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Um sentimento único, uma glória ainda não alcançada, mas muito perseguida, e finalmente conquistad. A primeira vitória dentro do UFC. O peso que Rafael dos Anjos tirou das costas em sua última apresentação, contra Rob Emerson no UFC 103 do dia 19 de setembro, serviu para ele mostrar que a maré de azar estava afastada, e que ele podia mostrar o que sempre quis dentro do Octagon.
"É, realmente o peso estava muito grande, ele disse. "Muita responsabilidade. Eu estava vindo de duas derrotas e apesar de as lutas terem sido boas, eu perdi. Mas eu tenho a cabeça muito boa pra lidar com esse tipo de pressão, e a situacão não atrapalhou o desempenho."
Rafael, um faixa preta de Jiu-jitsu de Roberto "Gordo" Correa, sempre foi conhecido por suas habilidades no chão. E esta especialidade já forçou muito adversários a dar os três tapinhas. Entretanto o rótulo de lutador de chão era algo que ele não queria trazer contra Emerson. Desferindo muito chutes por dentro das pernas do adversário, o carioca de 24 anos de idade, abriu caminho para a vitória por decisão unânime.
"Algumas pessoas pensavam que eu só sabia lutar no chão," ele falou. "Mas eu venho aperfeiçoando a minha trocacão e venho melhorando a cada dia. Não fiquei surpreso com o que apresentei, sei do meu potencial e sabia que no jogo em pé ia complica-lo."
Os chutes por dentro da coxa são de alto grau de complicação para serem defendidos. Um chute após o outro Rafael foi minando a resistência de Emerson que se perdeu e não conseguiu defender a maioria. O castigo fez efeito e, para Rafael, os chutes combinados com sua condição de canhoto foram letais.
"Venho treinando muay thai com o professor Vander Valverde e ele sempre me cobra usar meus low kicks," ele agradece ao professor. "Pelo fato de eu ser canhoto eles (os chutes) pegam na parte interna da perna do adversário e isso me traz uma certa vantagem na luta. Vimos que ele jogava com o peso todo na perna da frente, então foi perfeito trabalhar os chutes, e o desequilibrei bastante."
Porém Rafael não credita a itória somente ao seu jogo em pé, deixando evidente a condição de lutador de MMA moderno, completo.
"Não só os chutes," ele exalta. "Acho que as quedas que apliquei, o ground and Pound e o domínio do octagon. Acho que foi um conjunto e tudo aconteceu na hora certa, fiz a estratégia certa. Eu venho me dedicando e melhorando a cada dia, portanto me senti muito a vontade na luta em pé desta vez. Daqui pra frente vai ser só assim quem quiser brigar em pé comigo eu vou brigar e se for pro chão eu me viro."
Rafael teve um pouco de dificuldades para derrubar Emerson no principio do embate. As primeiras investidas foram bloqueadas com perfeição pelo americano, que mostrou um ponto forte neste quesito. Mas Rafael insistiu e achou o tempo certo para derrubar e punir o adversário no solo também.
"Normalmente no inicio da luta você esta mais forte, então fica mais fácil de defender as quedas," ele comentou. Mas sabia que ia dar uma trocada e achar o tempo certinho da entrada." Rafael disse sobre as quedas
No final da luta, uma franca trocação deixou fãs brasileiros temerosos, afinal o jogo aberto poderia custar a primeira vitória de rafael dentro do UFC e a 12ª da carreira.
"Estava tudo okay," ele tranquiliza. "Tinha batido um cansaço, mas ele também estava. Sabia que faltava pouco pra acabar a luta e que a mão dele não estava tão pesada quanto no começo da luta. A vitória era minha e eu não queria terminar a luta fugindo do oponente."
No aguardo do seu próximo compromisso, segundo Rafael ele já estaria pronto de imediato.
"Seria uma boa fazer uma luta esse ano ainda," ele demonstra seu desejo. "Graças a Deus não me lesionei, descansei uma semana e estou de volta a ativa. O UFC é quem manda, se eles acharem que é minha hora, estarei preparado."
Finalizando, o peso leve dá seu palpite sobre a próxima disputa do cinturão de sua categoria, no UFC 107 (dia 12 de dezembro) envolvendo o campeão BJ Penn e desafiante Diego Sanchez.
"BJ Penn vence," ele aposta. "Acho que nesse peso o BJ domina, o Sanchez não segura ele."