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"Amadureci muito, e acredito que aprendemos mais nas derrotas. Eu voltei e
trabalhei em tudo; queria melhorar meu boxe, Jiu-jitsu, wrestling,
tudo." - Rafael "Feijao" Cavalcante
Assim como as crianças americanas crescem idolatrando atletas como Derek Jeter, LeBrown James, e Peyton Manning, muitas crianças brasileiras tem como seus heróis do esporte os grandes do Jiu-jitsu como Royce Gracie.
Rafael Cavalcante de Ilha Solteira, SP era uma dessas crianças.
"Eu sempre assisti o UFC, desde que Royce lutava", ele disse. "Quando era moleque e estava treinando Jiu-jitsu, já queria estar lutando lá. Para mim, lutadores eram como super heróis."
Ele e o resto do mundo viu Royce praticamente criar o esporte com sua performance no primeiro evento do UFC em 1993, a jornada de Rafael até o UFC foi auxiliada por um encontro em 2006 com outro de seus heróis, "Minotauro" Nogueira, que colocou o lutador embaixo de suas asas. No fim daquele ano, uma luta em dezembro contra Rubens Xavier em São Paulo provou ser sua última em sua cidade natal até ele voltar neste sábado para sua estreia no UFC contra Thiago Silva.
"Eu me lembro da multidão", ele sorri. "Os brasileiros são muito apaixonados por aquilo que gostam."
E eles gostaram de Rafael que destruiu Xavier em 2 minutos e 30 segundos para melhorar seu cartel profissional para 3-0.
"Eu sabia que estava crescendo", ele disse. "Eu estava no caminho certo para estar entre os melhores, e hoje acredito que estou, mas passei por muita coisa, e por muitas organizações para chegar aqui."
Da IFL para o EliteXC e finalmente para o Strikeforce, Rafael entrou no jogo com um ataque agressivo e uma aparente aversão as pontuações dos jurados.
Ao longo dos anos, lutadores como Devin Cole, Aaron Rosa, Antwain Britt, King Mo Lawal, e Yoel Romero caíram por suas mãos, e em 2010, o nocaute técnico no terceiro round contra Lawal lhe rendeu o título meio-pesado do Strikeforce.
Seu reinado acabaria sete meses depois, quando Dan Henderson o bateu por TKO no terceiro round, um momento essencial em sua carreira.
"Fiz muitas mudancas", ele disse. "Senti que estava ganhando a luta, mas isto prova que qualquer coisa pode acontecer. Amadureci muito, e acredito que aprendemos mais nas derrotas. Eu voltei e trabalhei em tudo; queria melhorar meu boxe, Jiu-jitsu, wrestling, tudo."
Seis meses depois da derrota para Hendo, Rafael deu a volta por cima de forma espetacular com um nocaute sobre Romero. Sua finalização contra Mike Kyle foi igualmente impressionante, mas se tornou um No Contest quando ele testou positivo para uma substância proibida chamada Stanozolol, que também lhe rendeu uma multa e um ano de suspensão.
"Senti que madureci muito com a suspensão", ele disse. "Trabalhei muito duro, tive total apoio da família Team Nogueira, manti meu foco e agora acredito que estou na minha melhor forma, melhor do que antes."
E quando seus companheiros de equipe são pessoas como Minotauro, Rogério Nogueira, Anderson Silva e Erick Silva, você provavelmente se levanta um pouco mais rápido do que a maioria. É uma educação que o dinheiro simplesmente não pode comprar.
"Eu aprendi muito", ele disse. "Ele passaram por muita coisa dentro e fora do ringue, e eles passam essa experiência para frente. Eles também ajudam a melhorar e ajudam com os planos de jogo, coisas que somente a experiência traz."
Aquelas aulas com os melhores do jogo somente ajudarão Feijão em sua estreia no Octógono contra o compatriota Thiago Silva, que tem quase o mesmo número de lutas (10) que Rafael tem de vitórias (11). E no papel, esta parece uma guerra.
"Ele é um lutador completo, bom no chão, bom em pé", ele disse sobre Thiago. "Ele é agressivo, um estilo parecido com o meu, e quando ele perde, estava lutando até o fim."