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Atletas

Raulian Paiva quer vencer em memória do pai no UFC Vegas 57

Peso-galo encara Sergey Morozov no card preliminar do evento deste sábado (25)

A vida de um lutador é cercada de momentos difíceis, onde ele precisa encontrar motivação e resiliência para superar os tais obstáculos. É com esse espírito guerreiro que Raulian Paiva chega ao UFC Vegas 57, onde enfrenta Sergey Morozov no card preliminar do evento deste sábado (25).

Raulian vem de derrota em seu último combate, onde foi batido por Sean O'Malley no UFC 269, mas o revés no Octógono não chegou perto de uma das grandes dores de sua vida - a perda de seu pai em janeiro deste ano.

"Quando eu cheguei no meu estado, no começo do ano, meu pai faleceu", disse em entrevista ao UFC Brasil. "Por isso fiquei parado nos treinos e me dediquei à família. Tive que colocar a cabeça no lugar também e aceitar a vontade de Deus".

O luto se tornou motivação para o UFC Vegas 57. Raulian guarda no coração os bons momentos vividos com seu pai, com quem tinha uma relação muito próxima, e quer homenageá-lo com uma vitória memorável no sábado.

Raulian Paiva na Pesagem Cerimonial do UFC 269. (Foto por Chris Unger/Zuffa LLC)

Raulian Paiva na Pesagem Cerimonial do UFC 269. (Foto por Chris Unger/Zuffa LLC)


"Com essa perda do meu pai, eu fiquei muito mais forte. Mentalmente eu estou muito forte. Perder um pai é muito difícil e ele era meu fã número 1, mas com certeza isso me motiva. Eu vou vencer por ele. Vou dedicar a vitória a ele. Tenho certeza de que ele estará me vendo e torcendo por mim. Ele vibrava muito comigo".

O caminho para isso, no entanto, não será fácil. Raulian reconhece a qualidade de Morozov, especialmente no grappling, mas acredita ter as ferramentas necessárias para ditar o ritmo do duelo.

"Eu sei que ele é do wrestling, do sambo e sei que vai querer encurtar e levar para o chão. As derrotas dele foram por finalização e por mata-leão. Meu plano é fazer um jogo misto, o MMA mesmo. Começar em cima e levar para o chão se eu ver quer está ruim para mim. Vou para onde for minha zona do conforto".

Raulian também acredita que Morozov terá uma motivação a mais para o duelo, já que ele venceu Zhalgas Zhumagulov, compatriota e companheiro de treinos do adversário de sábado.

Raulian Paiva chuta Zhalgas Zhumagulov no UFC 251. (Foto por Jeff Bottari/Zuffa LLC)

Raulian Paiva chuta Zhalgas Zhumagulov no UFC 251. (Foto por Jeff Bottari/Zuffa LLC)


Apesar de ser um adversário complicado, o amapaense relembra de seus antigos oponentes no Octógono, inclusive Allan "Puro Osso", com quem lutou no Contender Series Brasil. Para Raulian, não existe caminho fácil para se chegar ao topo e enfrentar lutadores de alto nível somente o fazem crescer como atleta.

"Eu só peguei pedreira até o momento, seja na vitória ou na derrota. A luta com o 'Puro Osso', por exemplo, foi dura para caramba. E fico muito feliz de ver que ele foi contratado e conquistou a primeira vitória no UFC. Mas mesmo dentro do UFC, e só você ver que não tive vida fácil desde que cheguei".

"Tem atleta que diz que quer respirar, pegar uma luta mais fácil, mas eu gosto disso. Eu acho muito legal o UFC só me jogar essas pedreiras, pois me faz evoluir mais e cada vez mais rápido. Eu vou ganhar do Morozov e logo em seguida me preparar para outro casca grossa, pois nessa divisão só tem luta complicada".

Raulian Paiva posa para retrato após a vitória no UFC Vegas 32. (Foto por Mike Roach/Zuffa LLC)

Raulian Paiva posa para retrato após a vitória no UFC Vegas 32. (Foto por Mike Roach/Zuffa LLC)


E além de homenagear a memória de seu pai caso conquiste a vitória no sábado, Raulian tem um pedido especial para fazer: lutar em frente dos fãs brasileiros.

"Faz muitos anos que não luto no Brasil. Queria muito isso. Seria uma honra representar nossa nação, na nossa terra e em um card cheio de lutas legais. Mas quero lutar em outubro, caso não role. Agora eu só estou focado em representar o Brasil, meu estado e ganhar mais uma".