Eventos
Brasileiro encara Anthony Johnson e busca terceira vitória consecutiva na organização
Aos 38 anos e sem lutar desde fevereiro de 2013 - quando venceu Rashad Evans na decisão por pontos -, Rogério 'Minotouro' Nogueira retorna ao octógono para encarar Anthony Johnson, no coevento principal do Fight Night San Jose, sábado (26), nos Estados Unidos.
Mesmo com a extensa vivência profissional e o nome sedimentado no mundo das lutas, o brasileiro garante que aposentadoria ainda é um plano distante e que a manter a motivação sempre em alta depois de tanto tempo tem alguns segredos. O principal é encarar a competição como o “melhor vício”.
Neste bate-papo com o UFC, Minotouro falou sobre a tão conhecida ‘capacidade de superação’ da família Nogueira, a vida de empresário - ele e o irmão Minotauro são donos de uma rede de academias especializadas em luta –, sem deixar de lado o desafio da vez
Com a sua história extensa nas lutas e a vida paralela como empreendedor, você poderia ‘tirar o pé’ ou mesmo parar a carreira no octógono, mas não o faz. O que ainda te motiva a seguir lutando?
É o de sempre. Um misto de realização pessoal e superação de limites. Encaro isso como um compromisso eterno com os fãs. Ou melhor, ‘eterno’ até a hora que meu físico aguentar (risos). Faço isso desde criança é parte forte da minha personalidade. Competir é meu grande vício.
Nos dois últimos combates (contra Tito Ortiz e Rashad Evans) você entrou como azarão e venceu ambos. O clima também é esse para o novo desafio?
Não penso muito nisso. Varia demais. Já entrei para lutar muitas vezes como favorito e perdi. É melhor manter uma visão abrangente da coisa. São dois grandes lutadores que treinaram e vão se enfrentar. Quem impor a melhor estratégia vence. Simples assim.
Contra o Evans você apostou em jogo bem dinâmico para brecar a superioridade física do adversário. Será novamente o melhor caminho contra o Johnson?
Com certeza. A parte física do MMA vem tomando conta do esporte. Você precisa de uma mistura bem elaborada de tática e instinto para sobreviver. Para mim não é mais negócio ficar 15 minutos medindo força com adversários mais novos. As luvas são pequenas, a isometria é intensa, são muitos detalhes. Então é melhor usar a experiência e buscar cadenciar as coisas dentro do octógono.
Empresário ou lutador? Qual vida é mais casca-grossa?
Falei sobre isso com o (irmão) Rodrigo esses dias (risos). Uma coisa complementa a outra, mesmo porque as funções podem ser diferentes, mas o assunto é o mesmo. E tanto em nossa vida como profissional como na de negócios, fomos e somos assessorados por grandes profissionais. Lutar é mais fácil porque o fazemos naturalmente. A parte dos negócios é mais recente, ainda estamos aprendendo.
Seu irmão disse recentemente que não quer lutar depois dos 40 anos. Você também pensa assim?
Ele deve ter dito isso em um momento em que estava muito cansado (risos). É normal. Tanto ele quanto eu tivemos uma carreira com muitas lesões. Mas acho que tenho um pouco mais de lenha para queimar. Quero me manter competitivo por mais tempo.