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Pezão e Hunt dão show na Austrália

Maurício Shogun volta a reviver os melhores momentos e reencontra caminho das vitórias

Uma noite incrível em Brisbane, na Austrália, palco do UFC Fight Night no Combate – Pezão x Hunt, nesta sexta-feira. Com cinco brasileiros no Octógono, três vitórias embalaram a noite, com destaque para a volta por cima de Maurício “Shogun” Rua com um nocaute chocante sobre James Te Huna. Mas o que realmente levou o público ao delírio foi a batalha entre Antônio “Pezão” Silva e Mark Hunt, cinco rounds de pura emoção. No final das contas, o empate majoritário acabou sendo justo diante de uma performance fenomenal de ambos os atletas.

Na principal luta da noite, Pezão e Hunt buscavam se recuperar, cada um derrotado em sua última apresentação. E isso ficou evidente dentro do cercado. No primeiro round, o brasileiro conseguiu bons chutes nas pernas e um knockdown. Novamente castigando as pernas, viu Hunt acusar os chutes na segunda etapa. No terceiro assalto, o neozelandês surpreendeu com um direto que derrubou o brasileiro, seguido de um domínio no chão, no ground and pound. Hunt voltou a cair por cima na quarta etapa, mas Pezão se levantou e se recuperou com uma sequência de golpes, derrubou e chegou à montada, quando ficou perto de definir a luta numa nova série devastadora de socos. Exaustos, Hunt voltou melhor no início do quinto round, mas Pezão conseguiu escapar do sufoco e aguentou até o fim. Um dos jurados deu vitória para Mark Hunt, enquanto outros dois declararam o empate, o que caracterizou empate por decisão majoritária. Embora esta crônica tenha visto vitória do brasileiro, foi um resultado justo diante da garra mostrada por cada um dos atletas e a equivalência no confronto de uma forma geral.

“Hunt é um cara muito duro. Treinei muito para esta luta, mas machuquei as minhas costas há duas semanas e dei o meu melhor hoje aqui”, declarou Pezão.

No co-evento da noite, Maurício Shogun entrou com pressão no Octógono montado no Brisbane Entertainment Centre. Declarações do próprio presidente do UFC, Dana White, davam conta de que, se perdesse, o brasileiro poderia até se aposentar. Diante disso, quem teve que pagar caro foi James Te Huna. Shogun mostrou uma postura diferente das outras apresentações nos primeiros instantes, dominando as ações e soltando bons chutes. Após esquivar de um upper disparado por Te Huna, o brasileiro contragolpeou com um gancho certeiro de esquerda, que acabou com qualquer chance do australiano. O nocaute, a 1min3s, deu fim a uma série de duas derrotas do ex-campeão do UFC e Pride. Com justiça, o repórter e apresentador Jon Anik declarou no Octógono: “Shogun está de volta!”.

“Dedico está vitória à minha equipe, família e fãs!”, disse Shogun, para a alegria dos brasileiros presentes na arena. “O Te Huna é um cara muito duro e ele veio para a trocação. Pensava que ele fosse para o clinch, e foi nessa que peguei ele”, completou.
 

Entre os meio-pesados, Ryan Bader parecia que iria definir rapidamente contra o veterano Anthony Perosh. No entanto, diante da sua torcida, o australiano aguentou como pôde durante os três rounds. Com vantagem na trocação, Bader aproveitava bem as investidas para usar sua arma mais poderosa, o wrestling. Ao chão, o que se viu foi um massacre do americano, com socos e cotoveladas.  Perosh apenas se preocupava em resistir, em aguentar o castigo. E dessa forma ele foi até o final, aos trancos e barrancos. Na decisão dos jurados, decisão unânime para Ryan Bader, que se recupera da derrota sofrida para Glover Teixeira em setembro. 

No intuito de causar boa impressão no Octógono, depois de uma vitória monótona contra Nikita Krylov, no UFC 164, o peso pesado Soa Palelei usou a estratégia perfeita contra Pat Barry. Sabendo das qualidades do oponente na trocação, o australiano logo buscou derrubar. No chão, chegou à montada, de onde disparou uma série de socos. Barry não conseguiu se defender e acabou nocauteado aos 2min9s. É a segunda vitória de Palelei no UFC, agora numa série de dez combates sem perder. Na segunda luta do card principal, Clint Hester vinha levando a melhor contra Dylan Andrews, mas ficou mais fácil quando o oponente machucou o ombro e não teve mais condições de prosseguir, no intervalo para o terceiro assalto.
 

Estreante no UFC, Bethe Correia tinha que bater a experiente Juile Kedzie para se manter invicta no MMA. E foi o que a brasileira fez, numa disputa bem equivalente. Bethe, que buscou sempre o centro do Octógono, conseguiu conectar bons socos, enquanto Kedzie tentava responder com chutes. Os dois primeiros rounds foram parelhos, com pequena vantagem de Bethe. No assalto final, a brasileira conseguiu ampliar a vantagem após derrubar e efetuar alguns ataques no chão. Por decisão dividida, Bethe Correia venceu na sua primeira vez pelo Ultimate, além de ampliar o cartel para sete resultados positivos. Já Juile Kedzie perdeu a quarta em sequência e fica em situação delicada.

No card preliminar, Caio “Hellboy” Magalhães buscava a segunda vitória em três lutas pela organização contra Nick Ring. Nos três rounds, o brasileiro não teve vida fácil. Na trocação, usava o contragolpe diante dos ataques perigosos do americano, que conseguiu boas joelhadas no clinch. Foi na luta agarrada que Caio fez valer a sua superioridade, tendo terminado o segundo assalto no ground and pound e ficado por cima em toda a terceira etapa, quando Ring demonstrou bastante cansaço. Na decisão dos jurados, por unanimidade, melhor para Caio, enquanto Nick Ring sofreu a segunda derrota seguida.

Dois estreantes e invictos no MMA com 13 triunfos, este era o cenário de Bruno “Carioca” Santos x Krzysztof Jotko. No primeiro assalto, Bruno tentou imprimir o seu jogo de quedas e ground and pound, mas teve dificuldade para derrubar o polonês e acabou sofrendo uma queda em um contragolpe. Na segunda etapa, Krzysztof passou a usar a maior envergadura e teve bons momentos na trocação, tendo conectado bons socos. Na terceira parcial, Bruno foi para o tudo ou nada, conseguiu derrubar e pegar as costas, de onde atacou numa tentativa de estrangulamento. Mas Krzysztof escapou do perigo e terminou por cima, no ground and pound. Na decisão dos jurados, por unanimidade, o polonês segue invicto, enquanto Bruno Carioca volta da Austrália amargando o primeiro revés.

 

Confira todos os resultados:

Antonio Pezão e Mark Hunt empataram em decisão majoritária

Mauricio Shogun venceu James Te Huna por KO a 1min3s

Ryan Bader venceu Anthony Perosh por decisão unânime

Soa Palelei venceu Pat Barry por TKo aos 2min9s do R1

Clint Hester venceu Dylan Andrews por TKO (intervenção médica) no R2 para o R3

Bethe Correia venceu Juile Kedzie por decisão dividida

 

CARD PRELIMINAR   

Takeya Mizugaki venceu Nam Phan por decisão unânime  

Caio Monstro venceu Nick Ring por decisão unânime

Justin Scoggins venceu Richie Vaculik por TKO aos4min43s do R1

Krzysztof Jotko venceu Bruno Santos por decisão unânime  

Alex Garcia venceu Ben Wall por KO aos 43s do R1