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Os dez melhores - As decepções de 2009

Por Thomas Gerbasi

Nós talvez nunca mais vejamos um outro ano como 2007 no UFC, quando Georges St-Pierre, Heath Herring, e Mirko Cro Cop foram as decepções do ano ao serem derrotados por Matt Serra, Jake O'Brien e Gabriel Gonzaga, respectivamente. Mas em um esporte onde tudo pode acontecer, existe sempre a possibilidade dos favoritos serem eliminados pelos azarões e 2009 não foi exceção. Confira as maiores decepções do ano. 

10 - UFC 105 - 14 de novembro - Michael Bisping derrota Denis Kang  

 

Depois da derrota devastadora de Bisping para Dan Henderson no UFC 100, alguns chegaram a pensar se o "The Count" nunca mais seria o mesmo lutador. Se ele não fosse, a máquina da verdade do UFC 105 - o lutador Denis Kang - traria à tona. E apesar de Bisping ter tido que sobreviver a alguns momentos difíceis no primeiro round, ele recuperou seu jogo e conquistou uma vitória por nocaute, ressuscitando a sua carreira no processo. 

 

9 - Final do TUF 10 - 5 de dezembro - Kimbo Slice vence Houston Alexander 

 

Considerando que Kimbo Slice havia sido derrotado na sua última luta pré-UFC contra Seth Petruzelli e que ele iria enfrentar um legítimo nocauteador, Houston Alexander (que possuía nocautes sobre Keith Jardine e Alessio Sakara), as chances estavam, definitivamente, do lado do nativo de Nebraska em Las Vegas. Mas Slice não apenas venceu a luta, como o fez em três rounds e mostrando algumas das técnicas de chão que aprendeu no American Top Team na Flórida. Lógico que o lutador jamais será colocado em nenhuma compilação de "Os melhores", mas uma vitória é uma vitória, e como o renomado treinador de boxe George Benton disse uma vez, "venca hoje, pareça bom da próxima vez". 

 

 8 - UFC Fight Night - 16 de setembro - Brian Stann bate Steve Cantwell 

 

As duas primeiras lutas entre os campeões da WEC Brian Stann e Steve Cantwell foram bombardeios, com Stann derrotando Cantwell em 41 segundos em 2007, e "The Robot" retornando o favor com nocaute no segundo round em 2008. Desde esses dois confrontos, Cantwell conquistou uma vitória no UFC sobre Razak Al-Hassan e ganhou ainda mais fãs e um desempenho aguerrido, porém terminado em derrota, contra Luiz Cané. Enquanto isso, Stann perdeu na sua estreia no Octógono para Krzysztof Soszynski e parecia estar estagnado. Mas na decisiva, Stann - agora trabalhando com Greg Jackson - adotou uma tática brilhante de luta e derrotou Cantwell em três rounds. Quando a luta terminou, Stann não apenas levou a trilogia, como injetou vida nova à sua carreira. 

 

7 - UFC 101 - 8 de agosto - Alessio Sakara surpreende Thales Leites  

 

Se você achou que a luta entre Kimbo Slice e Houston Alexander havia sido bizarra em termos de tática e ação, essa luta, definitivamente, chegou muito perto desse título. Leites, vindo de um desempenho sem inspiração onde perdeu em cinco rounds para Anderson Silva, precisava mostrar a que veio no combate contra Sakara, e o mundo todo esperava isso dele. Ele não o fez e Sakara, apesar de não ter empolgado a todos com a vitória por decisão dividida, conseguiu surpreender alguns observadores ao dar ao ex-desafiante do médio a sua terceira derrota como profissional.  

 

6 - UFC 100 - 11 de julho - Mark Coleman bate Stephan Bonnar 

 

Eu sei, é o "The Hammer", mas apesar da história do lutador, que pertence ao Hall da Fama do UFC, o fato é que aos 44 anos, e vindo de uma derrota para Shogun Rua no início do ano que todos o viram ficar sem gás, muitos acreditavam que os bons dias de Mark Coleman tinham ficado para trás. Especialmente ao encarar o jovem Stephan Bonnar, faminto por uma vitória depois de sua derrota para Jon Jones em janeiro. Mas Coleman, com malícia e determinação que vêm com a experiência, fez o relógio andar pra trás na noite ao puniu Bonnar por 15 minutos a caminho de uma vitória por decisão após três rounds. E tinha momento mais perfeito para Coleman vencer do que a noite que era celebrado o UFC 100? 

 

5 - UFC 97 - 18 de abril - TJ Grant derrota Ryo Chonan 

 

Faixa roxa em jiu-jitsu brasileiro ao fazer a sua estreia no UFC em abril (ele agora possui uma faixa marrom), TJ Grant não era brincadeira, ao ter construindo um recorde sólido no Canadá que incluía finalizações sobre veteranos do UFC como Forrest Petz e Chad Reinei. Ryo Chonan era um degrau a mais. Profissional desde 2001, com vitórias sobre Anderson Silva, Carlos Newton, e Joey Villasenor, o surgimento do japonês pode não ter incendiado o mundo do UFC com derrotas em dois de três confrontos no Octógono, mas você nunca podia colocá-lo de fora. Então, no papel, essa seria uma luta difícil para Grant vencer, especialmente porque aquela seria a sua estreia na frente de milhares de fãs em casa. Mas Grant se garantiu, não apenas no chão, mas com alguns golpes de pé, e, apesar de Chonan ter chegado perto novamente, o vencedor - Grant - era evidente.  

 

4 - UFC 94 - 31 de janeiro - Jon Jones choca Stephan Bonnar 

 

Considerando o grande talento de Jones, a sua vitória espetacular contra Jake O´Brien no UFC 100 e o desempenho igualmente impressionante em uma luta contra Matt Hamill onde foi desqualificado, pode até ser blasfêmia considerar isso uma decepção. Mas a razão pela qual hoje todos estão exaltando Jonny Bones é basicamente por conta de sua vitória por decisão sobre Bonnar no UFC 94. Para o nativo de Nova York com recorde de 7-0, Bonnar seria o teste final para ele saber se estava pronto. Bonnar já tinha estado com os melhores no esporte: Lyoto Machida, Forrest Griffin, Rashad Evans e Keith Jardine, e se Jones ganhasse, ele entraria em um grupo seleto. Bem, Jones não apenas venceu, como dominou a luta do início ao fim, e o fez enquanto disparava uma série de movimentos incomuns que empolgou os fãs. Se Jones conquistar o título mundial algum dia, essa luta será aquela que todos apontarão como a "onde tudo começou". 

 

3 - UFC 96 - 7 de março - Shane Nelson elimina Aaron Riley 

 

Eu pensei em deixar essa luta fora da lista simplesmente porque Aaron Riley foi vítima de uma das piores interrupções da história do UFC, cortesia do árbitro Rick Fike, mas o gancho rápido não foi um erro de Shane Nelson, responsável pelo golpe que atordoou e derrubou Riley. E talvez, se Fike tivesse deixado a luta seguir, Nelson talvez tivesse conquistado uma vitória mais significativa, mas como se diz, uma vitória é uma vitória, e para a promessa do Havaí, não apenas derrotar, mas parar o veterano, é uma grande conquista e ainda maior decepção. 

 

2 - UFC Fight Night - 16 de setembro - Mike Pierce derruba Brock Larson  

 

 A promessa do meio-médio Mike Pierce possuia credenciais sólidas para entrar no UFC contra Brock Larson, mas eu acho que ninguém esperava que Pierce fosse dominar o nativo de Minnesota por três rounds. Larson vinha de uma seqüência de cinco vitórias, incluindo duas no primeiro round do UFC, e um resultado positivo sobre Pierce o levaria para o próximo nível da divisão. Pierce deu um fim a esse sonho com uma vitória que pode não ter sido a mais excitante do ano, mas foi, definitivamente, a mais dominante. 

 

1 - UFC 95 - 21 de fevereiro - Paulo Thiago nocauteia Josh Koscheck 

 

Essa é, com certeza, a escolha mais fácil das premiações desse ano. Era fato que o imbatível, porém desconhecido, Thiago seria derrotado facilmente pelo famoso Koscheck. Mas aí, pessoas as quais eu respeito a opinião começaram a me dizer que essa luta seria mais dura do que todos esperavam. A maioria não acreditava nisso, mas dizia que, se Thiago, brasileiro faixa preta em jiu-jitsu, vencesse, não ficaria surpresa. Justo. Mas acredito que nem os maiores fãs do Thiago esperavam que seu cara abrisse a luta com um uppercut seguido de uma esquerda limpa, vencendo por nocaute. Essa luta chocou a todos e ficará na memória dos fãs do esporte por anos. 

 

Menção Honrosa - Jason Brilz-Tim Boetsch, Johny Hendricks-Amir Sadollah, Antonio Rodrigo Nogueira-Randy Couture, Jake Rosholt-Chris Leben, Paul Daley-Martin Kampmann, Chael Sonnen-Yushin Okami, Randy Couture-Brandon Vera, Dan Hardy-Mike Swick, John Howard-Chris Wilson.