Pular para o conteúdo principal
Atletas
Entrevistas

“Se o UFC quiser me colocar no card do Brasil, vai ser show garantido”, diz Livinha Souza

A atleta lamenta não ter lutado em Washington no último sábado, mas diz que está focada em recuperar o tempo perdido em 2020

O fantasma das lesões tira o sono de qualquer atleta. Mas foi uma sequência de lesões de verdade que andaram tirando o de Livinha Souza – e isso é literal.

Uma inflamação do disco cervical não só impediu a atleta de enfrentar a também brasileira Virna Jandiroba no UFC Washington, como também a impediu de dormir direito nos últimos tempos, tamanha a dor.

“Não conseguia dirigir nem me mexer muito bem. Quando ia dormir sentia bastante dor, não conseguia respirar fluidamente. Quem já teve uma inflamação séria nas costas sabe disso”, afirma ela. “Estava incapacitada de fazer qualquer atividade forte. Competição, então, estava absolutamente fora de questão.”

Esta não foi a primeira vez que Livinha teve que sair de uma luta por causa de uma lesão. Nem a segunda. “Venho de uma série de lesões que me impediram de atuar, algumas em 2018, outras em 2019”, relembra.

Em fevereiro de 2018, a araraquarense Livinha lesionou a mão e teve que adiar sua estreia contra a mexicana Jessica Aguilar. Em 2019, Livinha fraturou a mão quando fazia seu camp para a luta contra Sarah Frota, no UFC Fortaleza, em fevereiro. “Voltei a usar minha mão em julho, no aquecimento contra a Brianna Van Buren, no card da Califórnia”, ela conta.

Livinha aceitou esta luta contra Virna em Washington de última hora, substituindo Cortney Case. “Apressei o camp e sofri as consequências disso. Com a inflamação do disco cervical, minha coluna ficou muito ruim. Já estava perdendo peso, não podia ter parado de treinar, mas fiquei 10 dias sem conseguir nem me movimentar direito”, diz.

Os medicamentos via oral não surtiram efeito e ela teve que apelar para outros dois injetáveis. “Estou me recuperando bem. Pretendo fazer fortalecimento principalmente com pilates e RPG para deixar os músculos intercostais bem fortes e focar no ano que vem.”

Pois é: é em 2020 que Livinha deposita suas esperanças para deslanchar sem nenhum, digamos, impedimento externo no UFC. Ex-campeã dos pesos-palhas do Invicta FC, a atleta que começou no judô está voltando aos treinos, bem de leve. “Quero dar muitas alegrias para o Brasil”, afirma.

A lutadora diz que não se chateia com o dinheiro gasto em seu camp. “Vejo tudo na vida como um investimento. Dinheiro a gente ganha, só o tempo que a gente não recupera”, conta.

“Isso não vou recuperar, perdi mais uma luta. Era para ser minha quarta luta pelo UFC, mas tudo bem. Renovei meu contrato, o UFC confia no meu trabalho e tenho muito mais para mostrar em 2020. Estou totalmente focada no ano que vem para dar show. Se o UFC quiser me colocar no card no Brasil [em Brasília, em 14 de março] vai ser show garantido.”

Assine o Combate | Siga o UFC Brasil no Youtube 

Livinha diz que não é excesso ou falta de planejamento em seus treinamentos o responsável por suas últimas lesões. “No meu caso, como já tenho mais de 20 anos de competição, porque faço isso desde criancinha no judô e jiu-jítsu, tenho uma carga maior e um desgaste maior na coluna”, ela diz.

“Existe um gráfico que meu quiroprata usa bastante para mensurar como se comporta cada tipo de lesão em cada pessoa que pratica atividades diferentes.” O gráfico de Livinha não condiz com sua idade. “Ele é muito avançado. Não tenho nem 30 anos, mas meu gráfico é de uma pessoa de muito mais idade. Acredito que com o fortalecimento que vou fazer e o ritmo dos treinos isso não vai ser problema e 2020 vai ser um ano perfeito.”

O plano da lutadora é colocar seu nome no top 15 das pesos-palha. “Quero voltar a figurar entre os grandes nomes na categoria, dar muita alegria para nosso país e honrar a bandeira brasileira, que tem uma história muito linda no Ultimate.”