Jan Blachowicz e Thiago Marreta se enfrentaram em fevereiro de 2019, na luta principal do UFC Praga. O brasileiro venceu por nocaute técnico no terceiro round, mas talvez eles nem imaginassem o quanto seus caminhos ainda iriam se cruzar.
Isso porque uma amizade surgiu meses depois. Quando ambos tiveram combates confirmados para o UFC 239, uma viagem para divulgação do evento aproximou os lutadores.
Conversa vai, conversa vem, Marreta e Blachowicz combinaram de treinarem juntos no UFC Performance Institute, em Las Vegas. Segundo Tata Duarte, treinador do brasileiro, o polonês perdeu um de seus sparrings após uma fratura no nariz, e pediu a ajuda do então desafiante meio-pesado.
“O Blachowicz perguntou se a gente poderia ajudar, porque ele sabia que o Marreta jogava de canhoto e chutava na barriga - ele tomou esse chute - que era bem parecido com o estilo do Rockhold. O técnico dele veio falar comigo, daí combinamos os horários. Foram duas semanas treinando juntos direto. O Marreta realmente só ajudou porque quis, e criou uma amizade”, disse Duarte em conversa com o UFC Brasil.
Assim, quando o polonês assinou o contrato para encarar Ronaldo Jacaré na luta principal do UFC São Paulo, ele naturalmente buscou o auxílio dos integrantes da TFT. O resultado: nove dias no Rio de Janeiro para se ajustar ao clima, ao horário, e à comida.
“Fui à praia. Treinei. E a comida! A comida é maravilhosa no Brasil”, disse Blachowicz ao UFC Brasil. “É fácil de achar comida saudável, tudo é perfeito. Eu comi pratos típicos, mas não lembro os nomes. Eu só ia ao restaurante e pedia algo típico do Brasil”.
Mas a estadia não foi só sossego e calmaria. Blachowicz também participou de algumas aventuras na Cidade Maravilhosa.
“Ele perguntou o que tinha para fazer. Falei para ir no Cristo, no Pão de Açúcar, Copacabana. Aquela coisa de turista”, contou Duarte. “O cara foi no Cristo, mas em vez de pegar o bondinho ele subiu à pé. Uma hora e meia de subida, um sol do caramba. Falei que eles são muito loucos, mas ele adorou”.
“Nós sempre andamos, porque minha equipe e eu amamos as montanhas”, declarou Blachowicz. “É bom para o cardio, e foi uma aventura legal. Você vê mais coisas quando anda. Fomos ao Cristo, e depois à Pedra da Gávea. Foi incrível. Era no meio da floresta, teve um pouco de escalada com corda, mas foi maravilhoso”.
O polonês quis tanto conhecer o país que preferiu ficar atrás do volante e encarar as seis horas de trajeto entre Rio de Janeiro e São Paulo. Tudo para aproveitar ao máximo o que o país oferece, e ter a certeza de que voltará para curtir umas férias.
“Gostamos de ver como são as cidades, gosto de viajar assim. Gosto de ver como as pessoas vivem, o que elas fazem. Até mesmo quando paramos no posto de gasolina, sempre tem algo diferente. As pessoas são muito legais aqui. Temos algum problema com o idioma, falamos polonês, eles falam português, mas a gente se entende”, disse.
“Com certeza voltarei para passar mais tempo no Brasil. Sempre quis vir para cá, e agora estou aqui, mas trabalhando. Então terei de voltar para as férias”.
