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O Brasil não tem uma mulher campeã do UFC desde a aposentadoria da maior lutadora de todos os tempos, Amanda Nunes, em junho de 2023. Mas se depender de Norma Dumont, esta “seca” chegará ao fim em 2025.
Após passar boa parte de seus primeiros três anos de Ultimate competindo no peso-pena, a mineira de 34 anos fez a transição definitiva para o peso-galo em 2024 e se firmou na elite da categoria com vitórias dominantes sobre Germaine De Randamie e Irene Aldana. Os triunfos alçaram Norma ao 4º lugar no ranking da divisão, colocando-a na briga por um title shot.
“Minha expectativa é que eu consiga a disputa de título em 2025”, disse Norma em conversa com o UFC.com.br. “Estou trabalhando muito para isso”.
Norma Dumont golpeia Irene Aldana no UFC 306 - Riyadh Season Noche UFC. (Foto por Chris Unger/Zuffa LLC)
O peso-galo conheceu uma nova campeã no último mês de outubro, quando Julianna Peña retomou o cinturão ao vencer Raquel Pennington no UFC 307, em Salt Lake City. Norma assistiu o duelo de perto e afirmou com muita franqueza que não se impressionou.
“Foi uma luta morna, porque são duas atletas que não vendem tanto nem dentro, nem fora do Octógono”, disse. “Julianna é uma atleta muito mediana. Não consigo ver ela segurando o cinturão em nenhuma defesa. Mas vi uma vantagem da Raquel na luta, acho que ela deveria ser a campeã”.
Peña, protagonista de uma das grandes zebras da história do esporte em 2021, quando encerrou brevemente o reinado de Amanda Nunes – perdendo a revanche no ano seguinte -, voltou ao topo da categoria após mais de dois anos de inatividade e ainda espera uma definição sobre quem será sua primeira desafiante.
Linha do Tempo: Cinturão Peso-Galo Feminino
Kayla Harrison comemora a vitória no UFC 300. (Foto por Jeff Bottari/Zuffa LLC)
Além de Norma, outra candidata à disputa de cinturão é uma das principais estreantes do UFC em 2024: a bicampeã olímpica de judô Kayla Harrison.
A norte-americana de 34 anos fez sua primeira luta no MMA somente em 2018, mas construiu nestes seis anos um impressionante cartel de 18-1. Em abril, ela pisou pela primeira vez no Octógono no histórico UFC 300 e não tomou conhecimento da ex-campeã Holly Holm, vencendo por finalização.
Seis meses depois, no mesmo UFC 307 que Norma assistiu da primeira fila, Harrison conquistou novo triunfo, vencendo Ketlen Vieira e se autodeclarando a próxima a lutar pelo cinturão.
“Em uma divisão que não tem muitas atletas que se pronunciam muito, que falam muito, que são muito apáticas fora do Octógono, acaba acontecendo isso: chega uma atleta que fala bem, norte-americana, campeã olímpica - é óbvio que ela vai furar a fila”, analisou Norma. “Não acho nada absurdo ela ter furado essa fila, mas é óbvio que gostaria de testá-la. Gostaria de lutar com ela pelo cinturão”.
Amanda Nunes se emociona após anunciar aposentadoria no UFC 289. (Foto por Jeff Bottari/Zuffa LLC)
Outra possibilidade ventilada pela mineira é a volta de Amanda Nunes da aposentadoria. Recordista de defesas de cinturão na história do peso-galo, com seis ao longo de seus dois reinados na categoria, a baiana já flertou com um retorno à ação em mais de uma oportunidade, fazendo posts enigmáticos em suas redes sociais.
“Gostaria muito (que Amanda voltasse), mas se fosse para ficar”, comentou Norma. Não para pegar o cinturão e se aposentar de novo, porque isso só atrasaria a categoria, não traria nada de positivo”.
Panorama da Divisão: Peso-Galo Feminino
Muito ponderada, Norma tem ciência de que diversas circunstâncias podem influenciar o que vai acontecer em sua categoria em 2025. Mas ela faz sua parte e começa a temporada com um plano traçado.
“Estou no aguardo para tentar confirmar uma luta com a (Raquel) Pennington, que é a número um (no ranking)”, disse. “Ela me impulsionaria a ser a próxima desafiante ao título”.
Norma Dumont comemora a vitória no UFC Vegas 77. (Foto por Jeff Bottari/Zuffa LLC)
“O que eu realmente quero é que esse ano o cinturão caia na mão de uma atleta mais interessante, para que a gente consiga vender um pouco mais a categoria, que está um pouco parada devido às últimas campeãs”, continuou. “Espero que as meninas que estão na minha frente façam a categoria girar, não fiquem travando, porque o problema do peso-galo é esse: é uma categoria que não roda muito, porque quem está na frente não luta muito".
“A minha expectativa é essa: lutar com a Pennington até maio e depois, no final do ano, uma disputa de título com o Kayla ou Julianna. É só assinar o contrato”, concluiu.