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Resenha UFC Roterdã, por Alexandre Matos

Alexandre Matos é fã de todos os esportes de combate e fundador do site MMA Brasil. Ele estará aqui toda semana para comentar e palpitar os eventos.



Desde o dia 12 de julho de 2014 que não havia um dia tão bom para ser holandês. No último domingo, a torcida laranja que encheu a Ahoy Rotterdam saiu do ginásio feliz da vida com as vitórias dos três representantes da nação no card principal do UFC Fight Night Rotterdam. Todos venceram por nocaute e só um precisou do segundo round.

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Quem passou dos cinco minutos iniciais foi Alistair Overeem, que fez a luta principal contra o companheiro de equipe Andrei Arlovski. Porém, “The Reem” resolveu a parada logo após o sexto minuto de contenda.

Arlovski tentou a blitz inicial que rendeu dividendos contra Antonio Pezão e Travis Browne, encurralou Overeem contra a grade e soltou o que ele podia para cima do holandês. O ex-campeão do Strikeforce se protegeu bem, barrou a maioria dos golpes na guarda e se safou da pressão quando encontrou brecha para uma joelhada no queixo do bielorrusso.

A partir daquele momento, Overeem desfilou seu muay thai pelo octógono. Usando uma movimentação inteligente, que esconde seu queixo frágil, Alistair trocou de base constantemente e variou a altura dos chutes, confundindo a defesa de Arlovski. Várias caneladas entraram nas costelas, abdômen e coxas do ex-campeão do UFC. Vez ou outra, um jab e um direto ou cruzado faziam com que Andrei tivesse que levantar a guarda para logo depois sofrer uma pancada por baixo.

Leia também: Overeem nocauteia Arlovski no UFC Roterdã e pede chance para disputar o cinturão | Yan Cabral começa bem, mas perde para Reza Madadi no card preliminar

Como a situação em pé estava ruim, Arlovski tentou levar a luta para o chão. Numa vez, chegou ao ponto de chamar Overeem para a guarda. Na outra, foi o holandês quem derrubou e atacou no ground and pound. Mas foi logo após o minuto inicial do segundo assalto que a luta foi decidida. Fora do raio de ação de Arlovski, Overeem acertou um mae tobi geri parecido com aquele que Lyoto Machida vitimou Randy Couture. Andrei não caiu de primeira, mas desabou quando o cruzado de esquerda seguiu o chute. O ground and pound de marteladas violentas de direita fizeram o árbitro parar o combate.

Com quatro vitórias seguidas e com nocautes sobre Junior Cigano e Arlovski, Overeem talvez tenha dado o último passo antes de disputar o cinturão, seu sonho desde que chegou no UFC, em 2011. O calendário ainda está favorável ao holandês, visto que o título estará em jogo no próximo sábado, em Curitiba, no UFC 198.


Stefan Struve anota o terceiro nocaute mais rápido da história dos pesados

No dia 12 de julho de 2014, a Holanda goleou o Brasil em Brasília, conquistando o terceiro lugar na Copa do Mundo. Ontem, Stefan Struve atropelou Antonio Silva, o “Pezão”, e aumentou o infortúnio dos brasileiros contra os holandeses.

Pezão tentou atacar logo no começo, mas, muito lento e desprotegido, recebeu um gancho de direita de Struve, que golpeou recuando. O brasileiro continuou avançando e o gigantesco holandês disparou dois uppercuts e uma joelhada que fizeram Silva desabar agarrado em suas pernas. Stefan só teve o trabalho de arquear o tronco e despejar uma saraivada de cotoveladas na lateral da cabeça de Pezão. O árbito anotou o fim do combate aos 16 segundos de ação.

Struve agora tem o terceiro nocaute mais rápido da categoria no UFC. Ele está atrás de Todd Duffee, que levou 7 para dar cabo de Tim Hague, e de Arlovski, que aniquilou Paul Buentello em 15, numa disputa de cinturão 11 anos atrás.


Gunnar Nelson conquista a maior vitória da carreira sobre Albert Tumenov

Muitos, como eu, acham que Gunnar Nelson deveria baixar para peso leve. Quando ele sofre uma derrota que maximiza essa impressão, reage com uma vitória impressionante. Foi assim quando finalizou Brandon Thatch após ser pressionado por Rick Story. E repetiu agora, finalizando Albert Tumenov depois de levar um vareio de Demian Maia.

Na teoria, Tumenov tinha um estilo terrível para Nelson. A defesa de quedas do russo tinha tudo para deter as tentativas do islandês de levar a luta para o solo. Os contragolpes potentes eram um remédio amargo para um modo de atacar com pouco volume. Porém, Gunni usou a mais importante ferramenta do MMA para vencer: as transições.

Quando Tumenov parecia tomar conta das ações na troca de golpes, Nelson mudou a abordagem e confundiu o russo ao simular um ataque em pé e emendar com uma queda. No chão, toda a habilidade do faixa-preta de Renzo Gracie ficou clara. Nelson montou, pesou com o quadril baixo, desgastou Tumenov e pontuou no ground and pound.

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No segundo assalto, mais do mesmo. O russo caiu no mesmo movimento que simulava uma entrada e acabava numa queda, em transição perfeita do striking para o grappling. No chão, com Nelson caindo já de guarda passada, Tumenov tentou evitar a montada erguendo o joelho direito, mas Gunnar montou assim mesmo, num movimento rápido e tão técnico que sequer precisou de ajuste. Dali, o companheiro de Conor McGregor pegou as costas. Como faltavam dois minutos e meio, era difícil imaginar que Tumenov suportaria tanto tempo com um craque da arte suave em suas costas. Não deu outra: o mata-leão não estava no ponto certo, mas a pressão foi enorme e fez o russo batucar.

Com a vitória, Nelson prolonga sua estadia como meio-médio. E como venceu um lutador ranqueado que vinha de sequência longa, é possível que o islandês apareça na próxima atualização do ranking oficial do UFC.