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Retrospectiva de fim de ano - UFC 79

Relembre os melhores últimos eventos do ano na história do Ultimate

No dia 30 de dezembro, o tradicional último evento do UFC do ano acontece na T-Mobile Arena em Las Vegas, com Cris Cyborg defendendo o cinturão peso-pena pela primeira vez contra a ex-campeã peso-galo Holly Holm na luta principal do UFC 219. Para nos aquecermos para o último evento de 2017, vamos lembrar os cinco melhores eventos que fecharam anos anteriores. Hoje, é o UFC 79, liderado por um quarteto de lendas do MMA.

Retrospectiva de fim de ano: Capítulo 1 - 66

UFC 79

29 de dezembro de 2007

Mandalay Bay Events Center

Eis um jogo interessante para você fazer com seus amigos do MMA durante os feriados. Fale sobre o UFC 79 e pergunte a eles qual foi a luta principal. Acredito que muitos dirão que foi o confronto pelos meio-pesados entre Chuck Liddell e Wanderlei Silva.

Mas não foi. A luta principal deveria ser entre o campeão dos meio-médios Matt Serra e o desafiante (e ex-campeão) Matt Hughes. Mas uma lesão em novembro tirou Serra da luta, deixando a porta aberta para a trilogia pelo título interino entre Hughes e Georges St-Pierre.

Esta foi a luta principal do UFC 79, como deveria ser, já que foi uma disputa de título. Mas para os fãs que esperaram por anos para ver Liddell x Silva, não havia dúvidas de que o duelo de três rounds era o mais aguardado.

ST-PIERRE X HUGHES 3\ LIDDELL X SILVA

Após um outono esquecível que o viu passar por problemas pessoais e profissionais, e que culminou com a derrota para Matt Serra no UFC 69, Georges St-Pierre se recuperou espetacularmente na segunda metade de 2007, vencendo Josh Koscheck em agosto e encerrando o ano no Mandalay Bay Events Center com uma finalização no segundo round sobre Matt Hughes, conquistando o cinturão interino dos meio-médios do UFC e encerrando a trilogia com vitória por 2-1.

“É uma honra, mas Matt Serra é o alvo”, disse St-Pierre de seu título interino, “Até eu recuperar meu cinturão, não vou me considerar um verdadeiro campeão”.

“Sem desculpas”, disse Hughes, que venceu GSP na primeira luta entre os dois, em 2004; St-Pierre se vingou em novembro de 2006. “Vim 120% e realmente treinei muito duro para essa luta e tinha uma ótima estratégia. Georges é o melhor lutador”.

O público fez mais do que os lutadores nos primeiros 90 segundos, duelando com os cantos de “USA” e “GSP”. Mas então a ação começou, com St-Pierre colocando Hughes de costas no chão. Hughes, em um território incômodo, foi colocado na grade pelo canadense, que disparou golpes no chão contra o ex-campeão. Hughes tentou frear a ofensiva segurando St-Pierre para forçar a luta a voltar em pé, mas uma série de curtos golpes desfez os planos e, com segundos no relógio, St-Pierre parecia estar perto de encerrar o combate até que o gongo soou.

A dominação de St-Pierre continuou no segundo round quando ele novamente levou o wrestler para o chão. Lá, o ritmo de trabalho de GSP foi incansável, conectando golpes enquanto buscava progredir de posição. Hughes, apesar de resistir, estava sendo superado em todas as frentes. E com menos de dois minutos para o fim do assalto, St-Pierre pegou as costas de seu oponente por um momento antes de os dois se levantarem. O fim veio a seguir, com GSP encaixando uma chave de braço que forçou a interrupção aos 4m54s do segundo assalto.

No UFC 79, houve prova de que o Papai Noel existe. E apesar de ele ter chegado seis anos e quatro dias atrasado, ele finalmente apareceu com a luta entre os dois meio-pesados mais dominantes da história, Chuck Liddell e Wanderlei Silva, e a guerra de três rounds correspondeu as expectativas, com Liddell saindo vitorioso por decisão unânime.

Os placares foram 30-27 duas vezes e 29-28 para o ex-campeão meio-pesado do UFC, que quebrou uma sequência de duas derrotas seguidas com seu triunfo sobre o ex-campeão do PRIDE, que, por sua vez, também vinha de dois reveses consecutivos.

“Seria um absurdo se não tivéssemos lutado, porque é uma ótima luta para os fãs”, disse Liddell no comentário mais humilde do ano, “Eu sabia que era uma luta grande para todos, especialmente pra que eu voltasse aos trilhos”.

“Dei meu melhor”, disse Wanderlei, “Vencendo ou perdendo, gosto de agradar meus fãs”.

Ambos lutadores fizeram isso e mais.

Sob os holofotes da arena, os dois circularam no início, tentando não cometer um erro tático fatal. Wanderlei, após baixar a guarda para provocar Liddell, atacou primeiro, mas nenhum de seus golpes conectou. Pouco depois, Liddell aparentemente acertou o brasileiro, que andou para trás ou porque suas pernas amoleceram, ou porque queria atrair Liddell. Seja qual for o motivo, funcionou, e os dois começaram a atirar bombas um no outro, com Wanderlei saindo em desvantagem com um inchaço no olho. O brasileiro logo pegou o ritmo e o público explodiu, com ambos conectando duros golpes que teriam derrubado homens menores. Após algumas trocações mais furiosas, o gongo soou, encerrando um dos rounds mais empolgantes do ano.

As ações no segundo assalto começaram cedo, com Wanderlei atirando bombas em Liddell, cujos golpes retos começavam a deixar marcas no rosto do brasileiro. Não surpreendentemente, Silva continuou andando para frente, a fim de atacar e amando a batalha. Após um minuto e meio, Wanderlei começou a conectar mais em Liddell, mas o “Iceman” era preciso em seus contragolpes. Um escorregão de Liddell colocou os fãs em pé, mas o norte-americano se levantou rapidamente, apenas para absorver mais alguns golpes duros, um dos quais o levou ao chão de verdade segundos depois. Com menos de dois minutos para o fim, Liddell e Wanderlei entraram no clinch na grade, e o brasileiro, agora sangrando em seu olho direito, levou a pior. Mas ele também não se renderia, e as trocações alucinadas até o gongo foram espetaculares, por falta de palavra melhor.

“Eu o acertou com muitos golpes duros e ele continuou vindo”, disse Liddell.

Buscando encerrar o combate, Liddell - com um corte sob o olho esquerdo - foi para dentro e derrubou Wanderlei no início do terceiro round, mas ambos se levantaram rapidamente. O ritmo diminuiu por cerca de 20 segundos até que as bombas começassem a voar novamente. Liddell pontuou com uma direita que balançou Wanderlei, e o brasileiro respondeu com um golpe por cima da cabeça que Liddell absorveu. Surpreendentemente, um soco rodado do norte-americano balançou Silva, e uma sequência se seguiu, colocando Wanderlei, contra a grade, correndo sérios riscos. Mas assim que o árbitro Herb Dean se aproximou para uma possível interrupção, o brasileiro começou a revidar com as duas mãos. Nesse ponto, com dois minutos para o fim, parecia que Liddell estava vencendo a guerra, mas nada fez com que Wanderlei parasse de andar para frente, e ele começou a perseguir o cansado Liddell em busca do golpe fatal. Apesar de este nunca ter vindo, não havia dúvidas de que os anos de espera para a luta valeram a pena, independentemente de quem ganhou e quem perdeu.

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