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“Thug Rose” desafia Joanna Jedrzejczyk pelo cinturão peso-palha no UFC 217
Existem muitos motivos para gostar de Rose Namajunas dentro e fora do octógono. O dia 13 de maio de 2017 foi apenas mais um, quando ela se sentou ao lado de Holly Holm e Valentina Shevchenko durante o evento em Dallas que teve a defesa de título de Joanna Jedrzejczyk sobre Jessica Andrade.
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Enquanto a câmera focava em Shevchenko e Holm, as duas sorriam. Quando chegou em Namajunas, ela apenas encarou, e seu olhar mortal se tornou viral logo em seguida.
“Na minha cabeça, estou tipo, ‘O que estou fazendo aqui?’”, conta ela, rindo, “É claro, sou fã do esporte, mas sentar ao lado do octógono e sentir a pressão de fazer algo para a câmera, é tipo, Joanna acabou de ter essa performance incrível, ‘Como você se sente sobre isso, Rose?’ Foi apenas um sentimento de ‘Quero só lutar logo com ela’”.
Neste sábado à noite no Madison Square Garden, a norte-americana de 25 anos terá sua chance contra Jedrzejczyk pelo título, e com isso, a chance de se colocar no meio da história, já que a polonesa tentará quebrar o recorde de Ronda Rousey de maior número de vitórias por uma mulher em disputas de cinturão no UFC.
Namajunas é a azarona para a luta e sabe disso, mas apenas da popularidade de Jedrzejczyk, muitas pessoas estão torcendo para a norte-americana, um reflexo da personalidade da ex-participante do TUF.
“Tento ser o mais honesta possível, e acho que isso é um alento para muitas pessoas”, disse, “Não tento criar um personagem. Existem algumas pessoas que se tornam interessantes por, na falta de outro termo, ‘alimentar seus personagens’. Mas eu não tento fazer isso e tento apenas ser eu mesma, porque é cansativo fazer algum tipo de encenação. Acho que é disso que as pessoas gostam. Eu definitivamente mudei muito ao longo dos anos, mas acho que sou muito consistente com meu caráter e consistente com meus sentimentos e minha honestidade em relação às coisas”.
E depois de basicamente crescer perante os olhos do público em quase três anos após o TUF, ela pode admitir que se tivesse vencido Carla Esparza em sua primeira tentativa de conquistar o título do peso-palha em dezembro de 2014, ela talvez não estivesse pronta para a vida no topo.
“Provavelmente não”, disse Namajunas, “Agora, acho que qualquer coisa que Deus colocar em meu caminho, estou pronta para esse momento, então é a única coisa que me preocupa. O que estiver no futuro e vier em minha direção, não é prioridade. É dia a dia. Será que sou capaz de lidar com o dia de hoje? É tudo o que eu penso. Se eu for capaz, então serei capaz de fazer qualquer coisa”.
Desde a derrota para Esparza, Namajunas tem sido uma lutadora diferente, com uma campanha de 4-1, com três vitórias por nocaute ou finalização. Sua única derrota nesta sequência foi por decisão dividida para Kowalkiewicz, mas ela se recuperou com triunfo no segundo round sobre Michelle Waterson em abril, o que a trouxe para essa próxima luta. Mais importante, Namajunas se estabeleceu em sua vida fora do octógono, e um breve olhar em suas redes sociais fora dos treinamentos mostra alguém abraçando todas suas experiências. Será que treinar tira o prazer destas experiências, ou ela ainda sente a mesma gana ao se preparar para uma luta?
“Definitivamente existem coisas que não gosto sobre treinar às vezes, ou existem momentos em que aquela voz chega e quer bagunçar as coisas e estragar a festa, mas tento olhar tudo de forma positiva por causa de tudo o que passei”, disse, “Mesmo as dificuldades, sou grata a elas porque é isso que faz as horas boas valerem a pena. Você olha para trás com mais carinho, porque isso te fortalece; é o que te torna capaz de valorizar as coisas boas”.
Caso vença neste final de semana, haverá muito mais coisas boas. Muito mais. Mas também muito mais compromissos e uma gangue de desafiantes tentando lhe tomar o cinturão. Soa bastante inconveniente, mas para alguém que nunca falou de verdade sobre o cinturão e tudo o que vem com ele, Namajunas parece estar tranquila com essa mudança de vida.
“Todas as opções que tenho em minha vida agora vão se multiplicar, e isso significa muito”, disse, “Existem muitas coisas que posso fazer e meus sonhos podem se realizar. Posso comprar uma terra, posso estar muito mais próxima de comprar certas coisas que eu quero e posso trazer minha avó da Lituânia para os Estados Unidos. Seria muito mais fácil”.
Então ela pausa antes de continuar, deixando que seu lado lutadora saia de dentro.
“Em termos do que significa para mim e para o meu ego, significa que sou a melhor no mundo naquele momento”, disse, “Significa que se você me colocar em uma sala com milhões de pessoas e todas precisarem sair, provavelmente serei a única a sair. Sou a melhor do mundo”.
Alguns dirão que apenas chegar neste ponto já a coloca como alguém capaz de sair desse quarto. Mas ainda é preciso vencer Jedrzejczyk para oficializar. Esta oportunidade virá no sábado. Até lá, provavelmente veremos mais provocações vindo na direção da desafiante. E é mais provável ainda que isso não surta efeito em Namajunas.
“Acho que é o que ela precisa fazer para se sentir confortável”, disse sobre as tentativas de Namajunas de desestabilizar suas adversárias antes da luta, “Se ela conseguir entrar na sua mente, a luta será mais fácil. Mas é um pouco tedioso. Isso me dá a expressão de total indiferença. No fim das contas, tudo se resume a socos e chutes”.
Nós já vimos essa expressão antes, e, se tivermos sorte, veremos a encarada da “Thug Rose” novamente esta semana. Mesmo assim, quando a poeira baixar em Nova York e Namajunas voltar para casa, não espere nada além de sorrisos.
“Toda vez que olho pela minha varanda - finalmente tenho minha nova casa e a transformei em um lar -, eu penso ‘Cara, todo esse trabalho duro me trouxe até aqui’”, disse, “Às vezes acho que não mereço, mas ao mesmo tempo que mereço, e me sinto abençoada. Cada soco na cara, cada músculo lesionado, cada vez que tenho vontade de chorar é mais uma gota no balde que vai transbordar com mais bênçãos na minha vida”.
Não merece???
“Tudo parece perfeito às vezes”, disse, “Sou muito dura comigo mesmo, mas definitivamente melhorei ao longo dos anos e melhorei minha perspectiva de vida. SInto que posso fazer acontecer qualquer coisa que eu queira na vida, tenho apenas que trabalhar duro”.
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