Neil Magny x Carlos Prates: o que esperar da luta principal do UFC Vegas 100?

Pontos chave: Recordista de vitórias na categoria dos meio-médios do UFC (22); mais de seis horas de luta acumuladas no Octógono; quarto maior número de quedas na história divisão (59). 

Neil Magny é um dos lutadores mais experientes da atualidade e um teste de fogo para quem busca provar seu valor e avançar para o topo do peso meio-médio. O norte-americano lutou com alguns dos maiores nomes da história do UFC, incluindo ex-campeões como Robbie Lawler, Carlos Condit, Johny Hendricks e Rafael dos Anjos, e possui habilidade em todas as áreas, sendo um desafio difícil para qualquer adversário.  

O veterano é conhecido por adotar um jogo estratégico e metódico que envolve manter o controle do oponente dentro do Octógono. Magny é um striker que baseia seu estilo no volume de golpes e na capacidade de desgastar seus adversários ao longo do tempo.  

No entanto, sua principal arma durante as lutas é o jogo de clinch. Ele tem uma notável habilidade de manter o controle físico de seus oponentes, principalmente aproveitando-se de sua envergadura e de ganchos na curta distância. O norte-americano usa essa posição para pressionar o adversário contra a grade e, a partir daí, buscar quedas ou golpes para desgastar e frustrar seus rivais.

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No chão, Magny continua a ser uma presença ameaçadora, usando seu corpo para sufocar os adversários. A partir da posição de controle superior, ele desgasta o oponente com golpes e busca brechas para finalizações. Embora não seja o grappler mais refinado do UFC, sua resistência física lhe permite manter-se no topo e neutralizar as tentativas de raspagem ou de se levantar de seus oponentes.  

A habilidade do veterano na luta em pé também é substancial, com um arsenal de jabs, cruzados e combinações precisas que utilizam ao máximo sua envergadura. Além disso, ele é capaz de usar seu longo alcance para manter os oponentes longe enquanto procura abrir espaços para encaixar golpes significativos.  

Apesar de ter uma defesa de golpes sólida, ele é suscetível a chutes baixos, o que alguns de seus adversários exploraram em lutas anteriores. Isso é particularmente problemático devido ao seu porte físico, que dificulta respostas rápidas a investidas mais ágeis. Seu estilo mais lento no início, semelhante a Tony Ferguson, também é um ponto vulnerável, e alguns oponentes, como Rafael dos Anjos, Gilbert “Durinho” Burns e Michael Morales, foram capazes de capitalizar em cima dessa fraqueza, pressionando-o desde o início. 

Carlos Prates

Pontos chave: Terceira maior sequência de nocautes em atividade no UFC; 100% de defesa de quedas; bônus de Performance da Noite em todas as lutas pelo Ultimate. 

Conhecido por seu estilo agressivo e por seu poder de nocaute, Carlos Prates traz em suas lutas uma abordagem intensa e focada na trocação. Com uma extensa carreira no muay thai e no kickboxing, acumulando mais de 100 confrontos nessas modalidades, ele mostrou no Octógono as mesmas características que o fizeram ser contratado no Dana White’s Contender Series: um striking perigoso e preciso.  

O brasileiro é famoso pela habilidade de controlar a distância e executar chutes de forma rápida e imprevisível, o que lhe permite encontrar brechas na guarda dos oponentes. Seu estilo técnico e agressivo, com uma precisão incomum, coloca-o como um verdadeiro sniper no Octógono. 

Prates se apoia principalmente na movimentação leve e precisa, que lhe possibilita ajustar rapidamente a distância e se esquivar de tentativas de queda ou de aproximação de adversários. Sua postura de canhoto e seu alcance avantajado são armas fundamentais em seu arsenal, dando-lhe o controle e o poder de ditar o ritmo da luta. O paulista é capaz de desferir joelhadas rápidas e poderosas, além de golpes certeiros que minam a resistência dos adversários ao longo dos rounds. Esse estilo tem algumas semelhanças com o de Alex "Poatan" Pereira, atual campeão peso meio-pesado da organização. 

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Uma de suas características mais notáveis é a defesa de quedas. Ele ainda não foi derrubado no UFC e se mostra altamente eficaz em evitar que adversários o levem ao chão, permitindo que ele mantenha a luta em pé.  Porém, caso isso aconteça, ele também é faixa-preta em jiu-jitsu e possui três vitórias por finalização em sua carreira no MMA, o que o torna ainda mais completo e perigoso. 

Na luta mais recente, contra Li Jingliang no UFC 305, o brasileiro impressionou ao vencer um oponente conhecido por sua durabilidade. O chinês, que antes era visto como quase inatingível por nocautes, acabou perdendo desta forma para o paulista, chocando as pessoas que assistiram o duelo em agosto deste ano. 

Com uma sequência de nove vitórias por esta via, não há dúvidas de que Prates vem se tornando um adversário temido na divisão. Sua capacidade de se adaptar dentro do Octógono, aliada à precisão letal de seus golpes, traz todas as credenciais de uma futura estrela no peso meio-médio. Com mais uma vitória, ele pode conseguir entrar no ranking e continuar sua ascensão. 

O que esperar?

A luta promete ser um duelo estratégico e de estilos contrastantes. De um lado, temos Magny, que é um grappler competente e um striker de volume, buscando controle e desgaste ao longo do tempo; do outro, Prates, que se destaca pela potência de seus golpes e precisão na trocação, especialmente na média e longa distância.  

Esta é uma oportunidade para o brasileiro provar que seu estilo agressivo e nocauteador pode superar o controle tático e a resiliência de um veterano como o norte-americano.  

Para Magny, a chave para a vitória está em impedir que o paulista ache a distância para desferir seus golpes. Ele precisará fazer uso de seu wrestling e pressionar o brasileiro contra a grade, onde poderá capitalizar em seu trabalho de clinch e quedas. Embora o veterano não seja o lutador mais poderoso em termos de golpes, sua capacidade de desgaste pode ser um problema para Prates, especialmente se conseguir minimizar os riscos na trocação. A experiência também joga a favor do norte-americano, com 30 lutas no UFC e o recorde de tempo de luta na categoria dos meio-médios. 

Prates, por outro lado, precisa manter o combate em pé e evitar o clinch, onde seu rival é mais eficiente. Se ele conseguir deixar a luta na média ou longa distância, seu jogo de pés e precisão o tornarão uma ameaça constante, principalmente com seus chutes rápidos e imprevisíveis. Além disso, o brasileiro deve explorar a vulnerabilidade de seu adversário com chutes baixos, o que pode desgastar o norte-americano e abrir brechas para ataques mais potentes. A precisão de Prates será essencial para capitalizar nas tentativas de aproximação de seu rival, punindo qualquer tentativa de queda ou avanço telegrafado. 

A defesa de quedas do brasileiro também será testada, já que Magny é um dos grapplers mais persistentes da divisão. Ele já demonstrou boa habilidade para evitar ser levado ao solo, mas Magny é um lutador experiente que se destaca no controle e na transição entre clinch e grappling. O lutador da The Fighting Nerds terá que estar preparado para defender com precisão as investidas, evitando ser encurralado na grade e mantendo a luta onde se sente mais confortável. 

A expectativa é de um duelo empolgante e com potencial para um final explosivo. Magny trará uma abordagem mais contida, enquanto Prates deve buscar nocautear e manter sua sequência vitoriosa. Se o brasileiro conseguir administrar o ritmo e evitar o jogo de grappling de Magny, tem grandes chances de alcançar seu décimo nocaute consecutivo e solidificar sua posição entre os strikers mais perigosos do UFC. 

Mas será que isso irá acontecer no UFC Vegas 100? Veremos neste sábado, a partir das 18 horas (horário de Brasília), no UFC Fight Pass.