Pular para o conteúdo principal
/themes/custom/ufc/assets/img/default-hero.jpg

O que ficou do UFC 173

Surpresas e peculiaridades marcaram noite de combates em Vegas

A noite de combates do UFC 173 foi recheada de surpresas e peculiaridades. Sem lenga-lenga, mais um ponto de vista sobre os destaques da vez.

Velho fantasma
Dia 14 de abril de 2005. Antes do UFC 173. Esta era a data na qual Renan Barão havia perdido pela última vez no MMA. Há 35 lutas, o lutador brasileiro Barão não lembrava mais do 'fantasma da derrota', que teimou em aparecer depois de tanto tempo contra TJ Dillashaw.

Isso foi perceptível logo no primeiro knockdwon sofrido no primeiro assalto. A expressão confiante mudou imediatamente, os olhos arregalaram e o potiguar foi acometido por um ‘branco’ técnico generalizado. O norte-americano quebrou ali o fator de intimidação, tão presente e veemente em outras performances do brasileiro.

Ao melhor estilo ‘males que vem para bem’, ao acabar com o mito Dillashaw iniciou uma rivalidade providencial. Era o que faltava para uma categoria fadada à mesmice. Certamente, a situação de derrota que retornou à mente depois de tantos anos também vai inflamar Barão. Ele sempre precisou de alguém que representasse perigo real às suas habilidades para sedimentar sua grandiosidade no UFC. Agora, é torcer para aquela coisa do 'quem apanha nunca esquece'.

Na outra ponta do triângulo dos galos está o também brasileiro Raphael Assunção, que bateu na trave outras vezes para garantir uma chance de título. Pelas próprias circunstâncias, porém, parece mera questão de tempo para que o tira-teima Barão x Dillashaw seja firmado em curto prazo. Ponto para a categoria, ponto para todos.

Lenda, (ainda) por direito
Veja bem. Dan Henderson não precisa provar mais nada a ninguém, certo?. O veterano de 43 anos era o 'favorito sentimental' dos fãs no UFC 173. Mas parecia um boneco de pano manuseado pelas mãos de Daniel Cormier, o wrestler mais sólido do MMA na atualidade. 

Sempre vai impressionar o fato de um quarentão bater de frente com caras muito mais novos no esporte mais extremo do mundo. Mas se Hendo quiser mesmo ser lembrado como uma lenda (e tem todos os méritos do mundo para isso), é melhor começar a rever conceitos e puxar o freio. Mirko Crocop que o diga.

Para Cormier, o encontro com Jon Jones parece cada vez mais próximo. basta o campeão passar pelo sueco Alexander Gustafsson, na revanche agendada para dia 30 de agosto. Será?

Sinistro

Por falar em experiência, Robbie Lawler mostrou que vai muito além de punhos e dentes cerrados. Após cinco rounds ao melhor estilo 'risca-faca' contra Johny Hendricks (perdeu por milímetros na decisão por pontos), provou que consegue se reciclar, mesmo depois de tanta vivência nas arenas de luta.

Contra o sempre perigoso, mas sem ritmo, Jake Ellenberger (parado há quase um ano por causa de lesão), Ruthless deu uma lição de dinâmica e precisão, com jabs bem trabalhados e volume de golpes irrepreensível.

Lawler tem uma das médias mais baixas da categoria em volume de golpes, mas uma das mais altas em nocautes. Ou seja, não dá ponto sem nó. Agilizem mais uma chance de cinturão para o cara, por favor.

Desemprego
Não sei como está a taxa de desemprego pelas terras do Tio Sam. Mas pelo jeito, a coisa não anda boa por lá também. Vindo de duas derrotas consecutivas, Jaime Varner pisou em falso e quebrou o tornozelo ainda no primeiro assalto contra James Krause

Sabendo que um novo revés poderia custar a vaga na maior organização de lutas do mundo, ignorou qualquer parâmetro de dor e bizarrice para seguir lutando até o primeiro intervalo, mesmo sem conseguir firmar o pé esquerdo no chão, que parecia de borracha.

O médico sabiamente (ou não, porque ainda pisou sem querer no pé do lutador durante o atendimento), encerrou o combate. Vamos ver se a raça incontestável  e o espírito de luta demonstrados conseguem amolecer o coração e fazer o chefão Dana White deixar o facão guardado.