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Entrevistas

Sarah Frota: "Tentei fazer tudo 200% certo"

Após estrear com derrota e não bater o peso, brasileira quer virar o jogo e aposta em mudanças para o UFC 240

O caminho até o Canadá não foi fácil para Sarah Frota.

Literalmente.

A lutadora teve problemas para receber o passaporte com o visto, e depois de algumas viagens de avião pelo Brasil atrás do documento e da ação de um bom contato que interceptou o transporte antes que ele chegasse em Balneário Camboriú e atrasasse ainda mais a viagem, Sarah desembarcou em Edmonton no início da tarde de quarta-feira (24).

Cansativo? Sim. Desanimador? Não!

De volta ao peso-mosca e escalada para enfrentar a atleta local Gillian Robertson, a revelação do Contender Series Brasil conversou com a reportagem do UFC Brasil para falar sobre sua atual situação, a derrota para Livinha Souza e a pressão de atuar no UFC 240. Confira.

UFC: Como é voltar a lutar no peso-mosca?

Sarah: No Contender eu lutei em 52kg, mas antes disso sempre lutei no 57kg. Achei muito bom poder voltar para a minha categoria porque eu nunca gostei de lutar de 52kg. Mesmo quando eu batia o peso, ficava muito debilitada. Nesse último a gente teve muitos problemas de corte de peso, antes de viajar eu já estava travada em 62kg e não baixava de forma alguma, e aí não consegui bater. Mas engraçado que agora estou mais leve do que quando fui para Fortaleza. É meu peso mais natural, normalmente eu peso 64kg, 65kg. 

UFC: Como você analista a sua estreia no UFC?

Sarah: Eu comecei perdendo para o peso. Não consegui me recuperar tão bem, retive muito, na luta estava me sentindo lenta. Não acho que foi explícito, mas tenho certeza que entrei pontuando menos. Até pela diferença de tamanho, porque a Livinha é bem menor que eu. Com certeza isso contou na decisão dos juízes. Eu pontuo o primeiro round para mim e o terceiro. No terceiro eu dominei inteiro. Mas respeito o juiz, cada um vai ter uma análise da luta. Vida que segue. Dei essa derrota como motivo para voltar para a academia o mais rápido possível, entrei em contato com meus médicos e ajustamos tudo o que fosse necessário para que eu conseguisse ficar mais saudável e ativa mesmo nos 57kg, porque às vezes a galera sobre de categoria e sobe de peso. Eu fiz o processo contrário. Parei de comer carne, fiz uma reeducação alimentar, e estou me sentindo muito bem.

UFC: Você já chegou ao UFC nos holofotes por conta do Contender Series, e acabou sendo derrotada na estreia. Sente alguma pressão para vencer agora?

Sarah: Perder nunca é legal, e lógico que rola aquela pressão de tipo 'já perdi a primeira luta no evento, então nessa tenho que representar', mas eu tento não deixar isso me abalar. Eu vim do jiu-jítsu, e no jiu-jítsu a gente lutava praticamente todo fim de semana. Em um a gente ganhava, no outro a gente perdia, e não podia deixar a derrota anterior atrapalhar o campeonato.

O que eu tentei tirar dessa luta minha foi 'o que eu fiz de errado?', 'por que eu não bati o peso?', 'o que aconteceu que eu não consegui demonstrar tudo o que eu tenho dentro do cage?' Não desmerecendo a Livinha, mas eu não acho que eu, Sarah Frota, lutei 100%. Eu não faço tanto a análise da minha adversária, eu faço a análise da minha performance. E a minha performance, para mim, não foi satisfatória. Eu me senti lenta, me senti letárgica, e quando voltei para a academia eu sentei com toda a minha equipe e falei o que a gente fez de errado. Por que se eu não bati o peso? Alguma coisa aconteceu. Nem que seja estar na categoria errada.

O que eu tentei para essa luta foi fazer tudo 200% certo para chegar lá e dar o meu melhor, porque aí é 50/50. Ela vai dar o melhor dela, e eu vou dar o melhor meu, e aí quem conseguir sobressair ganha a luta. Mas eu não vou perder para mim, porque já entrei derrotada com a Livinha. 

Brasil

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UFC: O que você sabe sobre o estilo da Gillian Robertson, e como avalia o casamento da luta? É mais difícil lutar no país da oponente?

Sarah: Acompanhei as lutas dela contra a Mayra Bueno e contra a Veronica Macedo. Estudamos bem a estratégia para fazer em cima dela, o antijogo. Nas lutas que vi, ela não busca muito a trocação. Ela está sempre buscando a queda e indo ou pro armlock, ou buscando as costas, que são as duas especialidades dela. Em relação a lutar no Canadá, a gente só fica preocupado caso chegue nas mãos dos juízes, porque é complicado isso de lutar na casa dos outros. Mas eu não sinto pressão, eu acho que na realidade a pressão é mais dela do que minha. 

UFC: Como você visualiza essa luta?

Sarah: Visualizo que posso conquistar o nocaute, mas também estou trabalhando minhas finalizações e variações de posições. Eu acredito que não vai para o terceiro round. Eu vou me esforçar o máximo possível para acabar com a peleja antes de chegar nas mãos dos juízes. Acho que vai ser uma ótima luta. Ela é agressiva no jogo de chão, não amarra, busca a finalização sempre. Eu também não amarro. Vai ser uma boa luta para a galera, todo mundo vai se divertir. Pelo menos vamos divertir o público, e isso que importa. 

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