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Duas opiniões sobre o mesmo tema iniciam a discussão. Leia e participe!
O segundo capítulo de Renan Barão x T.J. Dillashaw acontece sábado (30), no UFC 177. No primeiro encontro - apenas três meses atrás -, o norte-americano contrariou as estatísticas e faturou vitória sonora, tomando o cinturão do brasileiro, que perdeu invencibilidade de nove anos.
Editores dos site do UFC, Fernando Cappelli e Denis Martins discorrem sobre chances e possibilidades na nova empreitada. Confira os palpites e participe da discussão no espaço de comentários abaixo.
Fernando Cappelli: Todo e qualquer lutador sonha em deixar alguma marca no mundo tão competitivo e 'predatório' quanto o do MMA moderno. T.J. Dillashaw o fez. Calou minha boca e a de milhares de fãs no mundo todo ao proporcionar um monólogo dolorido de quase 25 minutos para Renan Barão no primeiro combate.
Agora, terá de cumprir a sina dos que derrotam caras muito dominantes: repetir a dose e provar que é o campeão com 'C' maiúsculo. No primeiro encontro, o norte-americano surpreendeu o potiguar com striking repleto de movimentação dinâmica e versatilidade. O jogo 'desconstruído' nos fundamentos mais básicos deve ter amadurecido ainda mais na condição de campeão.
Primeiras defesas de cinturão costumam ser terríveis para muita gente. Dillashaw passou da condição de azarão para campeão sem meio-termo. Assim, desta vez pode jogar seguro e mesclar mais as habilidades em pé com as do wrestling de origem, criando outro 'fiel da balança' (mais uma vez) diferenciado.
Há nove anos sem perder, o gosto da derrota já havia saído da boca do brasileiro. Neste novo compromisso, será a primeira vez que Barão pisará no octógono do UFC sem o favoritismo monstruoso massageando os ombros. Por isso, será providencial saber como estará a parte psicológica: se filtrou o ‘terremoto’ e sequelas causadas no primeiro compromisso.
Muitos afirmam que um tira-teima imediato foi o pior negócio para o brasileiro. Mas prefiro (ainda) acreditar em grandes histórias de superação, - clichezentas, mas reais - dentro de um universo tão passional quanto o dos esportes de combate.
Denis Martins: Chega a ser batido falar que ninguém acreditava no T.J. Dillashaw, além dele e de sua equipe, na épica primeira luta que fez contra o até então imbatível Renana Barão. Deve ser - na verdade é -, muito difícil ir para um combate com tanta coisa 'contra', ainda mais na luta mais importante de sua carreira.
Entretanto, estamos falando de lutadores, guerreiros, competidores de alto nível. Acredito que o T.J. levou – além de sua preparação para a luta – uma importantíssima vantagem de que poderia vencer um cara invicto ha pouco mais de nove anos.
Acredito que essa forma psicológica de encarar o desafio de amanhã, no UFC 177, será primordial tanto para o campeão quanto para o ex-campeão. TJ encontrou um jeito de transpor o escudo da invencibilidade de Barão, e o brasileiro tem que provar que aquela foi 'apenas' uma noite ruim.
Obviamente, neste e em outros esportes, a palavra provação é rotineira. Mas nas oportunidades que você precisa provar algo a mais, que foi só um tropeço no caso do Barão, enquanto TJ tem de provar de vez que é 'o cara' da divisão de agora em diante. É quando se começa a ver a complexidade.
Barão já mencionou que vai partir para cima, buscando nocautear no round inicial, e se isso não acontecer, como ele fica para os outros quarto assaltos? É apenas um detalhe, mas que agrega questionamentos em como o desafiante vai se portar mentalmente de acordo com a luta. Não acredito que o campeão trará mais do mesmo (que apresentou na primeira disputa). Na minha opinião, essa é a vantagem de T.J. em sua primeira defesa.
Agora se o Barão retomar o cinturão, imaginem comos seria um tira-teima derradeiro. Sinistro!