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Mayweather: "Nasci para ser um vencedor"

Futuro membro do Hall da Fama do boxe fará 50ª luta profissional neste sábado

Há pouco mais de 15 anos, Floyd Mayweather passou pelo que muitos consideravam a luta mais dura de sua carreira, uma guerra de 12 rounds contra o mexicano Jose Luis Castillo.

Alguns até acreditam que ele perdeu, apesar de os jurados terem discordado, e é isso que importa. A vitória, que veio quando o norte-americano ainda era o “Pretty Boy”, e não “Money”, levou seu cartel a 28-0 e continuou a cimentar o caminho para o que se tornaria uma carreira que garantiu Mayweather no Hall da Fama.

Muito mudou desde então, mas nestes anos que vieram a seguir e após as 21 vitórias que ele adicionou ao seu cartel, uma coisa permaneceu igual… a atitude de que ele nunca será vencido. Não por Conor McGregor no sábado, nem por ninguém.

“As pessoas estão esperando pela minha queda”, Mayweather disse a mim antes da revanche com Castillo em dezembro de 2002, que teve o mesmo resultado de decisão unânime da primeira vez, “Elas querem me ver perder. Todos no topo perderam. Eu não vou perder. Vou continuar trabalhando forte e fazendo o que preciso fazer”.

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É dito que o orgulho precede a queda, mas sem orgulho em si próprio e sem trabalho, como alguém conquista o sucesso no mais duro dos esportes? Como alguém como Mayweather vai para a academia aos 40 anos quando a bolsa pela qual está lutando não é para por comida na mesa, mas para somar à sua fortuna?

Talvez seja porque mesmo com todos os flashes, pelas distrações de fora dos ringues e pelas manchetes, quando é hora de calçar as luvas, ele ainda respeita o esporte. McGregor, campeão peso-leve do UFC, nunca lutou profissionalmente no boxe até hoje. Puristas do boxe acreditam que Mayweather precisa apenas aparecer na T-Mobile Arena para vencer.

Mayweather não acredita nisso.

Se uma vida inteira no boxe lhe ensinou algo, é que em qualquer noite, qualquer coisa pode acontecer. Então, como reduzir as chances de algo acontecer? Trabalhando mais duro do que qualquer um.

As histórias de Mayweather aparecendo na academia no meio da noite tomaram proporções míticas ao longo dos anos, e qualquer um que presenciar um de seus treinamentos certamente vai sair dizendo que teria pago para assistir a performance.

“Você nunca tem que empurrá-lo a fazer nada”, disse o CEO da Mayweather Promotions e amigo de longa data Leonard Ellerbe antes da vitória de Mayweather em 2005 sobre Arturo Gatti, “É ele que me liga às 4 horas da manhã, ‘vamos lá, estou pronto’. E isso quando não estamos treinando para uma luta”.

Doze anos depois, Mayweather ainda está treinando para uma luta, apesar de já ter aproveitado dois anos de aposentadoria. Será que estes dois anos desde a vitória sobre Andre Berto em 2015 voltarão para assombrá-lo contra McGregor, de 29 anos?

“Não é a mesma coisa”, ele admitiu durante recente conferência telefônica, “Acho que com a idade vem a sabedoria. É conhecer seu corpo. Quando era mais novo, era luta, luta, luta; nunca deixar o corpo se recuperar e rejuvenescer. Agora estou mais velho, então descansar é muito, muito importante. Eu trabalho muito duro ainda aos 40, mas estou deixando meu corpo descansar muito mais”.

Esse é o olhar maduro de um homem que já viu e fez de tudo no boxe. E como um estudioso do jogo que sabe que o esporte não é gentil para os que passam dos 40, ele declarou que esta será sua última entrada no ringue. É a última chance para os fãs verem o melhor boxeador de sua época em ação, mas, mais importante, é uma última chance para ver Mayweather sentir o gosto da vitória que tanto conhece.

Essa é uma pressão que ele sentiu por duas décadas, e apenas cresceu agora que está enfrentando um oponente confiante e eloquente, que prometeu não apenas vencê-lo, mas nocauteá-lo. Besteira, dizem os puristas do boxe. Blasfêmia, dizem os fãs de “Money”. Mas Mayweather sabe que em um ringue com dois homens trocando socos, nada é impossível, e não é sobre proteger o boxe do invasor do MMA, é sobre proteger seu queixo do fogo enquanto se tenta infligir o máximo de danos possível para conquistar a vitória. Quando se está perdendo de seu oponente em tamanho, força e idade, há perigos que apenas ele conhece.

“Não acho que sou o mesmo Floyd Mayweather de 10 anos atrás”, disse, “Não sou nem o mesmo Floyd Mayweather que eu era há cinco ou dois anos atrás. Mas ainda tenho um grande QI naquele ringue. E em termos de experiência, eu ganho. A maioria das vezes que vou lá e enfrento qualquer lutador, a experiência está ao meu lado, porque estou no ringue em alto nível há muito tempo”.

Essa experiência talvez seja sua maior arma no sábado à noite, e o coloca em uma posição em que nunca esteve antes, de enfrentar o desconhecido. Castillo, Pacquiao, Mosley, Alvarez, Cotto, Hatton - todos lutadores de qualidade, mas lutadores que apresentavam estilos e táticas semelhantes. Ninguém nunca viu Conor McGregor em um ringue de boxe, então ninguém sabe o que ele vai apresentar no sábado.

Floyd Mayweather sabe uma coisa, no entanto. Em sua luta de número 50, ele irá comparecer.

“Todos os dias digo a mim mesmo que sou um vencedor”, disse, “Nasci para ser um vencedor na vida. Não apenas no ringue, mas nasci para vencer. Em tudo o que faço, tento dar 100% e tento me levar ao limite”.

“Eu não estaria onde estou se não corresse riscos. Então não me importo de colocar meu cartel de 49-0 em jogo. Não me importo de colocar tudo em jogo para esta luta. Sinto que vale a pena”.

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