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Paulo Thiago - Assumindo a Posição de Agressor

"Eu odeio perder, e fico muito aborrecido quando as coisas não correm como planejadas. Se ele está pressionado, eu não sei, cada um reage à sua maneira, mas eu vou tentar derrotá-lo a qualquer custo". 



Estilos fazem lutas e essas luvas pequenas de MMA mudam o jogo a qualquer momento. Vimos esses tópicos definindo combates na maior parte do tempo, e Paulo Thiago, que pega o vencedor do primeiro TUF, Diego 'Nightmare' Sanchez, neste sábado, em Anaheim, os conhece melhor do que ninguém. Se em sua luta contra Mike Swick as luvas pequenas fizeram a diferença, no seu compromisso mais recente, o choque de estilos diante de Martin Kampmann, mostrou um tipo de domínio que nós nunca vimos o brasiliense sofrer.          
   Tudo bem, algo parecido aconteceu quando ele enfrentou Jon Fitch, mas durante os 15 minutos, o brasileiro teve chances de virar o jogo, algo que não aconteceu contra o seu adversário dinamarquês. Durante os três assaltos do duelo meio-médio do UFC 115, todas as opções e os ataques que Paulo tentou tinham uma resposta rápida de Kampmann, que parecia estar sempre um passo à frente.  
            "Cara, aquela foi a noite dele, e não a minha, ele estava melhor e me venceu. Foi o que aconteceu", disse Paulo. "Eu fiquei triste, mas aprendi enormes lições da derrota e elas vão me colocar de volta no caminho das vitórias".  
           O primeiro round da luta mostrou Paulo Thiago lançando alguns petardos que passaram no vazio e Kampmann utilizando a sua capacidade técnica em pé para manter o brasileiro sob controle. Paulo tentou levar a luta para o chão, mas mesmo lá, o seu adversário foi superior. Com do primeiro round terminado, o brasileiro precisava ir para cima no segundo, mas Kampmann manteve a pressão e levou a luta para baixo. Neste momento, quando todos pensavam que o lutador de Brasília estava sob controle do dinamarquês, ele aproveitou uma kimura para raspar, deixando claro que ainda estava na parada. Mas a rapidez de Kampmann, que voltou em pé e partiu com tudo, foi um antídoto contra a faixa preta de Jiu-jitsu do brasileiro.  
          "Obviamente, ele estudou muito o meu jogo e fiquei impressionado com seus contra-ataques", diz ele. "Ele estava confiante e soltou mais o jogo do que eu. Sei que posso fazer mais, principalmente se eu ditar o ritmo desde o início, e é isso que as pessoas vão ver a partir de agora".             

Atrás na pontuação e com dificuldades para impor estratégias, esse cenário poderia ter sido o começo do fim, mas não para o incansável Paulo Thiago.    
        "Estou sempre confiante em mim e acredito que a qualquer momento eu poderia ganhar, mas a falta de agressividade e maior pressão facilitaram as coisas para o Kampmann", disse ele. "Meu erro foi estudar muito e atacar pouco, se eu tivesse procurado o nocaute, ido para cima, ele sentiria a pressão. Foi assim que ele foi batido antes, mas eu não fiz isso".        
    Paulo Thiago vê semelhanças nos dois tropeços que teve no octógono, onde ele acha que o controle do cage foi a chave para as derrotas diante de Fitch e Kampmann.            

"Eles me seguraram por baixo e isso não é bom quando você luta no cage. O cara te amassa, te mantém sob controle e os dois eram bons de chão, por isso, raspar ou finalizar era complicado".            Para o seu próximo combate contra Sanchez, Paulo Thiago organizou suas idéias e partiu de Brasília para a Califórnia em busca de reconstruir sua trajetória no UFC. Ele procurou por sparrings canhotos com bom wrestling e velocidade, tudo para simular o que ele vai encontrar quando topar com o adversário que vem de duas derrotas consecutivas.      
     "Eu participei de um camp onde treinei com a equipe Alliance, em San Diego com caras como Brandon Vera e Dominick Cruz", diz Paulo Thiago sobre as fases iniciais de sua preparação. "Os caras da Califórnia conhecem o Sanchez muito bem e eles me deram várias informações boas. De volta à Brasília, decidi manter meu treino inteiro aqui, não fui para o Rio de Janeiro, porque a Constrictor Team possui caras com o mesmo estilo do Sanchez , como o Drinaldo 'Massaranduba' Francisco e o Alex Nacfur - ambos são canhotos e especialistas no chão".      

Este treinamento específico para a luta mudou a perspectiva de Paulo, que quer pisar no cage na posição de agressor. Porque para proporcionar a terceira derrota consecutiva ao ex-desafiante peso leve, algo que nunca aconteceu antes, o brasiliense precisa controlar as ações.            "Quando voltei para Brasília, depois da minha luta em British Columbia (UFC 115), a minha intenção era fazer da academia a minha casa, treinando da manhã, de tarde e de noite", diz Paulo Thiago. "Como mencionei, encontrar os erros e o que realmente não estava indo bem, e deixá-los fora da rotina do meu dia-a-dia, uma vez que você começa a fazer isso, você reduz as chances de uma derrota e foi que eu fiz, treinamentos sem erros".           

Com a pressão sobre seus ombros, Paulo Thiago e Sanchez irão para o combate até 77kg com a intenção de usá-lo como uma catapulta para o vencedor e um empurrão para o fundo do poço para o perdedor. A situação é simples - quem sair com a vitória terá um 2011 muito melhor dentro do octógono.          

"Olha, eu me sinto pressionado por mim mesmo. Eu odeio perder, e fico muito aborrecido quando as coisas não correm como planejadas. Se ele está pressionado, eu não sei, cada um reage à sua maneira, mas eu vou tentar derrotá-lo a qualquer custo. Eu construí a minha estratégia com os meus treinadores, a nossa preparação foi 100% focada no que ele vai fazer, e é claro que eu não vou revelar nosso plano aqui (risos), mas agora é minha hora de aplicar o antídoto para tudo que ele apresentar".