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As lesões têm perseguido o brasileiro Cláudio Hannibal. Após passar por cirurgias nos dois pés, que o afastaram do Octógono entre 2014 e 2017, o meio-médio voltou à ação em maio de 2018 com vitória redentora sobre Nordine Taleb por finalização no primeiro round.
E quando parecia que tudo havia ficado no passado, um outro problema surgiu no final do ano passado, colocando Hannibal de molho mais uma vez.
Neste sábado (16), ele retorna à ação em duelo contra Danny Roberts no UFC Londres e, a respeito disso, respondeu seis perguntas para a reportagem do UFC Brasil.
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UFC Brasil: Em sua última luta, você encerrou um hiato de mais de três anos e não demonstrou a famigerada “ferrugem” de que tanto falam. Como foi para você voltar a lutar após tanto tempo?
Hannibal: Foi uma luta muito empolgante. Depois de todo esse tempo parado, minha família pedia para eu parar, os médicos falaram que eu não poderia voltar a lutar, até mesmo um apresentador falou que eu tinha 2% de chance de ganhar a luta - e eu fui lá e ganhei no primeiro round. Fiquei muito feliz, foi tudo que eu sonhava, ter uma volta desse jeito, bem impactante, e ter minha primeira finalização no UFC.
UFC Brasil: Logo a seguir, você assinou o contrato para a próxima luta, mas acabou sofrendo mais uma lesão. O quão frustrante foi isso?
Hannibal: Tive uma lesão na lombar. Fui treinar wrestling, e depois do banho, quando tudo esfriou, não conseguia me mexer. Não conseguia dobrar o joelho, nem me curvar. Foi muito frustrante. Eu estava muito bem preparado, treinei bastante para aquela luta, mas são coisas do esporte. É um esporte de alto impacto, e não existe uma tecnologia para prevenir lesões. Ossos do ofício. Ficou mais um aprendizado: enquanto não me sentir bem, não vou treinar. Hoje, escuto mais o meu corpo.
UFC Brasil: Você vive há muitos anos na Inglaterra e fez a grande maioria das suas lutas no país, mas o fato de enfrentar um inglês faz com que você ainda se sinta o “visitante” no duelo?
Hannibal: Não. Para mim não importa se a torcida está do meu lado ou contra. Não me importo se meu adversário é negro, branco ou oriental. É meu trabalho: vou entrar ali, lutar e não quero nem saber para que lado a torcida está; só quero chegar ali e vencer a luta, esse é meu foco maior. Moro aqui há 12 anos, sempre lutei contra ingleses e, como você disse, a maioria das minhas lutas foram aqui. Isso não vai diferenciar nada para mim.
Ficou mais um aprendizado: enquanto não me sentir bem, não vou treinar. Hoje, escuto mais o meu corpo.
UFC Brasil: Considerando que você vem de três vitórias seguidas e já venceu um atual Top 10 da divisão (Leon Edwards), qual imagina que seja seu próximo passo na organização?
Hannibal: Essa é uma pergunta difícil. Hoje eu vejo pessoas com sete, oito vitórias consecutivas e nem no ranking estão. Hoje tem muito a questão do trash talk, das redes sociais, então só espero que depois dessa próxima vitória, me deem algum rankeado; senão, vou continuar lutando, porque o que me resta é treinar, lutar e vencer. Se aparecesse um Top 10, seria uma maravilha, mas eu sei que tenho que pensar em uma luta por vez. Agora, vou focar nessa luta, e depois tomara que a organização me dê alguém mais bem ranqueado.
UFC Brasil: Para finalizar, o que os fãs podem esperar de você neste sábado?
Hannibal: O mesmo Hannibal de sempre. Sempre agressivo, jogando para frente, com determinação. Me dediquei bastante ao camp, aos treinos, e estou feliz e focado. Vai dar Brasil na cabeça.
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