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Entrevistas

Pablo Sucupira: “A onda Fighting Nerds está só na metade”

Head coach da equipe que revelou Caio Borralho, Jean Silva, Carlos Prates, Mauricio Ruffy e Bruna Brasil analisou a grande fase de seus atletas no UFC

“Os nerds vieram para dominar”. Sem contexto, essa frase dificilmente seria associada ao universo do MMA, mas se você acompanha o UFC há, digamos, três anos, certamente já ouviu falar dos “Fighting Nerds” - uma das equipes mais quentes da atualidade.

Baseado em São Paulo, o time liderado por Flávio Álvaro e Pablo Sucupira começou a despontar para o grande público em 2022, quando Caio Borralho chegou ao Ultimate após impressionar em duas apresentações no Dana White's Contender Series.

Caio Borralho venceu Jared Cannonier no UFC Vegas 96. (Foto por Chris Unger/Zuffa LLC)

Caio Borralho venceu Jared Cannonier no UFC Vegas 96. (Foto por Chris Unger/Zuffa LLC)


De lá para cá, Caio escalou ao Top 6 no ranking dos pesos-médios, enquanto outros parceiros de equipe vêm construindo trajetórias igualmente impressionantes: Carlos Prates, Jean Silva, Mauricio Ruffy, Bruna Brasil

“Aqui na academia, eu sempre vi um trabalho muito bom", contou o head coach Pablo Sucupira em entrevista exclusiva ao UFC Brasil. “Eu observava os sparrings e falava: ‘Caramba, esses caras são muito bons de porrada’".

“A nossa visão de luta era muito boa, mas eu pensava: ‘Será que eu estou louco? Será que tudo isso é viagem minha?’”, prosseguiu o treinador. “Agora vieram os resultados para comprovar isso. (O rápido sucesso) me impressionou por um lado, mas por outro, são coisas que eu estou vendo aqui no tatame há muito tempo".

O segredo do sucesso

Carlos Prates comemora vitória no UFC Lousville. (Foto por Jeff Bottari/Zuffa LLC)

Carlos Prates comemora vitória no UFC Lousville. (Foto por Jeff Bottari/Zuffa LLC)


Mas quais são os principais fatores que diferenciam os atletas da Fighting Nerds? Alguns podem dizer que a inteligência e adaptabilidade, como em Borralho; outros, a agressividade, como em Jean; talvez a técnica, como em Carlos Prates.

Nós fizemos esta exata pergunta a Sucupira, mas dificultamos a missão do treinador, pedindo que ele listasse sua resposta em apenas três pontos.

“Nossa ética. Eu acho que nós temos uma visão da profissão muito mais clara, do que o atleta tem que entregar, da jornada de trabalho”, disse. “O segundo ponto é a visão de luta: nós entendemos que ‘estar bravo’ não é a melhor forma de lutar, nós encontramos um estado de espírito mais reativo, uma visão da luta mais clara".

“E acho que o terceiro ponto talvez seja o meu olhar, o meu faro de encontrar possíveis talentos e lapidar eles", concluiu. “O nosso garimpo aqui é muito bem feito e encontramos as pessoas certas para o serviço. Aqui tem muita coisa boa, muito atleta bom que as pessoas ainda não viram. Essa onda Fighting Nerds está só na metade".