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“Meu primeiro UFC com Spider”, por Mayra Cardi

Aqui, a empresária e life coach Mayra Cardi conta sobre sua amizade com a família Silva – e como o fisioterapeuta dele a ajudou a voltar a andar

A life coach Mayra Cardi, que ficou famosa ao participar da nona edição do Big Brother Brasil, na TV Globo, em 2009, virou nos últimos anos a queridinha dos artistas com seu um programa de alimentação e exercícios chamado Seca Você Renova. O projeto conquistou também a família Anderson Silva – especialmente Dayane, a mulher do atleta, que virou amiga pessoal de Mayra.
 

Spider vai voltar a subir no octógono no Rio de Janeiro em 11 de maio, e a empresária aproveitou a ocasião para contar um pouco sobre a amizade deles e sobre sua relação com o UFC e com o MMA. Mayra – que estava no UFC Rio 3, em outubro de 2012, quando Anderson lutou contra Stephan Bonnar – revela aqui que sofre ao assistir o amigo ao vivo, como o fisioterapeuta dele a ajudou a recuperar-se de uma grave lesão e também que já foi recebida na casa de Rorion Gracie, um dos criadores do UFC, para um café da manhã.

“Sou muito amiga do Ronaldo [Nazario], há uns 15 anos, e conheci o Anderson através dele, mas de maneira superficial. Depois acabei me mudando para a Califórnia e conheci a esposa e toda família. No começo, eles eram meus clientes do Seca Você Renove. A Dayane, esposa dele, perdeu mais de 12 quilos e nos tornamos melhores amigas. Todas as vezes que vou a Los Angeles, jamais vou embora sem ir na casa dela e ser recebida com um banquete de comidinhas veganas maravilhosas, feita com todo amor pela minha antiga funcionária, que ficou na casa dos Silva após eu retornar ao Brasil. Day também nunca passa pelo Rio sem essa retribuição de amor e comidas saudáveis aqui em casa. Ela, aliás, é uma das mulheres mais incríveis que conheço – o mundo deveria conhecê-la!

Fui ao UFC Rio 3 pela primeira vez e confesso que foi um pouco tenso. O coração fica disparado, tipo montanha-russa, né? A adrenalina sobe muito rápido – afinal, os gritos e energia da galera são muito grandes. Imagino como estar ali no meio, no octógono, deve ser impactante, uma vez que estar aplaudindo e gritando já é demais.

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - OCTOBER 13:  (R-L) Anderson Silva punches Stephan Bonnar during their light heavyweight fight at UFC 153 inside HSBC Arena on October 13, 2012 in Rio de Janeiro, Brazil.  (Photo by Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - OCTOBER 13: (R-L) Anderson Silva punches Stephan Bonnar during their light heavyweight fight at UFC 153 inside HSBC Arena on October 13, 2012 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)


Sou formada em Inteligência Emocional, então não dá para deixar de estudar o emocional das pessoas, suas atitudes e sensações. Colocamos nosso cérebro à prova a cada evento – acontece numa luta da mesma forma que acontece em algum outro evento que envolva uma ‘sensação’ de perigo ou morte, como saltar de paraquedas e ou andar em uma montanha-russa. Ao saltar ou brincar em um desses brinquedos, nosso cérebro não entende exatamente qual é o comando, pois é feito de crenças e experiências. Sabemos que uma queda de avião, por exemplo, obviamente a pessoa morre, mas sofrer uma ‘queda’ por diversão não é uma experiência cotidiana, comum. Muito pelo contrário: ela é diferente de tudo que viveremos e aprendemos. Por isso, ao saltar, a adrenalina sobe tanto, como forma de defesa para não fazermos ou agirmos daquele jeito. E também sempre em situações assim as mãos suam, gelam, o coração dispara e tudo que pode acontecer.

Com a luta não é diferente. Assistir uma pessoa golpear a outra, por mais que seja um esporte, não é uma coisa que seu cérebro está acostumado a achar comum. Isso causa portanto essa adrenalina tão forte, como se o corpo falasse: ‘Faça algo, se movimente, ajude, tome partido!’. Por isso as pessoas gritam e se movimentam tanto – como se fossem capazes de ajudar os atletas para quem torcem, salvá-los mesmo. É interessante ver as pessoas vibrando com essas sensações. Para mim, é um grande laboratório de estudos do que faço. Além disso, foi uma oportunidade de ver meu amigo lutar, como se fizesse um passe de mágicas de videogame, porque o cara é muito fera, né? Um show à parte!

Assim como a Day, eu evito ir às lutas do Anderson. Ele lutava sempre em Los Angeles e ela sempre dizia não se sentir muito bem assistindo – às vezes passava mal mesmo. Por mais que eu tenha uma grande admiração pelo esporte e pelo Anderson e apesar de torcer muito por ele, não posso deixar de dizer que, por ser uma pessoa que trabalha e vive intensamente sensações e sentimentos, as coisas funcionam da mesma maneira em mim.

Tive também o enorme prazer de me tornar amiga do Rorion Grace, por meio de um amigo comum. Ele é um homem incrível – tanto que é o responsável por criar tudo isso. Conheci a história inicial do UFC de perto ao ter o prazer de sentar na mesa de frutas de café da manhã na casa do Rorion e escutar do próprio criador qual foi o propósito de tudo isso, para quê, como, por quê. Quanta sabedoria, amor e valores emocionais têm ali envolvidos, por trás do grande show. Sem dúvidas, me sinto honrada por ter tido esse presente.

Fora isso, morei na Califórnia durante seis anos. Treinava na UFC Gym e na academia particular do Anderson Silva e pude conviver com todos esses lutadores diariamente. Mas fui bem atrevida e tive o presente de ter o Fabio Melo, treinador do Anderson, como meu personal por esses anos, além do seu fisioterapeuta exclusivo, Guto Demeski, que foi o responsável pela minha recuperação assustadoramente rápida de quando fiquei sem andar por meses. Perdi o movimento das pernas por excesso de trabalho e, junto com pouco tempo de sono durante alguns anos, isso resultou em uma falta de hidratação no líquido das costas, gerando algumas lesões que me fizeram perder o movimento. Graças a Deus e ao Guto tive uma recuperação muito rápida pós-cirúrgica. Enquanto qualquer um levaria anos, graças à alimentação e ao trabalho do Guto, me levantei muito rápido, recuperando meus músculos todos que eu tinha perdido por estar acamada.

Sempre espero o melhor das lutas de Anderson, e vai ser assim agora em maio no Rio. Ele sempre será o melhor. Para quem conhece sua história e garra, voltas e reviravoltas, é sempre mágico vê-lo lutar. Acabo vendo o palco da luta como reflexo da vida que ele sempre teve lutando.”

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