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Brasileiro disputa cinturão interino dos penas contra Frankie Edgar
Não é segredo: José Aldo ficou menos do que satisfeito com a proposta que recebeu para o UFC 200. O ex-campeão peso-pena enfrentará Frankie Edgar em duelo válido pelo cinturão interino da categoria no evento de 9 de julho, em Las Vegas - mesma noite em que o campeão linear, Conor McGregor, sobe novamente aos meio-médios e faz revanche contra Nate Diaz.
Desde dezembro de 2015, quando foi derrotado pelo irlandês na luta principal do UFC 194, Aldo vinha fazendo extensiva campanha por um novo confronto contra o "Notorious", mas não conseguiu sua chance. Apesar da situação incômoda, o atleta mostra ter se conformado, e garante estar motivado na busca pelo título.
"A gente ficou um pouco frustrado, porque não era o que a gente queria", disse, em conversa com o UFC.com.br. "Pensava em lutar pelo título e ganhar em uma revanche contra o Conor. Acho que, principalmente pela história que eu tenho e tudo o que tinha feito, sabemos que merecemos. Mas fazer o quê? Sou empregado. Não vou ficar o tempo todo esperando, eu tenho que lutar. Então esse é só o próximo passo para a gente reconquistar o cinturão".
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A derrota em 13 segundos teve, ao menos, um aspecto positivo: rever a atitude dentro do octógono. Aldo, que venceu cinco de sete lutas no UFC por decisão, sofre críticas constantes em relação à sua agressividade desde que estreou no evento, em 2011.
Para muitos, o 'Scarface' não era mais o mesmo campeão matador que botava medo em qualquer atleta da categoria até 66kg do extinto WEC, onde conquistou sete vitórias por nocaute ou nocaute técnico em oito aparições, sendo apontado como um lutador "morno". Agora o brasileiro promete uma espécie de volta às origens.
"Estou treinando e tentando aprimorar coisas que eu sempre fiz muito bem e tinha deixado de fazer. (...) Tanto o jiu-jítsu quanto o muay thai e o kickboxing sempre foram meus pontos fortes. Fiquei caracterizado com isso, mas acho que eu não vinha fazendo aquela mesma coisa do começo. Então agora a gente está revendo, está treinando coisas novas, e voltando ao jiu-jítsu e ao kickboxing que me fizeram chegar a ser campeão", disse.
"A gente tem que reconquistar tudo, então a agressividade tem que voltar sim. Acho que tudo depende, mas pode ter certeza de que eu vou entrar com muito mais agressividade de novo", sentenciou.
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Seguro da vitória, Aldo já projeta o próximo passo: a tão aguardada revanche contra Conor McGregor, visando reconquistar o cinturão que foi seu durante quatro anos. Para o manauara, o atual campeão não terá escolha a não ser voltar para a divisão até 66kg depois do combate contra Nate Diaz, no qual tentará vingar a finalização sofrida em março, no UFC 196.
"Não tem como. Eu quero ver o que vão fazer depois dessa luta. Primeiramente eu tenho que pensar no Frankie Edgar e vencer a luta, para depois pensar para a frente. Mas, tendo uma visão do futuro, não tem como não ser essa luta. Não tem como a gente não lutar. Espero que ele volte, porque ele vai ter que defender o cinturão de qualquer jeito", disse.
Confira a entrevista completa com José Aldo:
Como você recebeu a proposta para enfrentar o Frankie Edgar em uma revanche?
A gente ficou um pouco frustrado, porque não era o que a gente queria. Pensava em lutar pelo título e ganhar em uma revanche contra o Conor. Acho que, principalmente pela história que eu tenho e tudo o que tinha feito, sabemos que merecemos. Mas fazer o quê? Sou empregado. Não vou ficar o tempo todo esperando, eu tenho que lutar. Então esse é só o próximo passo para a gente reconquistar o cinturão
A primeira luta entre vocês, no UFC 156, foi a estreia do Edgar na categoria dos penas. O que você espera de diferente, agora que ele está parece adaptado ao peso?
Não tem como ele ter mudado. Ele até pode tentar, mas quando apertar, eu sei que ele vai fazer tudo o que sempre fez. A gente conhece o adversário. A gente procura sempre inovar, mas manter aquilo que sempre fez. Ter esse conhecimento ajuda. Ele vai tentar criar alguma coisa nova, que não conseguiu fazer na primeira luta, mas é chegar lá e lutar. E a gente vai vencer de novo.
Você venceu o duelo em 2013 por pontos, e não espera nenhuma mudança por parte dele. Mas e você? Enxerga a oportunidade de mudar algo na estratégia para ter um desempenho melhor do que na primeira luta?
Acho que especialmente agora (vou mudar algumas coisas). Eu vinha em uma linha, mas queria mudar. Estou treinando e tentando aprimorar coisas que eu sempre fiz muito bem e tinha deixado de fazer. Com isso, a gente está procurando essa evolução, chegar lá dentro e vencer com tranquilidade.
Tanto o jiu-jítsu quanto o muay thai e o kickboxing sempre foram meus pontos fortes. Fiquei caracterizado com isso, mas acho que eu não vinha fazendo aquela mesma coisa do começo. Então agora a gente está revendo, está treinando coisas novas, e voltando ao jiu-jítsu e ao kickboxing que me fizeram chegar a ser campeão.
Muitos dizem que desde a estreia no UFC você deixou de ser agressivo como era, por exemplo, na época do WEC. Podemos esperar um Aldo mais ofensivo no octógono?
Agora sim. A gente tem que reconquistar tudo, então a agressividade tem que voltar sim. Acho que tudo depende, mas pode ter certeza de que eu vou entrar com muito mais agressividade de novo.
Você vai disputar o cinturão interino na mesma noite em que o campeão da categoria fará um combate em outra divisão. Como se sente com isso?
É uma m...! Realmente é isso que eu penso. Como que vão colocar uma coisa assim, sendo que o campeão está lutando na mesma noite? Não tem sentido nenhum, não tem lógica. Eu tenho uma história, fiz uma longa carreira, e acho que merecia mais respeito. Tanto comigo, quanto para os fãs, quanto o Edgar também. Mas a gente é funcionário. Não vai influenciar em p... nenhuma o que eu falar ou deixar de fazer. A gente só tem que chegar, aceitar e lutar, porque a nossa vida não pode parar. A gente vive disso, outras pessoas dependem disso. Então a gente tem que aceitar, treinar, vencer.
Acredita que o Conor McGregor voltará aos penas para defender o título depois do UFC 200?
Não tem como (não voltar). Eu quero ver o que vão fazer depois dessa luta. Primeiramente eu tenho que pensar no Frankie Edgar e vencer a luta, para depois pensar para a frente. Mas, tendo uma visão do futuro, não tem como não ser essa luta. Não tem como a gente não lutar. Espero que ele volte, porque ele vai ter que defender o cinturão de qualquer jeito.
O UFC 200 é o último grande evento do Ultimate no primeiro semestre de 2016. Falando sobre a sua carreira, como imagina o segundo semestre?
Espero fazer outra luta. Queria fazer pelo menos mais duas lutas. Talvez não seja possível, mas pelo menos mais uma até o final do ano. Quero lutar, quero continuar lutando. Essa é a minha vida, isso é o que eu faço. Então não importa. O próximo passo é vencer o Frankie Edgar, e aí sim eu posso parar e ver qual vai ser.