Eventos
O peso-leve Maurício Ruffy fechou 2024 como um dos nomes mais comentados dentro do MMA. Com performances impressionantes no Octógono, o brasileiro chamou a atenção dos fãs e especialistas em seu primeiro ano na organização, especialmente pelo estilo plástico e golpes imprevisíveis durante seus duelos.
Assine já o UFC Fight Pass com 50% de desconto!
Todo esse reconhecimento após as boas performances no UFC é visto como uma grande novidade para o paulistano de 28 anos, que ainda está se acostumando com a fama e com o carinho dos fãs no dia a dia.
"Foi algo bombástico em todas as áreas da minha vida”, contou Ruffy em entrevista exclusiva ao UFC.com.br. “Minha vida literalmente mudou. Saí de cinco mil seguidores no Instagram para quase 200 mil agora. O reconhecimento nas ruas é enorme – até em Nova York o pessoal me parava. Teve um cara que até fechou o trânsito para tirar uma foto comigo. Isso é algo que nunca imaginei”.
O início de sua caminhada na organização foi o mesmo que Caio Borralho, Carlos Prates, Jean Silva e outros companheiros de equipe na The Fighting Nerds tiveram: o Dana White's Contender Series. Ruffy foi chamado para participar do reality em busca de um contrato com o Ultimate em 2023, mas para isso ele precisaria superar um grande desafio - lutar no peso meio-médio (uma categoria acima da sua) contra o russo Raimond Magomedaliev, amplo favorito nas casa de apostas e parceiro de treinos do campeão peso-leve Islam Makhachev.
"Eu sempre sonhei em entrar na organização. Todo mundo apontava o Raimond (Magomedaliev) como um futuro campeão do UFC, como o Islam do peso meio-médio. Sabia que seria difícil".
E Ruffy estava certo. Apesar de mostrar calma e buscar não se expor, ele saiu em desvantagem contra o rival nos primeiros dez minutos de combate. O russo aproveitava seu maior peso e envergadura para evitar os golpes do paulista, mas acusou cansaço no fim do 2° round - e foi aí que a estrela do brasileiro brilhou.
O peso-leve voltou mais agressivo para os cinco minutos finais e passou a impor seu ritmo até conseguir o nocaute faltando 15 segundos para o fim. Junto da vitória, veio o tão desejado contrato com o Ultimate - e seu sonho começava a se tornar realidade.
Estreia imponente e elogios de Dana White
O primeiro compromisso de Ruffy na organização foi no UFC 301 contra o australiano Jamie Mullarkey, um veterano com dez lutas pelo Ultimate. Lutando em casa, com o apoio da torcida, o peso-leve sabia que era a oportunidade perfeita para mostrar seu cartão de visitas para que o fã lhe conhecesse melhor.
"Eu estava muito bem, saudável, no meu peso. Consegui chegar lá, performar, impor meu ritmo de luta e foi muito bom". relembra. Ruffy nocauteou Mullarkey no 1° round, mas não sem antes dar um verdadeiro show, com direito a uma "tesoura voadora" que derrubou o australiano. "Todas as vezes que vocês me verem entrar no UFC, vocês irão ver coisas que nunca viram antes. As pessoas riram de mim e eu mandei aquela tesoura voadora e a galera foi à loucura. Aquilo nunca ninguém tinha feito no Octógono".
A performance rendeu elogios de diversas pessoas ligadas ao MMA, mas um desses foi especial para o atleta. “Além de realizar meu sonho, ser elogiado pelo Dana White foi algo surreal. Ele postou um vídeo meu dizendo que sou uma fera, e isso abriu muitas portas. Depois daquilo, várias mídias internacionais tentaram falar comigo. Foi uma virada de chave na minha carreira”.
Reveja Maurício Ruffy x Jamie Mullarkey no UFC Fight Pass
Seu segundo compromisso foi contra o peruano James Llontop no UFC 309, cerca de seis meses depois de sua estreia. Apesar de não ter vencido por nocaute como em sua primeira apresentação, Ruffy fez uma luta segura e superou o rival por decisão unânime dos juízes, não sem antes apresentar uma outra novidade no Octógono: um uppercut de esquerda sem olhar para o adversário.
"Esse soco olhando para o lado também foi algo que nunca ninguém fez no UFC. Nas próximas lutas eu também pretendo trazer coisas novas”, prometeu.
Comparação com Conor McGregor e planos para 2025
Por conta do estilo de luta mostrado no Octógono e até mesmo pela sua aparência, Ruffy foi constantemente comparado com uma das maiores estrelas na história do MMA: o irlandês Conor McGregor. Os dois lutadores utilizam a base em pé bem aberta em seus duelos, apostando na precisão dos golpes e na imprevisibilidade para vencer seus adversários.
Ao ser questionado sobre os estilos semelhantes, o brasileiro confessa que gosta da comparação. "Sempre admirei o estilo de luta dele, gostava das performances em cima do Octógono. Acho que foi um cara que revolucionou o esporte". Pòrém, Ruffy acredita ser uma "versão 2.0" de Conor.
"Ele era um cara que não conseguia se recuperar se não nocauteasse e dificilmente vencia por pontos. Já eu sou muito mais completo, especialmente no grappling e na defesa de quedas. Eu acredito que estou trazendo a versão mais atualizada do Conor McGregor. Aos poucos, vou provar isso no Octógono".
E o peso-leve está ansioso para isso. Ainda sem duelo marcado, ele espera lutar mais vezes do que em 2024 e já traçou sua meta: terminar 2025 na elite do peso-leve do UFC.
"Meu plano é claro: quero ser Top 10 ou Top 5 até dezembro. Primeiro, quero fazer uma luta agora – não sei se será contra um ranqueado –, mas depois vou mirar nas cabeças. Tenho colegas como o Caio (Borralho), o (Carlos) Prates e o Jean (Silva), que já fizeram mais lutas que eu e continuam com muita sede de vitória. Isso me motiva e mostra que o caminho é trabalhar, se entregar e fazer o que tem que ser feito", concluiu.
Tags