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Resenha UFC Salt Lake City, por Alexandre Matos

Alexandre Matos é fã de todos os esportes de combate e fundador do site MMA Brasil. Ele estará aqui toda semana para comentar e palpitar os eventos.

O UFC Salt Lake City não chamava muita atenção do público pela falta de nomes de peso liderando o card. Porém, como eu sempre digo, nomes de peso não são garantia de boas lutas, assim como sujeitos pouco conhecidos, buscando um lugar ao sol, podem produzir lutas muito divertidas. Se você não assistiu ao evento para acompanhar os Jogos Olímpicos, ok, eu entendo. Mas se você resolveu, por exemplo, assistir a Esquadrão Suicida, informo que errou rude.
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Se fosse para ver algo cinematográfico, a pedida de sábado era Yair Rodriguez contra Alex Caceres. Os protagonistas da estreia do UFC em Utah fizeram um duelo que, se estivesse num filme, muita gente diria que a coreografia de luta não era fidedigna. 
O arsenal de golpes do mexicano Rodriguez é tão vasto que é até difícil descrever o que ele fez na luta – provavelmente lançou toda sorte de soco, chute e joelhadas que as Regras Unificadas permitem. Nos dois primeiros rounds, Yair dominou as ações, facilitado pela postura de Caceres, que aceitou o controle da distância do rival e não foi capaz de impedir a movimentação lateral de Rodriguez, que entrava, batia e saía com maestria.

 
O “Bruce Leroy” só foi melhorar no terceiro assalto, quando o volume de golpes lançados por Rodriguez diminuiu, no momento em que o mexicano passou a preferir a potência do que a quantidade. Caceres então usou os fundamentos do boxe, controlando ele o ritmo das ações, além de ter conseguido trabalhar o ground and pound. No quarto, Alex encurtou a distância e trabalhou no infighting. Sem espaço, Rodriguez teve mais dificuldade para usar seu arsenal hollywoodiano, mas ainda assim foi mais contundente.
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O ritmo no quinto continuou alto, com Rodriguez encaixando os melhores golpes e uma queda. O mexicano foi melhor durante o assalto e terminou o combate levantando o público com uma tentativa de chute alto rodado.
No fim das contas, você pode escolher o terceiro ou o quarto assalto para marcar a favor de Caceres (eu dei o terceiro), mas nunca faça o que o juiz Derek Cleary fez, anotando a vitória de Caceres por 49-46. Isso é um erro muito grave e uma prova de que não adianta mudar as regras de pontuação enquanto existirem juízes tão deslocados da realidade. Fazer uma faxina ostensiva no corpo de juízes hoje é mais importante do que mexer nos critérios de julgamento. 


Na luta principal, uma mostra que trabalhar na guarda no MMA não é a melhor das opções. Rony Jason disse que tiraria proveito das quedas de Dennis Bermudez. Na prática, o que aconteceu foi o inverso. 
O wrestling e o ground and pound foram as ferramentas principais para a vitória do americano. Enquanto Jason tentava encaixar um triângulo insistentemente, Bermudez atacava com cotoveladas impiedosas que abriram um corte enorme no rosto do brasileiro, que passou a sangrar muito.

No segundo assalto, Rony mandou o adversário à lona com uma potente direita, mas viu Bermudez voltar ao wrestling para frear seu avanço. No terceiro, Jason conseguiu uma bonita raspagem, montou, pegou as costas e encaixou o mata-leão, mas Dennis manteve a calma, reverteu a situação e voltou a trabalhar no ground and pound, garantindo a vitória por decisão unânime com um triplo 30-27.
Quem também deu uma forte demonstração de superioridade na luta agarrada foi Thales Leites. O faixa-preta de jiu-jítsu dominou o americano Chris Camozzi e comprovou que ainda é uma força na categoria dos médios.


Camozzi simplesmente não conseguiu deter os avanços de Leites rumo ao combate corpo a corpo e também não teve ferramentas para escapar do clinch ostensivo, muito menos impedir que o brasileiro levasse a luta para o chão e pegasse suas costas em todos os três rounds. No total, Thales aplicou cinco quedas, passou sete vezes a guarda de Camozzi e trabalhou no ground and pound até chegar ao mata-leão no terceiro assalto.