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Entrevistas

O que é o sandá, a arte marcial pela qual Norma Dumont é apaixonada

Atleta mineira, que estreia no UFC Norfolk neste sábado, pretende não só chegar ao topo de sua categoria como também trazer mais mulheres para o esporte

Os desavisados podem confundir com muay thai. O sandá, no entanto, embora lembre a arte tailandesa, deriva de artes marciais chinesas como o kung fu, da qual carrega a plasticidade. Tem golpes como socos e chutes, mas também trabalha com técnicas de queda.

Aos 29 anos, Norma Dumont, que estreia neste sábado no UFC Norfolk contra Megan Anderson, é uma especialista na luta também conhecida como boxe chinês.

Mineira de Belo Horizonte, Norma mudou-se para Ribeirão das Neves quando era criança, mas, de volta à capital aos 15, começou a praticar jiu-jítsu numa academia ao lado de sua casa. Algum tempo depois, parou com as artes marciais e foi trabalhar como secretária. Mas, por indicação de uma amiga, resolveu conhecer o sandá.


“Quando cheguei e assisti o primeiro treino, eu me encantei com o estilo”, diz ela. O espírito competitivo a fez começar a levar os treinos mais a sério – e as lesões e torções passaram a prejudicar seu trabalho. Obrigada a escolher, adivinhe qual foi sua opção?

“A grande diferença dessa modalidade de trocação chinesa para as outras artes do estilo são as quedas”, conta Norma. “O sandá combina golpes potentes com velocidade, sempre com o objetivo de derrubar. A luta ainda não é muito difundida, mas acredito que logo, logo será uma das maiores modalidades aqui também.”

Os movimentos da arte marcial têm séculos de idade, mas, como técnica de luta, o sandá tem uma história bem mais recente e origem militar. Depois da Guerra da Coreia, na década de 1950, o governo chinês quis investir em pesquisa para desenvolver melhor seu exército.

Um general e um grupo de especialistas em artes marciais formado por médicos e educadores físicos, entre outras pessoas, criou o sistema do sandá, que deveria obedecer a três critérios: ser simples, promover o combate direto e ser efetivo contra oponentes mais fortes.

Foi na academia de sandá que Norma conheceu seu hoje marido e treinador, Johny Vieira. “Em menos de três meses já estávamos namorando e com menos de 1 ano, morando juntos”, ela conta. “Moramos juntos há 9 anos e apenas este ano assinamos os papéis.”

Johny conta que está acostumadíssimo a treinar a mulher. “A Norma é muito dedicada, o que facilita muito a minha vida”, ele brinca. “Além de ensinar, minha função é frear ela um pouco, senão ela se mata de tanto treinar.”

O marido treinador conta que acaba sendo inevitável misturar a vida profissional com a pessoal. “Não por sermos casados, mas porque arte marcial acaba sendo algo muito íntimo”, acredita. “A gente ama tanto isso que fica fácil conviver. Às vezes estamos deitados vendo séries e começamos a falar de luta e das posições da semana.”

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Johny fala que Norma, que tem um cartel invicto com quatro lutas, é uma das atletas mais dedicadas que ele conhece. “O hobby dela é treinar, então ela trabalha tanto que acaba nem percebendo”, diz. “Nossa missão no UFC é chegar ao topo do evento e depois disso o mundo vai saber quem somos.”

A atleta conta que luta porque gosta “da briga, dos treinos, da sensação da luta”. “Sou movida a competição e adrenalina, então me sinto bem fazendo isso. Meu objetivo é conquistar tudo que passar pela minha frente. Tanto dentro dos cages quanto fora deles. Quero motivar outras atletas a seguir esse caminho também. Não saberia viver bem com outra profissão.”

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