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Thiago Tavares - Ano novo, vida nova

"Vai ser uma grande luta, acredito que onde se desenrolar teremos
ferramentas para jogar. Mas buscarei o nocaute, e ele sabe disso".     

Há dois anos a carreira do catarinense Thiago Tavares (19-3-1), que enfrenta Shane Roller (9-3) no UFC on Versus 3 na quinta-feira, dia 3 de março, foi cercada de expectativas. Bem, nada diferente é esperado quando você faz parte da categoria leve do UFC, mas, no caso de Thiago, a palavra deve ser vista de forma diferente, o que ele viveu foi uma agonia.  
    
Envolvido em contusões (suas e de seus adversários), Thiago fez apenas uma luta em 2009 e duas em 2010, alcançando a marca de dois triunfos e um empate. Nada trágico, porém o brasileiro tinha a necessidade de dar a volta por cima, principalmente depois do ano de 2008, onde sofreu duas derrotas seguidas.    
 
Então se as coisas não saíram conforme planejadas para o faixa preta de Jiu-jitsu, 2011 tem uma expectativa bem diferente da vivida por ele nos últimos 24 meses.
      
"O ano de 2011 promete", diz Thiago. "Venho em uma constante evolução, treinando forte e me sinto preparado para todos os desafios. O ano de 2009 foi de contusões, fiz apenas uma luta, e o ano de 2010 acabou que tive duas lutas canceladas, mas não por minha culpa. Sendo assim aquela luta do Pat Audinwood foi para lavar a alma".   
      
E realmente lavou em setembro do ano passado. Ignorando a maior envergadura do americano, ele ditou o ritmo desde o começo e finalizou com uma guilhotina ainda no primeiro round- mostrando ao estreante no Octógono que fazer a primeira luta diante do brasileiro seria um problema. Na verdade, antes daquele combate Thiago já dava o recado, 'quero ser o pesadelo dos estreantes', e foi o que aconteceu.       

"Eu não tenho nenhum sentimento negativo contra meus adversários. Quando falei pesadelo dos estreantes queria apenas dizer que infelizmente (para ele), a estréia dele no UFC não iria ser boa porque ele estava no meu caminho".       

O alivio pela vitória convincente não ficou apenas estampado no sorriso do brasileiro após a luta, o ritual de remover a inhaca (ranço, falta de sorte) também chamou a atenção. Thiago passou a mão nos braços e pernas como se limpasse seu corpo, removendo a fase ruim.
 
"Com fé em Deus, apoio dos meus amigos e companheiros de treino, eu consegui passar por essas contusões e cirurgias". Thiago disse, revelando que não tinha ensaiado o movimento pós-vitória. "Eu não pensei em fazer aquilo, quando eu percebi já havia feito".     
 
Dedicando-se integralmente a treinar na sua terra natal - Florianópolis, SC - e evitando viagens para outros estados ou países, Thiago conseguiu criar uma rotina perfeita para suas preparações. Mesmo sendo um ídolo na cidade, ele mantém o foco e confessa que não exista nada melhor do que treinar em casa.     

"Sem duvida os treinamentos em Florianópolis tem o nível ótimo, e hoje consigo manter um treino muito bom e bem focado. É muito bom estar perto dos amigos, da família, onde nasci e cresci. Fui o primeiro lutador do estado de Santa Catarina no UFC, e ainda sou o único lutador de Florianópolis no maior evento do mundo. Um dia irei trazer o cinturão do UFC pra minha ilha".    
   
Deixando clara sua intenção dentro da divisão, Thiago espera voltar a ter seu nome mencionado no bolo de atletas brigando pela posição de desafiante com mais algumas vitórias. Para tal, ele precisa mirar única e exclusivamente em Roller, um ex-lutador do WEC e All American de wrestling, que pretende fazer de tudo para frustrar os planos do brasileiro.     

"Sei que todo americano que tem esse 'titulo' de All American é muito bom de wrestling (risos)", Thiago comenta. "O Roller é um ótimo lutador, vem de uma grande vitória sobre o Jamie Varner (ex-campeão leve do WEC), é muito bom wrestler e tem um Jiu-jitsu muito justo. Vai ser uma grande luta, acredito que onde se desenrolar teremos ferramentas para jogar. Mas buscarei o nocaute, e ele sabe disso".