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Shane Carwin - A espera acabou para o Rei do Nocaute do Colorado

Por Thomas Gerbasi  

 

Se você vir o gigante Shane Carwin fugindo de gatos pretos e evitando passar debaixo de escadas durante essa semana, não se espante. É que depois de ver lutas com Cain Velásquez e Brock Lesnar (duas vezes) serem canceladas no ano passado, ele precisa evitar qualquer tipo de má sorte no caminho do seu confronto com Frank Mir, neste sábado, pelo UFC 111.  

 

"Eu acho que essa luta tem uma boa chance de acontecer", ri um confiante Carwin. "Eu estou feliz de estar aqui e poder lutar na frente dos fãs. Esse tempo longe permitiu que eu treinasse alguns pontos que eu precisava".  

 

A última vez que os fãs viram Carwin em ação foi no UFC 96, dia 7 de março de 2009, na noite em que ele passou de promessa a competidor no espaço de 69 segundos, o tempo que levou para nocautear Gabriel 'Napão' Gonzaga. Se você não ouviu o burburinho sobre esse nativo do Colorado depois da sua 11ª vitória na MMA, você realmente não estava por dentro.  

 

No início do verão, Carwin estava marcado para enfrentar Velásquez, outra estrela em ascensão, por uma chance de disputar o cinturão dos pesos pesados. Mas no final de agosto a luta foi cancelada e Carwin teve a oportunidade de participar de um confronto ainda maior - uma luta pelo cinturão contra Lesnar no UFC 106, em novembro. Essa luta também foi cancelada quando Lesnar teve uma crise de diverticulite. Era esperado que Lesnar retornasse para encarar Carwin no UFC 108 em janeiro, mas isso também não aconteceu.  

 

Três lutar marcadas, três lutas canceladas, e um grande período de treinamentos para Shane Carwin.  

"Eu comecei a treinar, basicamente, no final de junho para me preparar para lutar contra Cain e eu tenho treinado desde então, com alguns intervalos aqui e ali", conta.  

 

Para Carwin, os intervalos possibilitaram que ele e sua mulher Lani tivessem a filha Alexia no dia 24 de fevereiro, além de uma lesão no joelho. Mas além disso, ele tem mantido seu trabalho como engenheiro, somado a um trabalho intenso na sua academia no Colorado. Com a luta contra Mir chegando, como ele se manteve entre o treino forte e a distância da luta?  

 

"Eu acho que para a luta contra Brock treinei um pouco demais, o que causou a minha lesão no joelho", admite. "Você está sempre aprendendo a treinar e escutar o seu corpo, mas esse é, provavelmente, o esporte mais difícil para se treinar. São várias disciplinas e você quer ter certeza que se empenhou o suficiente em cada uma delas".  

 

Por enquanto está claro que Carwin está trabalhando para chegar ao nível de elite, mas ainda não vimos o que ele realmente pode fazer quando o sino soar, pois ele acaba com todos que são colocados em sua frente. Os números falam por si só - 11 lutas, 11 vitórias, sendo todas elas por nocaute ou finalização. Cada vitória aconteceu no primeiro round, com nenhuma durante mais do que 2:11 - e esse tempo foi o da sua primeira luta. Quer mais? Suas três vitórias na UFC duraram juntas 3:24.  

 

Frank Mir é conhecido por encerrar suas lutas no primeiro round, mas Carwin leva tudo isso a um novo nível. No entanto, você não o ouvirá se gabando sobre esse talento.  

 

"É uma luta e eu nunca entro pensando em decisão", declara. "Quando eu entro, é um jogo e eu quero acabar logo com ele".  

 

E quando o sino soa, o gigante, gentil, engenheiro, e homem de família se transforma em uma força da natureza destruidora. É uma transformação incrível, que ele credita à sua competitividade.  

 

"Eu tenho sido competitivo desde os seis anos de idade. Minha mãe sempre me colocava para praticar esportes e eu sempre fui muito apaixonado por isso. Pode ser um jogo de tabuleiro ou uma disputa de PS3 com meu garoto (Carwin tem um filho de nove anos, Camden), e mesmo assim eu vou ser competitivo contra ele e sempre rimos sobre isso. Mas competir no octógono é uma sensação indescritível. Você tem que estar lá para sentir".  

 

Poucos aceitariam essa oferta, especialmente contra Carwin, mas Mir está disposto a encarar o desafio, especialmente com o título interino dos pesos pesados em jogo. Mir tem sido bastante falante nos últimos meses, mas o objeto das suas declarações não tem sido Carwin e sim Lesnar, a quem ele espera enfrentar novamente. Será que Carwin acha que está sendo subestimado por Mir?  

 

"Eu realmente não me preocupo com o que esses caras têm falado e tudo que está acontecendo. Eu sempre fui um cara que disse que você pode falar o que quiser; o único momento que importa é quando você está competindo no octógono. Esse tipo de coisa nunca me afetou. Se ele quer sentar e ficar falando sobre Brock, o problema é dele".  

 

Uma coisa é certa - Carwin definitivamente não está olhando além de Mir, seu mais forte adversário até hoje.  

 

"Acredito que estarei lutando contra o melhor Frank Mir que já esteve por aí e isso é muito importante para mim", Carwin afirma. "Sei que ele treinou muito, tem um jogo de chão superior ao meu, e eu mal posso esperar por esse desafio. Frank já foi duas vezes campeão, está entre os melhores dos melhores e esse tipo de lutador que quero lutar".  

 

Carwin terá a sua chance neste sábado e, quando a poeira baixar, talvez ele saia do Prudential Center com um cinturão. Isso é muito para ele pensar a essa altura ou ele já permitiu que um pouco desse pensamento entre na sua cabeça?  

 

"Você sempre ensaia esses momentos na sua mente e eu estou mentalmente preparado para isso", ele sorri. "Já visualizei essa situação e é incrível. Eu estou feliz de poder lutar e trabalhar nas coisas que tenho treinado. Quero ser visto como aquele lutador conhecido por seus nocautes devastadores e um intenso 'ground and pound'. Eu quero ser visto como esse lutador".