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Análises dos principais destaques da noite de combates de sábado, em Las Vegas
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O UFC 173 acontece sábado (24), e coloca o cinturão dos galos em disputa. Na atração principal, o campeão Renan Barão tenta manter o reinado na divisão contra o desafiante TJ Dillashaw. Nos meio-pesados, Dan Henderson e Daniel Cormier buscam encurtar o caminho até uma possível disputa de título, em posse atual de Jon Jones.
Principais destaques da noite devidamente 'dissecados' abaixo.
Renan Barão x TJ Dillashaw
O brasileiro vem da marca vistosa de 35 vitórias consecutivas (sete pelo UFC) que o coloca como o único atleta até 61kg no ranking peso por peso da organização, onde ocupa a terceira colocação.
A versatilidade e a capacidade de o campeão desenhar vitórias pelas vias rápidas tem intimidado até os desafiantes mais experientes. Barão tem enfileirado caras como Urijah Faber, Eddie Wineland e Michael McDonald. A cada atuação, fica claro que as opções disponíveis para ameaçar o trono de Barão estão cada vez mais escassas.
Dillashaw é um wrestler ortodoxo e sabe fazer bem o que se espera de lutadores do tipo: mixa bem quedas com golpes inesperados, executados em diversos ângulos e com os adversários retomando o equilíbrio. Vindo de dois triunfos por nocaute (sobre Issei Tamura e Hugo Wolverine), é discípulo direto de Faber, e vai na vibe de ‘vingar o mestre’ para dar ao Team Alpha Male o primeiro cinturão do Ultimate.
Barão está acostumado a lidar com gente grudada às pernas para tentar cravá-lo no solo. No UFC, tem média impecável nas defesas de queda, com 95.65%. Dillashaw certamente colocará esse número à prova, o que configurará o principal embate técnico do confronto.
Com jabs e chutes enjoados, Barão é sistemático em encontrar o timing para se desvencilhar dos momentos de luta agarrada com joelhadas voadoras, golpes giratórios e outras surpresas. Contragolpeador experiente, deve usar a paciência para acumular danos e mais danos ao adversário na média para a longa distância, ou mesmo usar o feelling para aproveitar brechas e tentar finalizações.
Dillashaw tem se dedicado pesado no striking e pode ter bons lampejos em pé, mas nunca teve pela frente um golpeador tão incisivo e 'tiro certo' quanto o campeão. A chave será pressionar constantemente usando o que tem de melhor. Resta saber até que ponto será suficiente.
Dan Henderson x Daniel Cormier
Aos 43 anos (e sem TRT desde a derrota para Rashad Evans, por pontos), Henderson ainda impressiona pela capacidade de complicar a vida de oponentes dez ou 15 anos mais novos. Não deve haver nada que ele não tenha vivenciado dentro de uma arena de luta.
Contra Cormier, o buraco vai ser mais embaixo.
Ex-peso pesado, o habilidoso wrestler fará a segunda luta nos meio-pesados, e deve criar perigo constante com o jogo compacto baseado na potência, clinches e golpes traumáticos.
O melhor caminho para Hendo é ajustar algum ângulo e disparar o ‘canhão’ de direita que carrega em forma de soco. Aquela coisa do 'basta um soco para resolver' e 'tudo pode acontecer' sempre tem de ser levada em conta.
Cormier deve fazer 'blitz' pesada no jogo de abafa para evitar isso, pressionando o ‘tiozão’ contra as grades e colocando pressão constante para cansá-lo.
Henderson tem cacife e ‘queixo de granito’ de sobra para bater de frente com tais características. Mas a vitalidade e a velocidade de Cormier devem ser grandes diferenciais. Pelo menos em teoria.
Robbie Lawler x Jake Ellenberger
Encontro de dois dos maiores nocauteadores da divisão até 77kg. O experiente Lawler ganhou novo gás ao disputar o cinturão da categoria contra o agora campeão Johny Hendricks, quando vendeu caro a derrota na decisão por pontos, na edição 171.
Além de estar quase um ano parado por lesão, um dos grandes problemas para Ellenberger é tentar fugir do instinto agressivo e se tornar mais tático. Foi assim que perdeu a meada contra o canadense Rory MacDonald e acabou derrotado.
Cadência deve ser o ponto-chave. Lawler tem começado os combates mais devagar e dinâmico. Ellenberger vai melhor quando adota o estilo 'tratorzão' desde o começo. Ele tem adaptações de wrestling mais refinadas, e este aspecto pode funcionar como definidor de destinos dentro do octógono.
Francisco 'Massaranduba' x Michael Chiesa
Campeão do TUF 15, o barbudão Chiesa não engana ninguém sobre as deficiências de striking. Grappler nato, seu trabalho em pé é secundário, feito para configurar quedas e trabalho de solo.
Massaranduba é um lutador mais incisivo e que fareja o nocaute, mas também tem grande background no jiu-jitsu. Ele vem de vitória apertada na decisão dividida sobre Jesse Ronson, em fevereiro.
As ações no chão devem ditar o ritmo da coisa. O norte-americano é obcecado por finalizações e perdeu apenas uma das onze lutas profissionais da carreira (sete triunfos por submissão). Massaranduba sempre conta com poderosos overhands como base ofensiva, além de trabalhar bem a meia-guarda, de onde pode encaixar triângulos de mão característicos.
MAIS!
Luta da noite?
Henderson x Cormier tem as melhores chances de garantir a grana extra. Hendo se recuperou da má fase ao nocautear Shogun, no UFC Natal. Agora, terá pela frente um dos prospectos mais confiáveis entre os meio-pesados.
Nocaute da Noite?
Lawler x Ellenberger. Mãos pesadas e dentes cerrados para todos os lados.
Pergunta da noite?
Barão pulará José Aldo e se torna o número dois no ranking peso por peso do UFC? O presidente Dana White disse recentemente que já considera o potiguar à frente do campeão dos penas. Uma vitória bombástica sobre Dillashaw eleva a marca de Barão para 36 vitórias consecutivas. Pode ser bem plausível.
Personagem da noite?
Dan Henderson. Se perder, o veterano pode mais uma vez anunciar que vai pendurar as luvas. Se vencer, com boa vontade da cúpula da organização pode até ficar perto de uma chance de título na divisão até 93kg. Será?