Eventos
Bem-vindo ao ano novo!
Com 2018 já no retrovisor e as retrospectivas sendo feitas, chegou a hora de olhar o que 2019 tem a nos oferecer, e o primeiro evento do UFC traz o começo de algo novo no UFC.
O único evento de janeiro marca o início da era do UFC na ESPN americana, e como o evento de 19 de janeiro será realizado no Barclays Center, em Brooklyn, Nova York será o primeiro lugar a transmitir um card pela ESPN+, a platafoma de streaming do veículo. No Brasil, a transmissão será feita, como sempre, pelo Canal Combate.
E a comemoração da nova parceria terá diversas lutas espetaculares, em um card que carrega junto de si diversos duelos entre possíveis desafiantes ao cinturão, além de algumas revelações que buscam atingir o estrelato no octógono. Tudo isso liderado por um combate entre "campeão x campeão", valendo o cinturão peso-mosca.
Então, o quão bom é esse card?
Tão bom que, mesmo com apenas um evento em janeiro, temos material suficiente para fazer o primeiro top 10 de 2019. Vamos a ele:
UFC Brooklyn: Cejudo x Dillashaw
Sábado, 19 de janeiro
Allen Crowder x Greg Hardy
Ex-jogador da NFL, Greg Hardy fez a transição para as artes marciais mistas em outubro de 2016.
Um ano depois, ele fez sua primeira luta amadora, que durou apenas 32 segundos. Suas duas lutas amadoras seguintes deram um tempo total de 110 segundos. Em junho do ano passado, o peso-pesado fez sua estreia como profissional contra o seu parceiro de draftd da NFL, em 2010, Austin Lane, no primeiro episódio da 2ª temporada de Dana White's Tuesday Night Contender Series.
Lane durou 57 segundos, e Hardy voltou dois meses depois, no oitavo episódio, para acabar de maneira similar com Tebaris Gordon. A terceira vitória com menos de um minuto de luta, em setembro, fez com que o UFC promovesse Hardy ao maior palco do esporte.
O lutador de 30 anos tem um talento inegável - um talento atlético fenomenal, que fez uma transição rápida e impressionante para o MMA em pouco tempo - e ele chega com um dos pesos-pesados mais intrigantes dos últimos tempos no octógono.
Crowder, por outro lado, é um veterano de 12 anos de carreira que ganhou sua oportunidade no UFC com uma vitória na primeira temporada do Contender Series, enquanto perdeu sua luta de estreia para Justin Willis. Ele com certeza tem bem mais experiência do que Hardy e será o oponente mais perigoso que Hardy já enfrentou em toda sua carreira. Será um grande teste para a ex-estrela do futebol americano.
Belal Muhammad x Geoff Neal
Essa é uma daquelas lutas que mostram o quão profunda e talentosa é a divisão dos meios-médios, e pode colocar o vencedor em uma posição de maior relevância na categoria em 2019.
Muhammad registrou quatro vitórias consecutivas até chegar nesse duelo, incluindo triunfos sobre Jordan Mein e Tim Means. Ele está com o cartel de 5-1 em suas últimas seis lutas, desde que começou sua carreira no octógono, quando perdeu de Alan Jouban em uma luta que aceitou em cima da hora.
Quanto a Neal, ele foi uma das estrelas silenciosas de 2018, registrando um par de vitórias por interrupção dos juízes em sua terra natal, o Texas. Primeiro ele finalizou Brian Camozzi em Austin, e depois ele apagou Frank Camacho com um chute na cabeça no UFC 228, em Dallas.
Nenhum deles está rankeado na divisão, mas uma vitória certamente fará com que pensem em colocados no top 15, especialmente por ser começo de um novo ano, pelo momento em suas carreiras e pelo card espetacular que estão, começando assim sua campanha em 2019 em busca pelo topo.
Paige VanZant x Rachael Ostovich
O duelo entre a super popular Paige VanZant contra a participante do TUF 26 Rachael Ostovich mostra é mais um daqueles casos onde as pesos-moscas esperam começar 2019 com o pé direito.
VanZant não luta desde janeiro do ano passado, quando foi superada por Jessica Rose-Clark por decisão unânime, no evento de estreia de 2018. Durante a luta, a finalista da versão americana da competição "Dança dos Famosos" quebrou o antebraço, e isso a deixou fora de competição por 2018 inteiro. Faz dois anos que VanZant não registra uma vitória no octógono, mas ela tem apenas 24 anos e já mostrou algumas vezes que pode ser uma lutadora de elite durante sua carreira.
Depois de ser eliminada pela ex-campeã do Invicta Barb Honchak, no torneio que coroaria a primeira campeã peso-mosca do UFC, Ostovich deu a volta por cima no TUF Finale e finalizou a armena Karine Gevorgyan em menos de dois minutos. Sua segunda apresentação no octógono, no entanto, não foi como ela planejava, já que acabou finalizada pela parceira de TUF 26 Montana De La Rosa oito meses depois.
As duas lutadoras já passaram por bons e maus momentos, mas essa batalha é uma daquelas que pode ditar as oportunidades que apareceração no octógono nos próximos meses para ambas. Tanto VanZant quanto Ostovich estão sedentas para voltar a vencer e começar o ano bem, então esse duelo tem chances de ter uma troca de chumbo grossa desde o começo.
Joanne Calderwood x Ariane Lipski
Essa luta deve ser divertida.
Calderwood fez grandes mudanças em 2018, se mudando para Las Vegas e subindo de categoria para competir no peso-mosca. Depois de 13 meses longe, "JoJo" voltou em agosto, conquistando uma finalização no primeiro round sobre Kalindra Faria, a primeira finalização de sua carreira.
Apelidada de "A Rainha da Violência", a ex-campeã do KSW Ariane Lipski iria enfrentar inicialmente Maryna Moroz em novembro, mas o duelo foi cancelado quando Moroz quebrou o pé. Agora a lutadora de 24 anos coloca na linha sua sequência de nove vitórias consecutivas ao entrar no octógono pela primeira vez.
Estilisticamente falando, o duelo tem o potencial de uma luta de trocação franca de muay thai sobre as regras de MMA, já que as duas lutadoras possuem chutes violentos e são muito agressivas em seus duelos. Com a divisão peso-mosca ainda se modelando, a vencedora desse combate pode dar uma acelerada no caminho ao topo do ranking e, até mesmo, lutar pelo cinturão em 2019.
Gregor Gillespie x Yancy Medeiros
Vindo de quatro lutas no peso meio-médio, o veterano e vigoroso havaiano Medeiros está de volta na divisão dos leves para um grande duelo contra Gillespie, que deve nos dizer muito sobre qual será a posição desses lutadores em uma categoria de peso ultra competitiva.
Medeiros conseguiu três vitórias em sua passagem na categoria de cima, conseguindo interrupções contra Sean Spencer, Erick Silva e Alex Oliveira, sendo que esta última foi uma das lutas mais divertidas para os fãs em 2018. Mas sua caminhada rumo ao sucesso foi interrompida quando ele caiu diante de Donald Cerrone em Austin, e agora ele volta seus pensamentos para o pes-leve para ver se encontra sucesso na categoria.
Com um cartel perfeito de 5-0 no UFC e dono de diversas vitórias em sua carreira, Gillespie é um dos grandes talentos que estão em ascensão na organização. O ex-wrestler universitário conseguiu mais duas vitórias em 2018, quando bateu Jordan Rinaldi e Vinc Pichel, e agora tem seu maior desafio rumo ao top 15 da divisão.
Será que "The Gift" continuará sua escalada ou Medeiros acabará com a sequência de vitórias?
Glover Teixeira x Ion Cutelaba
Nada como começar o novo ano com uma excelente batalha entre "veterano x promessa" em uma divisão que está em transição e começando uma nova marcação.
Cutelaba, de apenas 25 anos, vem para esse duelo depois da apresentação mais importante de sua carreira - um massacre no primeiro round contra Gadzhimurad Antigulov em julho, onde ele mostrou uma tremenda evolução em seu grappling defensivo e o mesmo poder de fogo ofensivo que o fez ser visto relativamente como um bom prospecto no UFC.
Desta vez, "Hulk" terá a chance de pavimentar sua posição como um possível desafiante na divisão dos meios-pesados ao enfrentar um dos lutadores mais experimentados da categoria.
Com mais de 15 anos de carreira, Glover tem mais lutas no UFC (15) do que Cutelaba tem de vitórias em sua carreira (14) e só perdeu para atletas de elite da divisão no octógono. Enquanto tem alternado vitórias e derrotas em suas últimas seis lutas, o brasileiro é um lutador completo e entra na categoria dos veteranos relevantes e perigosos, que podem acertar alguns bons golpes e acabar com a esperança de lutadores como Cutelaba.
Assim que essa luta começar, veremos que Glover ainda tem lenha pra queimar e tentar uma nova disputa de cinturão em 2019 ou se Cutelaba poderá se juntar a uma lista de novos nomes que chegaram para ficar na divisão dos meios-pesados em 2019.
John Lineker x Cory Sandhagen
Acumulando um cartel de 6-1 desde que se mudou para a divisão peso-galo, Lineker iria inicialmente enfrentar o ex-campeão Dominick Cruz, em uma luta com dois dos lutadores melhores posicionados no ranking da divisão. Infelizmente, Cruz foi forçado a sair da luta por conta de uma lesão no ombro, mas Sandhagen ficou mais do que feliz em ter que substituir o lutador, usurpando seu lugar nesse posto de possíveis desafiantes.
Lineker trouxe aos galos o mesmo estilo que o fez ter sucesso nos moscas e provou que ele está na parte de cima da "cadeia alimentar", com vitórias sobre Rob Font, Michael McDonald, John Dodson e Brian Kelleher. Apenas o atual campeão, TJ Dillashaw, foi capaz de pará-lo. Se ele passar por Sandhagen de maneira impressionante, ele pode ter uma oportunidade de se vingar da derrota em uma data mais pra frente ainda neste ano.
Membro da Elevation Fighting Team, Sandhagen está com quatro vitórias seguidas, sendo duas delas desde que chegou ao UFC, um ano atrás. Depois de despachar Austin Arnett em sua estreia, o durão de Colorado conseguiu finalizar o veterano brasileiro Iuri Marajó, nos seis minutos de luta mais divertidos que você verá.
Ele pode subir bem na divisão caso vença o duríssimo Lineker, especialmente pelas suas últimas performances e por ter aceitado a luta com pouco tempo de preparação, o que pode colocá-lo no radar para prestarmos atenção no futuro.
Joseph Benavidez x Dustin Ortiz
As especulações do fim do peso-pena podem ser um tanto quanto exageradas, já que Benavidez e Ortiz irão se enfrentar nessa categoria e o vencedor terá uma razão legítima para disputar o cinturão ainda neste ano.
Posicionado no meio da tabela do top 15 da divisão, Ortiz conseguiu seus melhores resultados na carreira nos últimos 18 meses, com vitórias sobre Hector Sandoval, Alexandre Pantoja e Matheus Nicolau, que o colocaram como um dos considerados para disputar o título. Na última vez que pisou no octógono, o veterano com 25 lutas na carreira atordoou Nicolau, ficando fora de perigo até fazê-lo perder o equilíbrio com um chute alto potente, terminando o duelo com uma saraivada de socos no chão.
Enquanto Ortiz é um desafiante novo, Benavidez é um rosto familiar nesse sentido, tendo lutador pelo cinturão inaugural peso-mosca no UFC e nunca tendo saído da elite da categoria desde então. Depois de ser derrotado em uma luta parelha contra Sergio Pettis em junho, após ficar mais de um ano parado, Benavidez voltou com uma grande triunfo em sua última luta, finalizando Alex Perez para voltar ao caminho das vitórias.
Independente de qual direção a divisão tomará, essa é uma tremenda luta, que não pode ser deixada de lado ou ignorada. Ortiz e Benavidez sempre dão tudo de si, e dessa vez não será diferente.
Donald Cerrone x Alexander Hernandez
Hernandez deixou uma ótima impressão em seu primeiro ano no UFC e agora tem a chance de começar seu segundo ano com uma grande explosão.
Chamado de última hora para competir no UFC 222, o peso-leve do Texas precisou de apenas 42 segundos para conseguir sua primeira vitória, derrubando o veterano Beneil Dariush com uma mão esquerda poderosa. No duelo seguinte, o confiante novato anulou a luta de solo de Olivier Aubin-Mercier para chegar à oitava vitória consecutiva.
Agora ele vai enfrentar alguém que está mais do que acostumado a dar show no octógono.
Vindo de uma vitória por chave de braço no primeiro round contra Mike Perry, no segundo duelo mais importante do evento comemorativo dos 25 anos do UFC, em Denver, Cerrone volta para o peso-leve para dar a Hernandez o maior desafio de sua carreira.
Depois de um começo espetacular em sua jornada nos meios-médios, o "Cowboy" passou por tempos difíceis, sendo superado em quatro de suas cinco lutas entre janeiro de 2017 e junho de 2018. Porém, ele foi fantástico em sua apresentação contra Perry no último mês de novembro, e se ele puder manter esse ritmo em seu retono à divisão, ele não irá somente parar a ascensão de Hernandez, como se colocar em uma excelente posição no alto nível da divisão.
Henry Cejudo x TJ Dillashaw, valendo o cinturão peso-mosca
Senhoras e senhores, essa é a primeira luta principal do ano!
Vindo de uma vitória por decisão dividida contra Demetrious Johnson, Cejudo pretende começar seu reinado na divisão peso-mosca vencendo o dono do cinturão peso-galo TJ Dillashaw, que aceitou de bom grado o desafio do medalhista olímpico e quer se juntar a Conor McGregor, Daniel Cormier e Amanda Nunes como os únicos quatro lutadores na história do UFC a serem donos de dois cinturões simultâneamente.
Esse é o maior desafio que Cejudo poderia ter depois de acabar com o reinado de praticamente seis anos de Demetrious Johnson no peso-mosca. Ele continuou a evoluir na parte em pé durante sua jornada no UFC, enquanto seu wrestling de elite continua sendo de extremo perigo para todos os seus adversários. Se ele conseguir vencer Dillashaw, "The Messenger" se colocará na posição de um dos melhores lutadores na história das divisões mais leves do UFC.
Bi-campeão peso-galo, Dillashaw pavimentou seu caminho no topo da divisão com uma vitória por nocaute no primeiro round sobre Cody Garbrandt no UFC 227, em agosto, colocando o seu nome na discussão sobre os melhores pesos-galos de todos os tempo. Agora ele fará uma viagem até o peso-mosca com a oportunidade de vencer um segundo título e aumentar ainda mais o seu legado.
Cejudo e Dillashaw são dois dos melhores lutadores do planeta no momento e esse duelo deve ser intrigante, divertido e nervoso. Uma partida de xadrez entre o mais versátil peso-galo e o mais espetacular peso-mosca.
Vocês não vão querer perder.
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