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Norte-americano foi eficiente no golpe básico do boxe a abriu caminho para a vitória por finalização
O jab é o primeiro golpe aprendido em qualquer escola de boxe. É um soco tático, com diversas variações que podem ser usadas para medir distância, abrir espaço para outros ataques mais fortes (como diretos e cruzados, por exemplo), além de acumular danos gradativos ao adversário.
Mesmo com a necessidade de um padrão geral de striking adaptado, o MMA tem grandes jabeadores na história, como os ex-campeões Georges St.Pierre e Anderson Silva, por exemplo.
Em uma primeira vista, qualquer striker mais experiente tem verdadeira aversão em ser levado a knockdown ou acabar nocauteado por um soco tão básico. Mas o combate entre Donald Cerrone e Edson Barboza - o mais esperado dos fãs da luta em pé no UFC Orlando -, mostrou nova lição de contundência.
De encontro
No MMA, os jabs ganham pelo menos dois 'agravantes', que foram essenciais para abir caminho e definir a vitória imediata de Cerrone por finalização.
1 - As luvas de menor calibre (cerca de quatro onças) podem transformar todos os socos em 'pedradas'.
2 – Como toda ação é passível de ir para o grappling, o padrão de movimentação de fintas e esquivas induz e cria reflexos de movimentar e inclinar o tronco com maior amplitude (na tentativa de defender quedas, por exemplo). Isso aumenta - e muito - a chance de colisões e golpes de encontro.
Em resumo: Não é exatamente o tipo de soco, mas sim o momento em que ele é aplicado.
Calculista
Melhor na luta durante o primeiro round, Barboza ganhava confiança e avançava cada vez mais para encadear as rápidas combinações de mãos e pés características.
Parecia que Cerrone seria gradativamente desmontado nos três assaltos previstos.
Mas com o sangue frio em dia, o norte-americano aproveitou um milésimo de segundo para esticar o braço esquerdo e colocar um jab no momento em que Barboza, literalmente, caía dentro e se projetava para frente para tentar um cruzado de direita.
O knockdown foi instantâneo e o norte-americano aproveitou para trabalhar o mata-leão que liquidou a fatura.
Foi algo instintivo e particular em strikers de grande vivência nos esportes de combate.
Como muita gente pode pensar, trocar golpes não é apenas loteria, ainda mais em uma disputa com dois dos melhores e mais técnicos strikers do MMA. Aí, o que vale é saber ler as falhas do adversário e tirar proveito dos mínimos detalhes.