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Thales Leites: “Estou muito mais forte e mais maduro”

Brasileiro faz balanço da carreira, fala da luta contra Michael Bisping e projeta disputa pelo cinturão

Levantar, sacudir a poeria e dar a volta por cima. O velho ditado popular define bem o atual momento do brasileiro Thales Leites, que chega a sua 30ª luta na carreira no próximo sábado. Aos 33 anos, o peso-médio encara o inglês Michael Bisping, em Glasgow, no primeiro UFC Fight Night da história da Escócia.

A história de Thales no UFC começou em 2006, quando chegou invicto ao Ultimate, mas sentiu o gosto da derrota pela primeira vez nas mãos de Martin Kampmann. Depois do revés, o brasileiro enfileirou quatro oponentes e recebeu o convite para disputar o título dos médios contra o então campeão Anderson Silva. No UFC 97, em abril de 2009, o 'Spider' defendeu o cinturão pela quinta vez, e o desafiante se tornou um dos poucos homens a fazer cinco rounds completos contra o paulista, considerado um dos melhores lutadores de todos os tempos.

Uma derrota para Alessio Sakara marcou a saída de Thales da organização, e pelos próximos anos, o atleta dividiu seu tempo entre lutas em outros eventos e duas cirurgias nos joelhos. Depois que acumulou seis triunfos em sete combates, veio o chamado para retornar ao Ultimate, e em agosto de 2013, o peso-médio bateu Tom Watson por pontos no card do UFC 163, no Rio de Janeiro.

A vitória dominante mostrou que o brasileiro voltou, e desta vez é para ficar.

"São momentos diferentes, tanto na categoria quanto na minha vida", disse o atleta, comparando seus dois momentos na organização. "O Anderson estava absoluto como campeão e não tinha tantos atletas na categoria. Hoje em dia, a categoria está mais movimentada, com um maior número de atletas, e um maior número de atletas duros, com condições de disputar e ganhar o título. A situação é bem diferente, e eu também mudei. Estou muito mais forte e mais maduro. Estou mais velho, mas também mais maduro."

Desde o retorno, Thales venceu Ed Herman por pontos, nocauteou Trevor Smith e Francis Carmont, e finalizou Tim Boetsch, completando uma sequência de oito triunfos, uma das maiores no UFC atualmente. Agora ele se prepara para a 30ª luta na carreira, um confronto contra Michael Bisping que lidera o card do UFC Glasgow, e uma vitória certamente deixaria o niteroiense perto de disputar novamente o cinturão da categoria.

"Acho que isso é resultado do trabalho que eu estou fazendo. Vou começar a pegar atletas cada vez mais bem ranqueados, que é o que está acontecendo agora. É uma luta importante, eu foco na luta para depois ver o que vai acontecer. […] Vou lutar para nocautear ou finalizar. Não sei exatamente o que vai ser, mas vou buscar isso".

Das 25 vitórias que conquistou na carreira até agora, 14 foram por finalização. Mas mesmo sendo dono de um grande arsenal de técnicas, Thales garante que seu ponto forte não é nenhum estrangulamento ou chave para torcer um membro do oponente.

"A minha arma mais forte é o coração. Eu vou lutar com o coração. Sempre em busca do nocaute ou finalização, com certeza."