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Resenha UFC Tampa, por Alexandre Matos

Alexandre Matos é fã de todos os esportes de combate e fundador do site MMA Brasil. Ele estará aqui toda semana para comentar e palpitar os eventos.



Não tem erro: quando o UFC anunciar um dos quatro eventos anuais que são transmitidos na TV aberta americana, pode apostar que o entretenimento é garantido. O UFC Fight Night Tampa foi mais um exemplo, para alegria de milhares nas arquibancadas e milhões assistindo ao redor do mundo.

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No total foram cinco brasileiros em ação. Três deles venceram e uma das derrotas aconteceu num duelo bastante parelho, retrospecto melhor do que vários cards de 2016. Vejamos o que eles aprontaram no octógono montado na Amalie Arena, em Tampa, Flórida.

Glover Teixeira arrepia Rashad Evans e anota terceira vitória consecutiva

Como eu costumo dizer, há alguns lugares no mundo que não são saudáveis para se ficar. O olho de um furacão, o deserto do Saara no verão ao meio-dia, um tanque com tubarões-brancos famintos. E encurralado contra a grade diante de Glover Teixeira.

O ex-campeão dos meios-pesados Rashad Evans não tomou os devidos cuidados e acabou antagonizando um nocaute brutal. Parte pelo desgaste da idade e das inúmeras batalhas, parte pela fase ruim que insiste em não ir embora (e um problema está intimamente ligado ao outro), Rashad não foi capaz de se movimentar com a desenvoltura necessária para ficar longe dos petardos do mineiro. Percebendo que a presa estava à sua mercê, Glover perseguiu o americano e, quando o cercou numa quina do octógono, largou um gancho de esquerda batizado pelo sete-pele em pessoa. Evans ficou em situação ruim, tombou de joelhos e levou duas direitas daquelas de derrubar búfalo. O rosto do americano quicou no chão. O negócio foi tão violento que ele se levantou perguntando ao árbitro o que havia acontecido.

 

Hacran Dias fica sem resposta para o jogo de Cub Swanson e vê série de triunfos ruir

O carioca Hacran Dias tinha duas vitórias seguidas no octógono e recebeu um teste de ouro: um top 6 em má fase, vindo de dois reveses consecutivos. Pois Cub Swanson resolveu se recuperar logo no sábado. Teve um pouco de trabalho, é verdade, mas não deixou dúvidas sobre o vencedor.

Swanson, que sempre foi conhecido pelo elevado volume de golpes que executa, lançou pouco no primeiro assalto. Aproveitando-se desse lapso, Hacran conseguiu se estabelecer, mandou alguns chutes baixos e foi mais contundente, levando o 10-9.

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O problema começou a partir dali. Pouco a pouco, Swanson foi encontrando a distância e soltando combinações de golpes. O americano mandou o brasileiro a knockdown duas vezes, uma no segundo e outra no terceiro round, e não olhou mais para o retrovisor. Apesar dos pedidos incessantes de seu córner para buscar a luta agarrada, tentar uma queda para levar o combate para o chão, Dias não obteve êxito. Ele pareceu tão perdido diante do crescimento de Cub que mal tentou um movimento que proporcionasse uma mudança de nível. Sem ameaçar no wrestling, Hacran virou presa fácil e perdeu os dois assaltos seguintes por margem confortável.

 

Bethe Correia perde luta dura, mas não tão empolgante, para Raquel Pennington

Provavelmente a luta que menos empolgou os fãs foi o duelo entre a ex-desafiante do peso galo feminino Bethe Correia e a ressurgente Raquel Pennington. Logo este que era um dos confrontos que mais prometia ação.

Nenhuma das duas conseguiu impor momentos de domínio. Pennington fez um trabalho decente no clinch, especialmente com joelhadas no corpo, além de bom uso do punho direito na longa distância, mas falhou ao estender as combinações e, por isso, deu brecha para os contragolpes de Bethe. Com desvantagem na altura e na envergadura, a paraibana foi superior no infighting, na curta distância, mas também não apresentou volume suficiente para controlar o ritmo do combate ou para deixar Raquel em perigo iminente.

No final das contas, Bethe reclamou do veredito que apontou vitória por decisão dividida para a americana – dois juízes marcaram 29-28 Pennington, mesmo placar que eu vi, e o outro deu o mesmo para Correia. Talvez o segundo revés consecutivo poderia ser um alerta para Bethe tentar cortar peso e se arriscar como palha.

 

Cezar Mutante se recupera contra Oluwale Bamgbose

O vencedor do TUF Brasil 1 Cezar Mutante tinha a corda no pescoço e a necessidade de, além de mostrar que merece seguir no plantel do UFC, provar que seu queixo ainda aguenta o tranco. Contra o americano de origem nigeriana Oluwale Bamgbose, o paulista radicado em Minas provou os dois pontos.

Bamgbose quase venceu no primeiro round quando mandou Mutante a knockdown com um violento gancho de direita seguido de marretadas no ground and pound. Mutante, que já foi nocauteado por menos, resistiu ao ataque, se recuperou e freou a agressividade do oponente com um sólido jogo de quedas e um ground and pound brutal. Conforme Bamgbose ia cansando, Cezar tinha mais certeza de seu triunfo, que veio pelas mãos dos juízes laterais, com duas marcações de 29-28 e uma de 29-27 – o terceiro round seria passível de 10-8 para o brasileiro.