
Eventos
"Eu não me permito mais desistir".
O tom sério com que Priscila Pedrita reproduz essas palavras deixa claro o foco e objetividade da brasileira em seu próximo compromisso no Octógono. Ela encara a sul-coreana Ji Yeon Kim no card principal do UFC Vegas 49, programado para o dia 26 de fevereiro, em Las Vegas.
Priscila vem de derrota em sua última apresentação e reconhece que nunca teve vida fácil no Octógono. A brasileira estreou no UFC em 2018, em Belém, e teve pela frente a atual campeã peso-mosca Valentina Shevchenko - um duelo que era a realização de um sonho para a carioca.
Priscila Pedrita e Valentina Shevchenko se abraçam no UFC Belém. (Foto por Buda Mendes/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)
"Eu achei que ia vencer. É incrível nossa capacidade de acreditar. Era um sonho sendo realizado, ainda mais lutando com a Valentina, que é a atual melhor do mundo no peso por peso", relembra a brasileira em entrevista exclusiva ao UFC Brasil. "Eu também estava lesionada no joelho. Eu lesionei o menisco e o ligamento uma semana antes. Mesmo assim, eu fui. Guerreira não foge da luta".
E guerreiros, como ela mesma diz, também lidam o tempo todo com adversidades. Após o revés contra a campeã, Pedrita lutou mais duas vezes e saiu derrotada em ambas. Para muitos, era o fim da linha da peso-mosca no Octógono, mas ela recebeu mais uma chance de se provar: contra Shana Dobson, em 2020 - e não decepcionou.
"Agradeço ao UFC por ter acreditado na minha capacidade e potencial", comentou. "Minhas três primeiras lutas no UFC foram derrotas, mas foram três lutaças. Acho que foi por isso que me mantiveram. Eu tenho esse estilo que o público gosta. Essa Pedrita é que vai entrar sempre, que tem o coração na ponta da luva".
Pedrita conseguiu nocautear Dobson em apenas 40 segundos - um dos nocautes mais rápidos entre as mulheres na história do UFC. Mais de um ano depois, ela provou sua evolução e conquistou mais um nocaute, dessa vez contra Gina Mazany.
"A Pedrita que entrou no UFC era completamente crua. Foi avassaladora no Brasil defendendo queda e nocauteando e entrou para o UFC muito rápido. Eu conheci luta com 25 anos e com 27 eu já estava no UFC. Hoje, tecnicamente dizendo, aprendo dentro da organização".
"Eu tenho uma excelente equipe, excelentes coachs, uma estrutura excelente aqui no Pará e eu tenho certeza que não faço todo esse sacrifício em vão. Ficar longe da família, das pessoas que eu amo. Do meu filho, principalmente".
Seu último resultado, porém, não foi como esperava. A carioca teve problemas com corte de peso por conta de uma forte gripe e não conseguiu a terceira vitória seguida, acabando finalizada por Gillian Robertson no UFC 269, em dezembro do ano passado.
Nada que desanime a lutadora. Ela agora tem a chance de continuar provando a sua evolução contra Ji Yeon Kim. O estilo de luta da rival, como ela mesmo diz, favorece sua estratégia no Octógono, e ela espera mais uma vez mostrar seu poder de nocaute para o público.
Priscila Pedrita comemora a vitória no UFC 262. (Foto por Josh Hedges/Zuffa LLC)
"Entrando minha mão, acredito no nocaute. Eu acho que ela vai bater e sair, bater e sair, vai buscar pontuar, mas vai ser uma boa luta. Estou bem treinada para isso. Quem sabe o 'Martelo de Thor' entra e eu consigo um nocaute", ri a lutadora, que complementa. "Estou disposta a corrigir meus erros e vamos com tudo. Vou mostrar uma Pedrita completamente evoluída".
E caso saia vitoriosa, ela não quer esperar muito para voltar. "Eu já quero acabar essa luta e pedir outra. Vamos para a próxima guerra e depois dessa vamos para outras. Vamos aos recordes".
O UFC Vegas 49 será transmitido neste sábado (26), ao vivo pelo Combate, a partir das 18h (horário de Brasília).