Pular para o conteúdo principal
/themes/custom/ufc/assets/img/default-hero.jpg

Relembrando o The Ultimate Fighter 4: O Retorno

Veteranos do MMA mudaram de vida após segunda chance de competir no UFC

Em 2006, a série The Ultimate Fighter já era reconhecida. Transmitido para as televisões de todos os Estados Unidos, o programa era uma plataforma para as promessas do esporte mostrarem seus talentos e, quem sabe, ganhar uma chance de fazer parte do UFC. As três primeiras temporadas produziram nomes como Forrest Griffin, Diego Sanchez, Rashad Evans, Joe Stevenson, Michael Bisping e Kendall Grove, e estes são apenas os campeões.

Adicione o fato de que os ex-participantes estavam deixando suas marcas no octógono, e todo o drama entre os treinadores Tito Ortiz e Ken Shamrock, na terceira edição, e ficaria bem claro que o show não iria embora tão cedo. Mas agora era a hora de manter a boa fase, e ficou decidido que uma temporada especial de "retornos" era a maneira perfeita de continuar a construir a marca.

Assine o Combate | Siga o canal do UFC no YouTube | Visite a UFC Store | Baixe o aplicativo do UFC

Escolha 16 veteranos com variados níveis de sucesso no UFC e, além do contrato com a organização, ofereça ao vencedor a chance de disputar o cinturão. Era um plano brilhante, mas apesar de o title shot ser o objetivo, a chance de redenção era mais importante.

"Quando o The Ultimate Fighter apareceu, eu pensei que talvez pudesse fazer algumas coisas por mais alguns anos", disse Pete Spratt, cuja primeira trajetória no octógono, na qual se tornou o primeiro homem a bater Robbie Lawler, acabou em 2-2. "O The Ultimate Fighter me deu essa oportunidade. Foi provavelmente a melhor coisa que fiz pela minha carreira, porque se você olha o sucesso dos caras das temporadas anteriores, nem precisa pensar para participar também. É claro que odiei tudo enquanto estava lá, mas depois, com a exposição e tudo mais, foi a melhor coisa que eu poderia ter feito".

Uma coisa era ter um bando de promessas e iniciantes ávidos pela chance de competir no grande evento. Agora escolher veteranos que já estiveram no topo do esporte, homens que em muitos casos tinham famílias, e colocá-los na mesma situação, na qual eram removidos do "mundo real" durante seis semanas, poderia ser desastroso. Mas quando o show começou, ficou claro que pregar peças ou intimidar os rivais não eram prioridades. Não que essas coisas não tenham acontecido, mas não estavam no topo da lista.

E em uma competição que reuniu alguns dos maiores talentos nos pesos médio e meio-médio, incluindo lutadores como Patrick Cote, Travis Lutter, Chris Lytle, Din Thomas, Jorge Rivera e Mikey Burnett, a estrela claramente era Matt Serra.

Isso deixou Serra em choque na época, mas quando se leva em consideração seu senso de humor, a rivalidade amigável com o primeiro algoz, Shonie Carter, e o sotaque nova-iorquino, não é difícil entender por que o país adotou "The Terror".

"Nunca imaginei que ganharia tanto destaque, mas não estou reclamando", disse antes da final. "Tenho duas academias, e não se pode comprar tanta exposição, então estou muito feliz. Ao mesmo tempo, não entrei na casa pensando nisso, e depois das gravações você não sabem como vão cortar e editar. Eu sabia que minha história com o Shonie seria interessante, desde treiná-lo até enfrentá-lo. Eu sabia que quando chegasse a minha hora de vingar a derrota, não seria possível escrever um roteiro melhor".

E tudo melhorou. Serra venceria Spratt e Carter para chegar às finais no meio-médio, onde Lytle esperava. No peso-médio, Lutter e Cote estavam escalados para medir forças e definir quem enfrentaria Anderson Silva, enquanto o vencedor de Serra x Lytle encararia Georges St-Pierre.

Alguns diriam que enfrentar Silva e GSP estava mais perto de ser uma maldição em vez de uma bênção, mas essa não foi a abordagem dos atletas. Quando a poeira baixou na Finale, em 11 de novembro de 2006, Serra e Lutter saíram vitoriosos.

Agora tudo o que restava era acompanhar as duas histórias ao estilo Rocky Balboa. Mas isso não aconteceu para Lutter, que não bateu o peso para a disputa de título contra Anderson Silva no UFC 67, e acabou finalizado no segundo round em batalha que não valeu o cinturão.

Dois meses depois, Serra teve sua chance contra St-Pierre em Houston. O norte-americano era uma grande zebra, e poucos acreditavam nas suas chances contra o campeão. Serra pensava diferente, e aos 3m25 do primeiro round, se tornou o dono do cinturão dos meio-médios do UFC.

Isso que é final digno de Hollywood.

Mas Serra não foi o único a ter nova vida no UFC após o programa. Vários integrantes do elenco do TUF 4 aproveitaram suas segundas chances, com atletas como Cote, Lytle, Rivera, Charles McCarthy e Rich Clementi competindo em batalhas de alto nível no octógono nos anos seguintes.

Além de tudo, o conceito do The Ultimate Fighter mostrou força, e em abril, mais de uma década após o TUF 4, o programa vai revisitar o tema dos "retornos" com uma temporada nomeada "Redenção", composta por um elenco de 16 atletas que foram parte do reality. Será que todos voltarão a fazer parte do UFC? Não. Mas tudo o que um lutador quer é oportunidade. Quando isso acontece, as luvas de quatro onças e o coração podem fazer coisas incríveis. Tem dúvidas? É só perguntar para o Matt Serra.
 
Veja também: Qual foi a maior luta de GSP? | Melhores momentos de GSP