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O inquebrável Nate Diaz

 

Por Thomas Gerbasi 

 

Existem alguns poucos atletas no mundo dos esportes de combate que você gostaria que estivessem ao seu lado, caso algo desse errado e você precisasse de alguém que lutasse até o fim, não importando o que acontecesse. A lenda do pesado Antonio Rodrigo Nogueira provavelmente estaria no topo da sua lista, mas o leve Nate Diaz, certamente, ficaria entre os dez primeiros, graças a uma série de performances que mostraram que ele é um daqueles caras que, simplesmente, não quebram. 

 

Esqueça as 11 vitórias no profissional, seis delas no UFC; é o jeito que ele lutou nessas vitórias, com uma atitude que diz 'é melhor você cortar meus braços e pernas fora se você acha que eu vou parar de me mexer'. E mesmo nas suas quatro derrotas (apenas uma terminou antes do sino soar), você tem a impressão de que ele não perdeu, apenas não teve mais tempo.

 

Isso não se ensina, para aprender, ou para comprar - mas Diaz possui.

 

"Eu treinei mais do que qualquer outro cara", Diaz disse em uma recente teleconferência para promover o evento de hoje contra Gray Maynard. "Às vezes as pessoas acham que estou perdendo, mas eu nem me sinto assim. Talvez eu veja isso ao assistir à luta, mas isso apenas me faz ficar irritado e treinar mais. Se eu estivesse ferrado, você saberia, mas se eu ainda estou lutando forte, e o tempo ainda não acabou, vou continuar assim até o final". 

 

E ele realmente quer dizer isso e você acredita quando ele o faz. É uma atitude que une a confiança da juventude à confiança de saber que você fez o que deveria nos treinamentos. E quando você adiciona a experiência de alguém que já esteve nessa mesma posição, como o irmão Nick, um veterano no UFC, não há dúvidas dos motivos pelos quais Diaz é visto como um dos principais lutadores da categoria leve no esporte. 

 

"Nick foi quem me fez começar e ele é a razão de hoje eu lutar", Nate disse sobre seu irmão mais velho. "Ele está comigo o tempo todo, treinando, me dizendo o que eu preciso fazer, e, além de mim mesmo, é um dos meus maiores críticos. Ele já desempenhou um grande papel e é um dos meus principais treinadores e parceiro de treino". 

 

Apesar de ter Nick ao seu lado e companheiros de treino como Jake Shields e Gilbert Melendez, Diaz ainda tem de atuar na Fight Night e, depois de derrotas seguidas para Clay Guida e Joe Stevenson no primeiro semestre do ano, ficou claro que ele precisava fazer alguns ajustes no seu jogo para continuar no seu caminho de sucesso. Ele voltou em setembro com uma vitória por finalização sobre Melvin Guillard que viu Diaz se reerguer depois de um péssimo primeiro round e derrotá-lo. Mas o verdadeiro teste virá nesta segunda-feira, na Virginia, quando ele encara outro wrestler como Guida e Stevenson em Maynard, um tri-campeão All-American Divisão I. O confronto é uma luta revanche 2007, quando os dois eram membros da quinta temporada do The Ultimate Fighter e Diaz venceu por finalização.  

 

"Ele só melhorou desde que nós lutamos", Diaz disse sobre seu oponente. "Ele era mais novo naquela época e tem melhorado muito, assim como eu, então talvez isso não faça tanta diferença. Eu tenho treinado muito, estou pronto para vencer, para lutar, para acabar com ele". 

 

Se Diaz parece esquentado, pode ser porque muitos o vêem como uma pedra no sapato do imbatível Maynard, a caminho de uma chance contra o campeão do leve BJ Penn. E Nate Diaz não admite ser considerado uma pedra no sapato. 

 

"Eles estão falando sobre isso porque ele teve muitas vitórias em sequência, mas se você pensar, eu tenho lutado de forma consistente e tenho mais lutas do que Gray, então é por isso que ele tem tantas vitórias", disse Diaz, que possui o recorde de 6-2 no UFC, contra 6-0 de Maynard com um no contest. "Se ele tivesse lutado tantas vezes como eu desde o show, ele, provavelmente, já teria perdido. Eu acho que eu derrotei melhores atletas do que ele. Ele derrotou Frankie Edgar, que é um cara muito forte, mas, tirando isso, nenhum concorrente forte". 

 

Diaz, inclusive, já mostrou desejo de enfrentar um parceiro de treino de Maynard na Xreme Couture e um de seus ex-parceiros de equipe, Tyson Griffin, durante uma recente teleconferência, o chamando de traidor por ter mudado de equipe, trocando Califórnia por Las Vegas. 

 

"Não é pessoal. Ele (Griffin) nunca foi meu amigo de verdade; ele era apenas um parceiro de treino. Não importa. Eu gosto dele menos do que gosto de pessoas com as quais luto normalmente". 

 

Esse é Nate Diaz. Ele diz o que está na sua cabeça, não liga se isso provocar alguém, e quando tudo está dito e feito e a porta do octógono se fecha, ele estará pronto para o combate. Na noite desta segunda-feira ele estará esperando Gray Maynard. 

 

"Eu fico de olho em todos da divisão, então tenho o visto. Eu acho que ele melhorou em algumas áreas, mas no final das contas, ele faz o mesmo tipo de coisa para vencer a luta, sendo melhor lutador do que muitos outros. Mas uma luta é uma luta e eu preciso apenas fazer as coisas certas na noite da luta".