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Relembre os grandes duelos entre mulheres em todos os tempos no Ultimate
Em maio, a divisão peso-galo feminina será o centro das atenções no UFC 224, quando a campeã Amanda Nunes entrará no octógono em busca de sua terceira defesa de cinturão no duelo contra Raquel Pennington, que vem de quatro vitórias seguidas após superar a ex-campeã Miesha Tate no UFC 205.
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Com Nunes e Pennington sob os holofotes naquela que promete ser uma grande luta no dia 12 de maio, não há hora melhor para relembrar algumas das melhores performances das mulheres no octógono.
Este é o Top 10: Melhores lutas femininas na história do UFC
Primeira luta feminina na história do UFC, a chegada de Rousey ao maior palco do esporte foi um momento cultural e um ponto crucial para o crescimento e desenvolvimento da organização. No início da luta, no entanto, parecia que a então invicta campeã poderia não usufruir de um longo reinado.
Como havia feito nas lutas contra Marloes Coenen e Sarah Kaufman no Strikeforce, Carmouche entrou no cage pronta para levar Rousey ao limite e se tornou a primeira lutadora a realmente ameaçar a medalhista olímpica.
No início do combate, Carmouche pegou as costas de Ronda e tentou uma torção de pescoço que colocou os fãs na beirada de seus assentos e Rousey na defensiva, mas a campeã escapou e eventualmente virou o jogo, encerrando sua primeira luta no octógono da mesma maneira que havia feito em cada uma de suas cinco lutas anteriores - com uma vitória por finalização com chave de braço antes do final dos cinco primeiros minutos.
Cat Zingano x Miesha Tate
Enquanto a primeira luta do peso-galo feminino será sempre lembrada por seu significado histórico, a segunda tem um lugar nos anais da história por sua grandiosidade. Faz mais de cinco anos que essas duas mulheres dividiram o cage em Las Vegas e essa talvez ainda seja a melhor luta feminina que já aconteceu no octógono.
Foi uma luta emocionante e intensa desde o início, quando Zingano chorou em seu caminho ao cage antes de se blindar para a batalha, enquanto Tate entrou focada como sempre. Durante os dois primeiros rounds, a ex-campeã do Strikeforce e futura campeã do UFC foi melhor, ficando na frente em dois assaltos equilibrados, mas, no terceiro, a agressividade e ferocidade de Zingano tomou conta.
Uma queda no início criou a chance de amassar e golpear Tate, que mostrou seu tradicional coração ao continuar batalhando para se levantar. Mas assim que o fez, Zingano a plantou novamente no tablado com uma joelhada seguida por vários golpes enquanto ela tentava se reabilitar e levantar, levando o duelo a uma interrupção dramática e repentina.
Joanna Jedrzejczyk x Claudia Gadelha
Sabe quando diretores de cinema se tornam estrondosos sucessos e as pessoas começam a voltar e assistir seus primeiros trabalhos, apenas para descobrir que eles já eram excelentes antes de todos perceberem? É como me sinto com essa luta.
Escalada como última luta do card preliminar daquele evento, Jedrzejczyk e Gadelha eventualmente ganhariam reconhecimento como duas das principais lutadoras do mundo e grandes estrelas do UFC, mas naquela noite elas eram estrelas quase anônimas que lutaram de igual para igual em uma luta agonizantemente apertada cujo resultado ainda é debatido até hoje.
Jedrzejczyk acabou levando a melhor na decisão dividida e desafiou o cinturão peso-palha em sua luta seguinte, enquanto a derrota controversa nunca foi bem aceita por Gadelha e se tornou a base de uma rivalidade quente entre as duas - que teria um novo capítulo 18 meses depois.
Holly Holm x Ronda Rousey
Após 12 vitórias consecutivas, seis defesas de cinturão e quatro vitórias em um tempo somado total de dois minutos e 10 segundos, Rousey entrou nesta luta no auge de seus poderes e tendo alcançado o mainstream, fazendo um anúncio do duelo no programa televisivo Good Morning America.
Frente ao maior público da história do UFC no Etihad Stadium em Melbourne, Austrália, ela entrou pilhada no cage buscando adicionar Holm à sua lista de oponentes superadas, mas descobriu que a ex-campeã mundial de boxe tinha outros planos.
Holm fez o papel de toureira perfeitamente, andando de lado e contra-atacando os avanços agressivos de Rousey com precisão, frustrando a campeã desde o início. Rapidamente se tornou aparente que uma mudança de guarda no topo da divisão peso-galo estava em andamento, e com menos de um minuto no segundo round, Holm oficialmente chocou o mundo, demolindo Rousey com um chute alto que colocou um fim abrupto ao seu reinado.
Assim como a primeira aparição de Rousey no octógono foi um momento daqueles “Onde você estava quando?”, o mesmo aconteceu com a noite em que ela foi nocauteada para fora de seu trono. Só para constar, eu estava em casa assistindo incrédulo como todos.
Miesha Tate x Holly Holm
Mesmo sendo uma das mais inesperadas reviravoltas da história do UFC - e com título trocando de mãos como resultado - essa luta ficou um pouco na sombra da guerra entre Conor McGregor e Nate Diaz que aconteceu logo em seguida.
Tendo dito isso, a performance de Tate contra Holm foi uma representação perfeita de sua carreira, tendo conquistado a vitória pela pura determinação e coração… e um mata-leão bem encaixado também.
No início do quinto round, Holm vencia por 3-1 nas papeletas e tinha feito um trabalho admirável para manter a luta em pé. Ela vinha sendo capaz de superar Tate nas trocações e mantê-la na distância. No round em que não conseguiu, Tate controlou as ações no chão, pressionando e buscando um estrangulamento.
A dois minutos do final do round final, Tate levou Holm ao chão e se prendeu em suas costas como uma mochila enquanto a campeã lutava para se libertar. Quando Holm se levantou, Tate colocou seu antebraço sob o pescoço e manteve o controle conforme Holm tentava se debater. Ao cair no tablado, Tate apertou o estrangulamento e, a apenas 90 segundos do encerramento do duelo, Holm apagou e Tate completou uma das viradas mais improváveis da história do UFC.
Amanda Nunes x Valentina Shevchenko
Se a luta de Tate com Holm foi um pouco ofuscada por Diaz-McGregor, essa luta foi inicialmente enterrada saindo do UFC 196, mas isso não muda o fato de ter sido uma grande batalha.
Nunes vinha de duas vitórias seguidas e apostava em seu poder capaz de mudar o rumo de uma luta. Shevchenko vinha de uma vitória sobre a ex-campeã do Strikeforce Sarah Kaufman em sua estreia de última hora no octógono. No início, Nunes tomou a liderança, controlando a ação com sua luta agarrada e pressionando a novata do UFC.
No terceiro round, no entanto, Shevchenko apareceu, conseguindo aplicar uma queda antes de superar a cansada brasileira em pé pelo fim do assalto. Enquanto Amanda levou a decisão de forma justa, a sensação na sala de imprensa era de que Shevchenko tinha tudo para levar caso fosse uma luta de cinco rounds.
Eventualmente nós pudemos ver isso acontecendo após Amanda chegar ao topo da divisão e Shevchenko se tornar a desafiante número um, que resultou na revanche pelo título no UFC 215, na qual a “Leoa” manteve seu cinturão por decisão dividida.
Joanna Jedrzejczyk x Claudia Gadelha II
Enquanto a primeira luta aconteceu nas sombras, o segundo encontro entre elas teve atenção total da audiência do MMA e não desapontou, se tornando uma das melhores lutas de todos os tempos.
Gadelha começou forte e rápida, pressionando Joanna e controlando os primeiros 10 minutos de forma intensa com sua luta agarrada e boxe afiado. Após a desafiante tomar conta da porção inicial do terceiro assalto, Jedrzejczyk conseguiu se livrar da pressão e voltou ao centro do cage com confiança, se movimentando para que a brasileira a encontrasse em pé.
Isso provou ser um ponto de virada para o restante da luta, que teve Joanna em completo controle, se distanciando de Gadelha a caminho de uma vitória por decisão unânime e uma vantagem de 2-0 nos confrontos entre elas.
Apesar de fazerem apenas a luta inicial do card principal, Andrade e Hill roubaram o show deste evento entregando 15 minutos de pura ação em um clássico de 2017.
Após uma campanha sólida no peso-galo, Andrade se provou uma força no peso-palha com as vitórias sobre Jessica Penne e Joanne Calderwood, enquanto Hill voltava ao octógono após quatro vitórias seguidas no Invicta FC em 2016, quando conquistou e defendeu o título peso-palha.
As duas vieram para trocação franca desde o início e não diminuíram a marcha, com Andrade constantemente andando para frente (como ela sempre faz) e Hill se recusando a ceder (como ela sempre faz), resultando em um encontro selvagem que teve a brasileira saindo com a chance de disputar o cinturão e Hill com o devido reconhecimento como uma das atletas mais talentosas da categoria.
Primeira de duas lutas de 2018 na lista, a vitória de Reneau sobre McMann pareceu realmente um conto de duas lutas.
Na primeira parte, a medalhista olímpica e ex-desafiante ao título esteve em total controle. McMann levou a luta ao tablado com um minuto do primeiro round e a manteve lá até o fim, avançando para um crucifixo da montada e dominando por quase três minutos inteiros.
No segundo, Reneau manteve a luta em pé até acertar McMann com uma direita limpa que levou a uma tentativa desesperada de queda de sua oponente atordoada. Enquanto McMann eventualmente colocou Reneau de costas, a atleta de 40 anos instantaneamente escalou a guarda e atacou com um triângulo e enquanto McMann tentava se defender de uma série de cotoveladas que vinham em seu caminho, Reneau apertou o estrangulamento e garantiu os três tapinhas e a virada.
Rose Namajunas x Joanna Jedrzejczyk II
Após destronar Jedrzejczyk no UFC 217, muitos se questionaram se a vitória de Namajunas havia sido uma situação de tempestade perfeita - um caso em que ela teve sua melhor performance enquanto a campeã entrou no octógono com menos de 100%.
Cinco meses depois, Namajunas provou que ela é para valer, começando quente como havia feito da primeira vez antes de batalhar no final do último round para sair com sua primeira defesa de título.
O impacto geral e importância da luta permanecem desconhecidos porque ela aconteceu há apenas algumas semanas. No momento, foi um duelo excelente que consolidou Namajunas no topo da divisão e mostrou seu calibre de campeã, mas pode muito bem ter um significado ainda maior dependendo do que acontecer daqui para frente.