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"O TUF Brasil me mostrou para o mundo, e aqui no Brasil eu era mais
conhecido", ele disse. "Abriu a porta para eu chegar no UFC." - Rodrigo Damm
Devagar e sempre se ganha uma luta. É um velho ditado que se aplica quando falamos da carreira de Rodrigo Damm, um lutador que mostrou que não é somente habilidade e atletismo que te mantém vivo no MMA, mas perseverança.
Uma dose de realidade também não dói, enquanto Damm deixa claro quando resume sua carreira no UFC, que começou em junho de 2012.
"Eu tive boas lutas, outras não tão boas, mas pude melhorar minha trocação e minha técnica", disse Damm. "Tinha nervosismo no começo, mas agora passou, e acho que lutarei com mais vontade e mostrarei aos fãs o que me trouxe aqui."
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O que trouxe Damm aqui foi uma mistura de jiu jitsu e wrestling injetadas com uma séria dose de intensidade. O capixaba não brinca quando se fala da sua arte, o que ficou mais difícil quando as derrotas começaram a chegar perto das vitórias. De 2008 à 2011, ele perdeu quatro de cinco lutas, e mesmo as derrotas vindo contra oponentes de qualidade (Eiji Mitsuoka, Gilbert Melendez, Maximo Blanco, e Justin Wilcox), isso não faz com que o golpe seja menos doloroso.
"A escolha de ser um lutador profissional nunca foi uma dúvida", ele disse. "Sempre soube que seria um lutador. Mas foi uma fase difícil. Eu não tinha treinos de qualidade, porque vivo em um estado que não vê a luta como algo tradicional, e não tinha dinheiro para bancar treinos em outro lugar."
Então veio o The Ultimate Fighter Brasil em 2012. Damm venceu suas primeiras duas lutas nos pesos pena no programa, mas foi removido do programa por ordens médicas por dificuldades em bater peso. Mas ele deixou sua marca - ele estava pronto para uma chance no UFC, e o resto do mundo pode ver isso.
"O TUF Brasil me mostrou para o mundo, e aqui no Brasil eu era mais conhecido", ele disse. "Abriu a porta para eu chegar no UFC."
Damm deu a volta por cima na sua carreira também, vencendo duas lutas no UFC, com a única derrota vindo para Antonio Carvalho em 2012 por decisão. Mas depois de uma pedra no rim o tirar da luta contra Hacran Dias em outubro, ele decidiu subir de categoria.
"A decisão foi feita junto com os médicos que cuidam de mim", ele disse. "Eu tenho ossos muito densos e músculos também, o que dificultava a perda de peso. O processo de perder peso geralmente me deixava muito fraco, e meu rim começou a me avisar que meu corpo não estava suportando isso bem."
Então ele está nos pesos leves de novo, começando com uma batalha contra o compatriota Ivan Jorge.
"Luta é luta", disse Damm. "Ele tem seus pontos fortes, e eu tenho os meus. A parte difícil é treinar todo dia, as vezes com dor, e ainda brincar com meus filhos quando chego em casa."
É a resposta mais honesta que você vai conseguir de um lutador, e é isso que Damm é, um lutador honesto. Não há buscas bombásticas por glória. Os objetivos de Damm são humildes, mas não menos admiráveis.
"Minha maior ambição é dar a minha família uma vida calma, e sei que tenho potencial como lutador", ele disse. "Isto sempre me motivou a continuar. Tenho 3 filhos e eles precisam muito de mim."