Os 20 melhores lutadores de 2019, segundo Marcelo Alonso

Com seis lutas em dois anos no UFC, The Last Stylebender” saltou da categoria de aposta da luta em pé no MMA para campeão dos médios do UFC. Para conquistar a cinta e o merecido título de lutador do ano, na minha avaliação, o  nigeriano venceu em fevereiro o maior peso médio da história, seu ídolo Anderson Silva; dois meses depois bateu o duríssimo Kelvin Gastelum numa guerra decidida no 5º round (na minha opinião, a melhor luta do ano) e para completar nocauteou o campeão Robert Whitaker, que não perdia desde 2014.

Outro que merece brigar com Adesanya pelo título de melhor lutador do ano. Em apenas sete meses (maio a dezembro), Volkanovski venceu os dois maiores pesos pena da história. Com apenas 31 anos e um currículo de 22 lutas e apenas uma derrota, Volkanovski trouxe emoção à divisão dos penas. Com nomes como Brian Ortega (#2), Zabit Magomedsharipov (#3), Zumbi Coreano (#4), José Aldo (#8), além do ex-campeão Max Holloway, em sua cola, certamente não faltarão desafios para o novo campeão em 2020.

Em 12 meses, Amanda nocauteou Cris Cyborg, Holly Holm e venceu de maneira absolutamente dominante a holandesa Germaine de Randamie. Depois de roubar o título de maior lutadora da história de Cyborg em dezembro de 2018, passando a ser a primeira mulher campeã de duas divisões, a baiana poderia subir no salto, mas muito pelo contrário - continuou treinando duro e, após aplicar um nocaute no 1º round em Holly Holm, dominou inteiramente Randamie, fechando o ano em grande estilo.

Nos cinco primeiros meses do ano, Cejudo nocauteou TJ Dillashaw e Marlon Moraes conquistando dois cinturões e se transformando no único atleta campeão olímpico e detentor de dois cinturões do UFC na história. Na segunda semana de dezembro Cejudo foi destituído pelo UFC do cinturão dos moscas. Recebeu a notícia em Natal quando iniciava sua preparação para defender o cinturão dos galos na academia dos irmãos Patrício e Patrick Pitbull. Nas primeiras semanas do ano o UFC deve definir quem será o oponente: José Aldo, Petr Yan ou Aljamain Sterling?

Depois de destronar o duríssimo campeão Tyron Woodley numa atuação absolutamente dominante em março, o “Pesadelo Nigeriano” deu outro show em sua primeira defesa de título, quando nocauteou o falastrão Colby Covington no 5º round, lavando a alma dos fãs e lutadores que não aguentavam mais o trash talk desmedido do atleta da ATT. Com 16 vitórias em 17 lutas e um jogo cada vez mais completo, Usman tem tudo para manter seu reinado por um bom tempo.

Em 12 meses o fenômeno russo venceu quatro duríssimos lutadores do ranking do peso galo: Douglas D´Silva (TKO), John Dodson (dec), Jimmie Rivera (dec) e Urijah Faber (KO), chegando a terceira posição no ranking e mostrando que dificilmente deixará de lutar pelo cinturão em 2020.

Vindo de um país sem nenhuma tradição no esporte (Suriname) Jairzinho estreou no evento com uma sequência impressionante de quatro nocautes. Destaque para o atropelo em 29 segundos sobre o ex-campeão Andrei Arlovski e o nocaute a quatro segundos do final da luta sobre Alistair Overeem, com uma patada que obrigou o ex-campeão do K-1 a fazer uma cirurgia plástica corretiva no lábio superior. Com esta vitória, Jairzinho passou a ser o 5º do ranking dos pesos pesados e conseguiu uma luta contra o 2º do ranking (Francis Ngannou) para março de 2020. Caso consiga sua quinta vitória em 13 meses no UFC, Jairzinho certamente carimbará uma chance de lutar pelo cinturão em menos de dois anos de UFC.

Depois de muitos anos batendo na trave entre os top 10 das divisões dos leves e meio médios, Jorge Masvidal finalmente se encontrou e aos 35 anos de idade acaba de fazer o melhor ano de sua carreira com três nocautes impressionantes, sobre Darren Till, Ben Askren e Nate Diaz. Com estas três vitórias, o lutador que era conhecido como amarrão e protagonista de lutas chatas, virou queridinho dos fãs e acabou 2019 com o cinturão BMF (cara mais durão do MMA), conquistado em cima de Nate Diaz. Graças a esta mudança de postura em 2019, tudo leva a crer que o descendente de cubanos poderá ser o próximo a disputar o cinturão de Usman. Dependendo do resultado da luta entre McGregor e Cerrone, uma outra possibilidade seria uma super luta milionária com o irlandês.

Depois de nocautear Edson Barboza e Donald Cerrone no 1º round, completando um cartel 23 lutas e 21 vitórias e garantindo a terceira posição no ranking da divisão mais disputada do MMA, não há como deixar Gaethje fora desta lista. Aliás, tendo em vista o histórico de diversos cancelamentos dos confrontos entre Ferguson e Khabib, certamente Justin estará prontinho para substituir qualquer um dos dois no UFC do dia 18 de abril.

Outro que merece figurar entre os melhores de 2019. No ano em que completou 40 anos de idade, o mineiro de Sobrália conquistou três vitórias seguidas enfileirando os duríssimos Karl Roberson (finalização 1º round), Íon Cutelaba (finalização 2º round) e Nikita Krylov (decisão), voltando a figurar entre os top 9 da divisão.

Com nocautes no 1º round sobre Renato Moicano e Frankie Edgar, o Zumbi coreano voltou a figurar entre os 5 melhores da divisão dos penas e encostou na fila para disputar o cinturão.

Depois das derrotas para Tyron Woodley (title shot) e Colby Convington em 2017, e Kamaru Usman em 2018, era natural imaginar que Demian Maia decidisse em 2019, aos 42 anos de idade, tirar o pé do acelerador iniciando o processo natural de aposentadoria, mas eis que o principal representante do Jiu-Jitsu no MMA ressurge com três vitórias espetaculares consagrando este ano como um dos melhores de sua carreira. Depois de finalizar Lyman Good no 1º round em fevereiro, Demian venceu o duro Anthony Martin por pontos em junho e terminou o ano finalizando Ben Askren, um dos mais respeitados wrestlers americanos de todos os tempos, nesta que ficou conhecida como “luta dos sonhos dos fãs do grappling”.

2019 também foi um ano muito especial para outro grande faixa preta. Depois de engatar três vitórias consecutivas no peso leve em 2018, Charles repetiu a dose em 2019. Primeiro finalizou David Teymur em fevereiro, se consagrando como maior finalizador da história do UFC; depois nocauteou Nik Lentz (maio) e Jared Gordon (novembro), chegando a 13º posição da mais disputada categoria do UFC na atualidade.

Com apenas 22 anos, o ex-parceiro de treinos de Ronda Rousey foi uma das maiores revelações deste ano. Mostrando um jogo completo, o americano de ascendência armênia impressionou a todos ao conseguir três vitórias no 1º round na divisão dos médios. Em março nocauteou Charles Byrd em 38 segundos, em julho finalizou Jack Marshman com um mata-leão e conquistou a 9º posição no ranking dos médios ao nocautear o experiente Brad Tavares, que vinha de uma luta de cinco rounds com o campeão Israel Adesanya. Olho neste garoto.

Depois de finalizar Mike Davis em abril emplacando sua sétima vitória em dez lutas (sem conseguir um lugar no top 15 do ranking dos leves), Durinho decidiu se arriscar entre os meio médios pegando de cara a pedreira russa Alexey Kuchenko, que estava invicto em 20 lutas. Venceu com propriedade e um mês depois aceitou um outro desafio: Gunnar Nelson. Mais uma vitória do brasileiro que hoje já figura entre os 12 do ranking, merecendo também uma vaga entre os melhores de 2019.

Depois de nocautear Jan Blachowicz, Marreta consagrou sua subida de categoria fazendo uma luta histórica valendo o cinturão dos meios-pesados contra o maior lutador de todos os tempos. Mesmo tendo vários ligamentos dos dois joelhos rompidos, o atleta da TFT entregou a luta mais disputada da carreira de Jones, perdendo por decisão dividida.

Enquanto uns surpreendem subindo, outros se encontram descendo. Este é o caso de Jared Cannonier, que após trajetória irregular lutando entre os pesados e meio pesados, decidiu descer para os médios, onde tem impressionado. Após nocautear David Branch e vencer Anderson Silva de forma polêmica no Rio (o brasileiro se machucou chutando), o “Killa Gorila” surpreendeu ao nocautear Jack Hermansson, que vinha de vitória dominante sobre Ronaldo Jacaré. Quarto do ranking, Jared agora enfrentará Robert Whitaker no dia 7 de março, em Las Vegas (UFC 248). Caso vença, certamente garantirá o title-shot logo após Paulo Borrachinha.

Revelado no Contender Series, Geoff Neal foi outro grande destaque deste ano enfileirando Belal Muhammad, Niko Price e Mike Perry. Estas 3 atuações dominantes garantiram ao americano o 11º lugar no ranking dos meios-médios.

Depois de enfileirar quatro oponentes no UFC Borrachinha conseguiu com apenas uma luta em 2019 dizimar as desconfianças com relação a suas defesas de queda, fazendo uma das melhores lutas do ano com o melhor wrestler da divisão, Yoel Romero. Uma guerra de 15 minutos que mostrou ao mundo que o mineiro tem condições reais de conquistar o cinturão que já foi de Anderson Silva.

Ele começou o ano sofrendo a única derrota da carreira para Jussier Formiga, mas deu a volta por cima garantindo a disputa pelo cinturão vago por Henry Cejudo após vencer Alexandre Pantoja (numa das melhores lutas do ano) e Tim Elliot (finalização com uma guilhotina no 1º round). Se conseguir repetir a atuação primorosa que teve contra o wrestler John Moraga em 2018, o brasileiro tem grandes chances de surpreender o favorito Joseph Benavidez no dia 29 de fevereiro, garantindo ao Brasil seu terceiro cinturão do UFC.

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