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Categoria está fadada à mesmice para as próximas temporadas
Luta não é matemática, mas a lógica dos pesos galos no UFC é exata. Renan Barão domina a categoria com muitos metros de distância para os desafiantes mais diretos.
Claro que o brasileiro tem todos os méritos em ser um dos melhores lutadores do mundo. Mas a divisão é uma das mais fadadas à mesmice nas próximas temporadas. O hiato deixado pelo então campeão Dominick Cruz e a reciclagem menor de desafiantes agravam causas e consequências
Barão defende a coroa até 61kg contra TJ Dillashaw dia 24 de maio, no UFC 173. O desafiante é o quarto colocado da lista, e muita gente acha que ainda não configuraria como adversário mais refinado disponível para fazer frente ao domínio do brasileiro.
Urijah Faber é o primeiro do ranking, mas Barão já o venceu duas vezes, e isso inviabiliza a criação de uma trilogia.
Raphael Assunção está em segundo. Dillashaw perdeu para o brasileiro em outubro, mas uma lesão na costela adiou os planos de enfrentar o compatriota em curto prazo.
Ao ser forçado a abandonar o cinturão, Cruz caiu para nono. Ele corre contra o tempo para retomar a velha (e boa) fase. Com três cirurgias no joelho e sem lutar há três anos, deve ter um pouco de chão pela frente para provar que está no mesmo nível alto do auge como atleta, e assim representar perigo real ao atual campeão.
Eric Del Fierro, um dos treinadores do ex-campeão, acha o fato questionável.
“Dominick é um grande campeão e quero vê-lo em forma. Mas acho que fazer lutas de ‘aquecimento’ para ver se ele está bem fucniona mais como parte psicológica. Se você faz três lutas do tipo para depois encarar Renan Barão, não vai ser mais fácil ou difícil. Vai ser a mesma coisa. Será uma luta dura de qualquer forma”, disse, em entrevista ao site norte-americano da ESPN.
Mais do que um desafiante bombástico, os esportes de luta dependem do lado passional em se ter uma boa história para criar interesse mercadológico.
A superação de Cruz certamente dará tempero necessário para mexer com a mesmice. E também valorizará o legado de Barão, a quem o próprio Dana White categorizou como “ídolo”, mas ainda não “astro”.
Há alguns anos, meio-médios e médios também sofriam com a falta de novidades. Mas a divisão se redesenhou dentro dos próprios tops contenders, o imponderável fez sua parte e hoje as divisões têm potencial e atrativos de sobra. Se vai acontecer com os galos também, só o tempo pode dizer... ou não.