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O que Ricardo Ramos e Raulian Paiva têm em comum? Os 24 anos de idade, o fato de estarem com viagem marcada para a Ilha da Luta neste mês de julho, e de serem representantes de uma nova geração do MMA brasileiro pronta para assumir protagonismo dentro do UFC.
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Paulista de Campinas, Ricardo chegou ao Ultimate e 2017 e já vai para sua 7ª luta na organização. Após vencer quatro de cinco combates como peso-galo, ele subiu aos penas em sua última aparição, conquistando uma imponente vitória por finalização no 1º round sobre Eduardo Garagorri.
A trajetória promissora, no entanto, quase sofreu um fim precoce, como contou o próprio lutador em entrevista ao UFC Brasil.
“Antes de eu assinar com o UFC, aos 20 anos, tive minha primeira derrota, no Legacy FC. Aí cheguei para o meu treinador e minha equipe e falei que ia parar de lutar”, disse, “Na época, eu fazia um trabalho psicológico com Eduardo Ayub, e falei para ele, “Vou desistir, perdi na frente do Dana White, não vou ter mais chance. Acho que o ponto era aquele, agora bola pra frente, vou tentar fazer outra coisa da vida’".
“Ele falou, ‘Acho que você consegue chegar sim. Quando você acha que consegue chegar no UFC?’. Eu disse que só com uns 25, 26 anos. Ele me disse, ‘Escolhe uma data antes, que a gente vai fazer um trabalho e você vai chegar lá’. Então falei que queria chegar aos 21 anos, um ano após a derrota. Eu perdi no dia 5 de fevereiro de 2016, e no dia 4 de fevereiro de 2017, estreei no UFC. Foi a confirmação de que eu não posso desistir, e a partir desse momento mudei minha mente para me preparar para tudo o que estou vivendo agora”.
Raulian é amapaense de Santana, região metropolitana de Macapá, e conquistou sua oportunidade no Ultimate após passagem vitoriosa pelo Dana White’s Contender Series em 2018. Em suas duas primeiras lutas na organização, no entanto, ele sofreu duas duras derrotas: uma por decisão dividida para o atual 8º colocado no ranking dos moscas, Kai-Kara France, e outra por interrupção médica por um corte no supercílio ainda no 1º round do duelo contra o 9º na categoria, Rogério Bontorin.
A redenção aconteceu no último mês de fevereiro, quando um nocaute avassalador sobre Mark De La Rosa não deixou dúvidas de que Raulian está onde merece.
“Foi uma sensação maravilhosa”, disse, também em conversa com a reportagem do UFC Brasil, “Desde a minha primeira luta no UFC venho motivado, não fiquei para baixo pelas decisões que aconteceram. Mas segui treinando forte e sabia que ia chegar a minha hora. Agora, mantenho o foco e a preparação para que aconteça a mesma coisa nessa luta”.
“Essa luta”, mencionada pelo amapaense, será no UFC 251, dia 11 de julho, contra o estreante Zhalgas Zhumagulov. Apesar da pouca idade, este será o 23º combate profissional na carreira de Raulian, contraste que o faz se considerar “meio promessa, meio experiente”.
“Me considero experiente, porque já tenho uma boa estrada fora do UFC, e também uma promessa, porque estou indo para me firmar na categoria peso-mosca”, explicou, “O UFC está contratando mais gente para preencher essa categoria, e não vai desistir dela tão cedo. E eu quero ser o número um dela futuramente”.
Ricardo Ramos, por sua vez, abraça com confiança o status de promessa, mas não se agarra a ele para que possa se tornar realidade.
“Tudo o que a gente enfrenta de novo deixa a gente com um pouco de medo, às vezes aflito. Mas acho que venho me saindo muito bem nessa parte psicológica de lidar com as situações”, disse, “Estou cada vez mais preparado para ser campeão. Eu já sou um cara que está nesse caminho. Esse é meu objetivo e acredito que vou trilhar todo o caminho para chegar lá e conquistar esse objetivo”.
Seu compromisso na Ilha da Luta será dia 15 de julho no UFC Fight Island 1, em duelo contra o estreante inglês Lerone Murphy. Todos os eventos do Ultimate em Abu Dhabi terão transmissão ao vivo e exclusiva do Canal Combate.