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Perfil do lutador: Mílton Vieira

O carioca Milton Vieira faz sua estreia no peso pena contra Felipe Sertanejo no UFC 147 no Brasil.

Nascido em 4 de outubro de 1978, aos 33 anos de idade Milton Vieira alcançou o maior objetivo da carreira. Miltinho (13-7-1) assinou contrato com o UFC para lutar na dura categoria dos penas, hoje comandada por José Aldo. Mas sua história começa muitos anos antes disso, no bairro de Vila Isabel, Zona Norte do Rio. O lutador foi criado pelo pai, Jair, um alfaiate, e não teve a infância com regalias. Precisou aprender a se defender pelas ruas do Rio, o que, de certa forma, mostrou que tinha sangue de lutador. Seu pai fez de tudo para dar o melhor ao filho e, mesmo sem saber, passou o maior exemplo. Vieira lembra que Jair jamais folgava ou tirava férias. Trabalhava, inclusive, aos domingos. Miltinho sabia que para alcançar sucesso teria de fazer o mesmo, treinar sem descanso, ainda mais depois que Jair faleceu, há nove anos.      
   Foi em Vila Isabel também onde passou a praticar artes marciais, numa academia de luta livre próxima de casa. Depois foi treinar na Jop, outra referência da modalidade de combate de solo no Brasil. Aliás, lutar no chão é a maior especialidade de Miltinho, que conta com oito finalizações nos 13 triunfos. Foi usando este quesito que conseguiu uma das vitórias mais marcantes, contra Luciano Azevedo, único lutador que já derrotou o campeão peso pena do UFC, José Aldo. O feito aconteceu no Bitetti Combat 4, em 2009.  
       Apesar das raízes na luta livre, a decisão de ser profissional de MMA foi tomada depois que passou a treinar jiu-jitsu. Por influência do renomado mestre Carlson Gracie que Vieira deu seus primeiros passos no MMA, em junho de 2001. Ao vê-lo em ação pela primeira vez no tradicional dojô em Copacabana, Carlson Gracie logo disse: "Ele é um dos meus galos!" Vieira deu tudo de si nos treinos e, sem medo da dor, saiu esgotado, com o rosto sangrando, mas disposto a continuar.      
   Carlson, que já formara campeões como Murilo Bustamente, Zé Mario Sperry, Wallid Ismail, Paulo Filho e Amaury Bitetti, entre tantos outros, era a força que faltava para que Milton decidisse definitivamente ser um profissional. O Gracie acabou se mudando para os EUA e Milton parou na Brazilian Top Team, equipe comandada pelo ex-campeão de médios do UFC Murilo Bustamante, onde treina até os dias atuais. Entre os parceiros na BTT, outro atleta de renome no Ultimate, Rousimar "Toquinho" Palhares.    
     Nos treinos na BTT, surpreendeu, principalmente com o triângulo de braço, a sua finalização predileta. Muitos dizem até que foi Miltinho o inventor do golpe. O lutador não confirma, mas também não nega a informação. Apenas garante que conhece muitas variações do estrangulamento, que pode surpreender os adversários também dentro do Octógono. A técnica de Vieira impressionou um dos lutadores mais ilustres do mundo na época, Minotauro Nogueira, que tratou de pedir a presença do companheiro no Pride.      
  No entanto, quando tudo parecia que ia decolar, acabou não ocorrendo como imaginava. Chamado em cima da data do desafio, Miltinho foi derrotado em decisão dividida no Pride, em maio de 2005, contra Hayato Sakurai. Uma grave lesão no ombro foi outro percalço, ainda mais depois que o Pride fechou as portas e Vieira perdeu todos os patrocínios. Apesar de não deixar de treinar, o lutador passou por um momento de oscilação na carreira até conseguir se tratar corretamente.    
     A volta por cima ocorreu a partir de 2009, daí em diante venceu cinco das seis lutas que fez. A última vitória ocorreu no Strikeforce - Challengers 18, em agosto de 2011, bem ao seu estilo: finalizou Sterling Ford no primeiro round, com um triângulo de braço. Agora vieira espera dar o seu melhor no Octógono do UFC e, para fazer bonito na nova casa, tem na mente o que o manteve acreditando que um dia estaria ali: fé. Claro, também não deixará de lado a grande lição aprendia com Jair, seu pai. Ou seja, o trabalho vai ser intenso, sem descanso, sem domingos, sem férias.    
    Assim será o seu caminho.