café com Leite. E quando perguntado qual tipo de desempenho é mais complicada quando o fator 'surpresa' aparece, ele não hesita em responder...   

"Lutar! Tocar surdo não exige muita estratégia e depende apenas de mim, ainda que eu seja pego de surpresa. Eu acho que os fãs que curtem o esporte e assistem a todos os cards do UFC já sabem que eu sou, mas com essa luta irei atrair a atenção daqueles que ainda não me conhecem".