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Jones encara Glover em busca da sétima defesa seguida de cinturão
UFC 172, Baltimore, Estados Unidos: card recheado de boas lutas e a mais que aguardada disputa de cinturão dos meio-pesados, entre o campeão Jon Jones e o desafiante Glover Teixeira. Direto e reto, vamos para as análises com os principais destaques que estarão em ação na noite deste sábado (26).
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Jon Jones x Glover Teixeira
Até a luta contra Alexandre Gustaffson, na edição 165, Jon Jones despertava a crença de que seria derrotado apenas com intervenção divina. Golpeado pra valer, derrubado pela primeira vez, o campeão cortou o dobrado e venceu o sueco em apertada decisão por pontos. Com menos tabus sobre os ombros - mas ainda na condição de 'o cara a ser batido' no MMA, tentará agora a sétima defesa de título.
Mestre em dominar as distâncias de luta, Jones tira proveito do espécime físico diferenciado e de cada detalhe da envergadura ‘singela’ de 2.15m para executar dieta versátil de punhos, pés, joelhos e cotovelos (sim, os famosos - e mortíferos – cotovelos).
Aliado a isso, o wrestling paredão ‘made in USA’ faz a diferença em clinches, quedas e transições. Jones não é propriamente um nocauteador clássico. Mas o mix das virtudes e o porte físico favorecem vitórias na via rápida ou finalização.
Glover traz um pacote de destruição bem definido. O dom de intimidar e encurralar oponentes personifica alguém que pode surrar qualquer um. Mas o estilo rústico e sem retrancas também facilita para que seja atingido com mais frequência, como na última atuação, contra Ryan Bader (UFC BH), quando passou sufoco momentâneo, mas venceu por nocaute.A marca registrada do brasileiro, que vem de 20 vitórias consecutivas (cinco pelo UFC) é o cruzadão de direita em contragolpe, uma das técnicas mais tradicionais do boxe.
Jones troca de base constantemente, muda de postura, ataca em ângulos imprevisíveis, manda chutes com fintas e cotoveladas giratórias.
Tudo isso será o grande entrave para um golpeador massivo como Glover fazer valer o ritmo ofensivo e 'para frente o tempo todo'. O brasileiro dificilmente mudará o instinto agressivo e adotará uma tática geral mais dinâmica, com jogo de pernas constante e o uso de toda área do octógono para tentar confundir o campeão.
Assim, terá de se esmerar em ser preciso nas bombas em forma de cruzados e uppers, além de confiar nos bons números da luta agarrada – tem 96% de aproveitamento nas defesas de queda -, para manter acesas as chances de vitória.
Phil Davis x Anthony Johnson
Davis domina as minúcias do wrestling e as alia com padrão em pé que potencializa as vantagens da envergadura. de 2.01 m. Os números mostram que Mr. Wonderful recebeu apenas 70 golpes significativos nas nove vitórias pela organização, e detém a quarta melhor média defensiva, com 74% de aproveitamento.
Johnson retorna ao UFC após conturbada demissão em 2012, quando esteve nos meio-médios e médios, com dificuldades gritantes em bater o peso por causa do porte físico (tem 1,88m de altura). Ele migrou para eventos de menor porte e alcançou seis vitórias consecutivas. Agora meio-pesado, o segue um striker perigoso, com timing preciso nos chutes altos em contragolpe e nos momentos de pancadaria mais inflamada.
É difícil visualizar algum oponente que não seja colocado para baixo, em algum momento, por Phil Davis. O forte ritmo imposto e o controle brutal imposto na luta agarrada - com destaque para perigosos triângulos de mão - têm se mostrado fórmula sólida e que pode levá-lo, em breve, para a chance de cinturão, caso vença – e convença – em Baltimore. Mais uma colisão interessante de estilos está sobre a mesa. Quem se sairá melhor?
Luke Rockhold x Tim Boetsch
Ex-campeão do Strikeforce, Rockhold é um lutador longilíneo, técnico, está em quinto no ranking oficial dos médios e quer provar de vez que pode ser levado a sério como um dos top contenders da divisão.
Mais baixo, Boetsch faz o estilo brigador, do tipo que se manda ao ataque sem se importar muito com parâmetros técnicos. O ímpeto na curta distância pode representar perigo real para Rockhold nos momentos mais francos, mas este pode confiar na boa movimentação, em eficientes golpes retos (como diretos ou chutes frontais) e na faixa marrom de jiu-jitsu para se manter no controle das ações e escapar dos sustos.
Joseph Benavidez x Tim Elliott
Sempre é interessante ver o estilo 'fio desencapado' dos moscas. Após perder a disputa de cinturão duas vezes para o atual campeão Demetrious Johnson, Benavidez tem de apertar o cinto para vencer bem para se manter nas cabeças da categoria. Elliot tem boa diversidade de golpes, mas deve penar com a maior experiência e sucessão de socos, chutes, transições, tentativas de finalização de Benavidez.
Bethe Correia x Jessamyn Duke
Outra representante do Brasil no card, Bethe faz a segunda luta pela organização, após a estreia com vitória sobre Julie Kedze, em dezembro do ano passado.
Duke fez parte do time da campeã Ronda Rousey no TUF 18. Strikers por natureza e invictas na carreira profissional, as lutadoras devem fazer mais um combate franco, como tem sido praxe na divisão feminina. A norte-americana tem melhor envergadura, mas menos experiência: apenas três lutas profissionais, contra sete da paraibana.