
Comunicados oficiais
Fatos e destaques que marcaram a noite de combates no Ibirapuera
Mutilado por trocas constantes das atrações principais, o TUF Brasil Final realizado no fim de semana, em São Paulo, surpreendeu e rendeu bons momentos nos 12 combates em disputa. Pinçamos e analisamos alguns dos fatos mais marcantes da noite no Ginásio do Ibirapuera a seguir.
Motivos para perder
A premissa de que Fabio Maldonado ‘aguentaria porrada’ foi a premissa mais explorada para dar graça ao main-event da noite, contra o norte-americano/croata Stipe Miocic.
Figuraça como sempre, o paulista endossou o marketing de guerrilha e disse que "subiria na cabeça do adversário" como de costume. Não deu. Sem lutar pelos pesados há três anos e com apenas duas semanas hábeis de preparo, Maldonado durou pouco segundos frente ao calculista Miocic.
O brasileiro se disse envergonhado com a derrota e pediu milhares de desculpas. Nem precisava. Maldonado já provou em outras oportunidades que além de ser um personagem peculiar e lutador austero, é um sujeito autêntico e cheio de hombridade. Ou seja, raridade.
Na de cima ou nas de baixo?
Antonio 'Cara de Sapato' Junior mostrou a que veio desde os primeiros minutos e dominou um precoce - surpreendentemente - cansado Vitor Miranda na final dos pesados do TUF. Vitória madura e repleta de assinaturas.
Mesmo leve demais para a categoria (tem batido 96, 97kg), estilisticamente o paraibano combina com o desenho dos pesados. Boxe seco para construir quedas, chão estável e sistemático. Mas ‘Sapato’ afirmou que pretende descer duas divisões de uma vez e atuar como médio em curto prazo.
Se isso realmente acontecer, o fator tamanho - que na divisão até 120kg não é lá essas coisas - finalmente funcionará como handicap para o brasileiro. Mas se falarmos em estilo de luta, a lista dos médios atualmente têm atletas muito mais especializados. Vai requerer, sim, muito mais ajustes.
Novato veterano
Como se diz no jargão, Warlley Alves é um cara ‘forjado na porrada’. Um dos caçulas da estelar equipe X-Gym, o atleta de 23 anos mostrou muito do que se espera de um cara da nova geração: atleticismo de alto nível, golpes refinados, estratégia inteligente e o mais importante: tudo isso colocado em prática (quase) sem rebarbas.
O mineiro radicado no Rio de Janeiro soou como veterano desde o caminho até o octógono para a final dos médios do TUF. Dentro das oito paredes domou as distância, se impôs em pé, clinchou em momentos cruciais e ainda finalizou Marcio 'Lyoto' com justa guilhotina.
Meio-médio por natureza, o campeão espera que o UFC o autorize a voltar para a divisão em que se sente mais confortável. Treinador do brasileiro na casa, Chael Sonnen disse Warlley teria “chances concretas contra o campeão Chris Weidman”. Hoje, um exagero. Daqui um tempo, tem tudo para ser.
A 'sina' de Maia
Após duas derrotas consecutivas, Demian Maia voltou a vencer. Com tática justa, o paulista usou o que tinha de melhor para embolar e derrotar o russo Alexander Yakovlev - conseguiu até um raro knockdown - na decisão por pontos, e finalmente afrouxou a corda do pescoço na organização.
Mesmo com o triunfo, Demian mais uma vez acabou criticado por muitos pelo estilo ‘neutralizador em excesso’. Mas o que esperar de um cara que tem um dos melhores padrões de jiu-jitsu no esporte?
No MMA há diversas maneiras de vencer. Demian incorpora com tudo uma das mais puras, mas a menos propensa ao show que o grande público espera. É - e sempre será - a sina dos grapplers.
Arredondamentos
Edmilson ‘Kevin’ Souza é um cara de 1,82m que bate 66kg e luta pelos galos. O baiano tem um jogo vistoso com guarda baixa enjoada, baseado na movimentação evasiva, no boxe e no uso da envergadura.
O combate contra Mark Eddiva rendeu o bônus de luta da noite. Tanto que Joe Silva, matchmaker oficial do UFC, saiu da cadeira em dado momento e aplaudiu a pancadaria de pé. ‘Kevin’ é um striker da pesada depende ainda exclusivamente dos socos, fato que ainda o limita bastante e que o fez quebrar a mão pela segunda vez consecutiva no Ultimate.
Quando mixar melhor os socos com chutes e outras habilidades traumáticas para criar ‘set ups’, fintas e multiplicar o volume de ataques – além de dosar melhor as projeções de força nos golpes - dará muito trabalho na categoria.
E aí? Quais outros destaques vocês trariam para debate, pessoal? O que acharam do resultado milimétrico de Rony Jason x Robbie Peralta? Abusem do espaço aí embaixo!