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Charles Oliveira usará pela primeira vez as cores preto e dourado no Octógono. “Isso é fantástico”, disse o brasileiro, que defende o cinturão dos leves contra Dustin Poirier na luta principal do UFC 269, neste sábado (11).
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O duelo não apenas coloca frente a frente dos dois melhores da divisão, mas também um duelo de veteranos, apesar de ambos possuírem apenas 32 anos.
Charles fez sua estreia no UFC com apenas 19 anos, quando enfrentou Darren Elkins. Ele tinha 12 lutas na época e nenhuma derrota. Mostrando seu jiu-jítsu de elite desde àquela época, ele finalizou o lutador em menos de um minuto, conquistando o primeiro de seus 17 bônus na carreira.
Duas lutas depois, ele conheceu sua primeira derrota ao ser superado por Jim Miller. Na época, pareceu que colocaram “a carroça na frente dos cavalos” para a promessa brasileira. Seus próximos sete anos foram inconsistentes - vitórias brilhantes e derrotas marcantes, uma tentativa de lutar nos penas (onde deixou de bater o peso algumas vezes) e, por fim, a volta ao peso-leve.
“Eu sempre me mantive focado”, comentou o campeão. “Sabia que teriam obstáculos e tempos difíceis, mas sabia que se me mantivesse focado e trabalhasse muito, meus sonhos se tornariam realidade”.
Depois de perder para Paul Felder no UFC 218, Charles tinha um cartel de 10-8, 1 NC no Octógono, com 2-4 em suas últimas lutas. Ele carregava consigo a reputação de sucumbir contra os melhores, e apesar de seu grande talento, parecia destinado a nunca atingir seu potencial.
Mesmo quando voltou a ter uma excelente sequência de vitórias e finalizar Jim Miller em 2018, poucos imaginavam que Charles conseguiria manter a invencibilidade três anos depois. Agora, o campeão tem nove vitórias seguidas, com o nocaute sobre Chandler dando a ele a 17ª interrupção (nocaute ou finalização) em sua história no UFC.
E ele possui 19 vitórias.
“É um sonho se tornando realidade. Uma demonstração que mostra que o trabalho duro é recompensado”, diz Charles quando pensa na defesa de título.
“Nada vence a experiência”, continuou. “Estou no UFC desde os 19 anos. Aqui a gente sempre precisa aprender para se manter competitivo. As dificuldades do passado me ajudaram a estar onde estou”.
“Você tem adversidades o tempo todo. Você sabe que elas vão aparece e precisa saber lidar com isso”.
Poirier também entende esse pensamento. O lutador venceu Josh Girspi por decisão unânime em sua estreia. Grispi vinha de dez vitórias seguidas e iria enfrentar José Aldo na época, o que colocou Poirier nos holofotes. Para Charles, porém, ele também teve dificuldades em seu começo. Prova disso foram as vitórias para Chan Sung Jung, Cub Swanson e Conor McGregor, enquanto competia nos penas.
Pouco depois, Poirier subiu para os leves e novamente parecia ser um candidato ao título, mas acabou nocauteado por Michael Johnson.
Dustin é um grande lutador. Nós dois estamos no UFC faz muito tempo”, disse Charles sobre o rival, que venceu oito de suas últimas dez lutas - incluindo um duelo pelo título interino contra Max Holloway.
“Ele é um grande nome, com grande habilidade, e vai fazer uma luta muito empolgante”, continuou o campeão. “Ele é um lutador de MMA completo - excelente em todas as áreas - e venceu grandes lutas. Preciso estar preparado”.
E é exatamente para isso que Charles quer mostrar.
Bora, bora, bora, bora....#UFC269 pic.twitter.com/hsMkKcpWKn
— Charles Oliveira (@CharlesDoBronxs) December 2, 2021
“Eu acredito que vai ser uma luta de MMA no mais alto nível, com um ótimo striking, luta no chão e grappling. Os fãs irão ver isso tudo”.
E depois de 54 lutas combinadas, 39 vitórias e 30 interrupções, Charles e Poirier estão prontos para mostrar toda essa experiência no sábado. Falta saber apenas quem ficará com o cinturão para determinar o melhor peso-leve do planeta.