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Não há como negar que a grande atração de setembro será a unificação dos títulos dos pesos-leves no UFC 242, em Abu Dhabi; entretanto, o mês terá ainda uma série de confrontos importantíssimos em que os vencedores se colocarão na rota do título.
Este é o Top 10.
Após a campeã peso-mosca Valentina Shevchenko despachar duas desafiantes em três meses, existe uma clara necessidade de fazer a divisão continuar girando e criar novas adversárias para a campeã, e a vencedora desta luta pode entrar na conversa pelo title-shot.
Calderwood está vindo de uma derrota apertada para a 2ª colocada no ranking Katlyn Chookagian em junho, mas venceu suas duas apresentações anteriores e tem se mostrado uma lutadora renovada desde a mudança para Las Vegas e para o peso-mosca. Lee, por sua vez, já somava quatro vitórias seguidas antes de chegar ao Ultimate, e não deixou a peteca cair, somando mais três triunfos na organização e se estabelecendo no ranking dos 57kgs.
Este é um embate crucial para ambas, em que Calderwood precisa provar ser capaz de vencer outra possível desafiante, algo com que ela já sofreu no passado, enquanto Lee sobe o nível de competição em seu caminho rumo ao topo da categoria.
Compacto e forte, Davi Ramos tem provado silenciosamente que é uma verdadeira ameaça na divisão peso-leve - um grappler de primeira linha com mãos pesadas e que melhora a cada apresentação. Após perder em sua estreia, na divisão de cima, e entrando de última hora, o brasileiro de 32 anos emplacou quatro vitórias seguidas e está prestes a cavar um lugar no Top 15.
Makhachev angariou mais atenção que Davi ao longo de sua sequência de cinco triunfos e já vem sendo comparado ao seu compatriota Khabib Nurmagomedov. A realidade é que, se Makhachev ainda não é tão sufocante no chão quanto o campeão peso-leve, ele é um excelente grappler, dinâmico e explosivo.
Não faltam talentos no peso-leve, e muitos deles estarão em ação ao longo deste mês, então é necessário que estes dois prospectos se apresentem bem em Abu Dhabi e conquistem a vitória caso queiram subir um degrau na competitiva divisão.
Estes dois se enfrentaram pela primeira vez há pouco mais de quatro anos, quando Edson conquistou a vitória por decisão unânime. Entretanto, às vésperas da revanche, os veteranos pesos-leves estão em posições diferentes daquelas do primeiro embate.
CHICAGO, IL - JULY 24: (L-R) Opponents Edson Barboza of Brazil and Paul Felder face off during the UFC weigh-in at the United Center on July 24, 2015 in Chicago, Illinois. (Photo by Rey Del Rio/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)
Barboza ainda não estava estabelecido no Top 10 na ocasião, posição que ocupa agora. Entretanto, o brasileiro perdeu três de suas últimas quatro lutas, e muitos já se perguntam quanto combustível ele ainda tem no tanque após quatro anos competindo na elite da divisão.
Já para Felder, o primeiro confronto deixou a impressão de ser um pouco precipitado, já que ele havia feito apenas duas lutas no Octógono anteriormente. Ao longo dos últimos três anos, ele somou um cartel de 6-2, incluindo triunfos sobre Charles Oliveira e James Vick.
Este duelo de pesos-leves carrega importância parecida com a de Calderwood-Lee, já que Barboza pode usar a vitória para calar os críticos, enquanto um triunfo sobre o brasileiro é tudo o que Felder precisa para provar que faz parte do primeiro escalão dos leves.
Se você não está ansioso para esta luta, você não é um fã de lutas. Simples assim.
Nurmagomedov é um rolo compressor, com um jogo de chão sufocante, potencial de uma superestrela e invicto, enquanto Poirier é um funcionário do MMA que trilhou o caminho rumo ao topo com muita ética de trabalho, uma incrível resiliência e a força de sua convicção.
Apesar de ninguém ter sido capaz de derrotar Nurmagomedov até hoje, o “Diamante” prevê que será o primeiro com tamanha calma que faz você considerar a possibilidade, e as performances em suas vitórias consecutivas sobre Anthony Pettis, Justin Gaethje, Eddie Alvarez e Max Holloway mostram que ele é capaz de dançar com os melhores.
Mas Nurmagomedov tem estado em um nível diferente dos demais há algum tempo, com atuações que deixam seus oponentes desmoralizados quando ele os aconselha a desistir enquanto os amassa rumo a mais uma vitória.
Conseguirá Poirier continuar sua incrível trajetória e se tornar o primeiro a vencer Khabib, ou a invencibilidade do russo permanecerá intacta?
Os meio-pesados estão em processo de renovação. E em termos dos jovens rostos subindo nos rankings, Crute tem que ser considerado entre os melhores, já que o australiano de 23 anos chega a este duelo com um cartel de 10-0 que inclui um nocaute e uma finalização no Octógono.
Cirkunov começou sua campanha no UFC com quatro vitórias seguidas, mas venceu apenas uma de suas últimas quatro lutas. O letão é um grappler forte, e tem a experiência para exigir o melhor de Crute e ser capaz de explorar as brechas no jogo do prospecto australiano.
Apesar de uma disputa de título não estar em jogo aqui, o resultado deve interferir no cenário da divisão até 93kgs nos últimos meses de 2019.
Preciso dizer algo?
Em um corner, você tem o cara com mais vitórias e mais bônus na história do UFC, e, no outro, um cara que luta sob o lema “matar ou morrer” e conquistou seis bônus em cinco lutas no Ultimate.
Israel Adesanya e Kelvin Gastelum colocaram o parâmetro para Luta do Ano bem alto no UFC 236, mas se alguém conseguirá superá-los, aposto meu dinheiro que serão estes dois selvagens.
A divisão peso-palha talvez seja uma das mais competitivas da organização neste momento, e entre as candidatas a se juntarem ao topo da lista estão estas duas combatentes que se enfrentam na luta co-principal no México.
Esparza ocupa uma posição estranha na divisão, já que foi a campeã inaugural, nunca defendeu seu título e somou um cartel de 4-3 desde então, apesar de duas destas derrotas terem sido decisões divididas que poderiam ter ido para qualquer lado. Vindo de vitória por decisão unânime sobre a ex-campeã do Invicta FC Virna Jandiroba em abril, ela busca se consolidar no Top 10 com mais um triunfo.
Após chegar ao Ultimate cercada de expectativa e vencer em sua estreia, Grasso venceu apenas uma das três lutas seguintes, sendo ultrapassada na lista de promessas por Tatiana Suarez antes de uma lesão a deixar de molho por mais de um ano. Mas a atleta de 26 anos voltou à ação em maio e teve uma performance de mestre contra Karolina Kowalkiewicz que revitalizou seu status, e se conseguir replicar a atuação contra Esparza, o volume ao seu redor aumentará ainda mais.
Da última vez que vimos Rodriguez, o mexicano acertou Chan Sung Jung com a cotovelada mais absurda já vista, roubando a vitória do sul-coreano no último segundo de luta. Agora, ele volta à ação contra outro veterano em Stephens, que perdeu seus dois últimos combates, mas segue sendo uma perigosa e consolidada presença nos rankings do peso-pena.
As pessoas costumam se arrepiar quando ouvem a expressão “porteiro”, mas é esse status que Stephens ocupa atualmente - ele está entre o 6º e o 10º melhores pesos-pena do mundo e é o cara que você precisa vencer caso queira enfrentar os chefões da categoria.
Esta luta já teria emoção garantida em qualquer contexto, mas frente a uma plateia intensa na Cidade do México será ainda mais espetacular.
A primeira passagem de Dalby no UFC começou com vitória por decisão dividida sobre Elizeu Capoeira e, a seguir, um empate com Darren Till. Ele perdeu os dois confrontos seguintes, foi demitido e entrou em depressão profunda, que levou a problemas com álcool.
Recuperado, focado e lutando como fazia no auge de sua carreira, Dalby tem a chance de provar ser uma ameaça real aos meio-médios neste confronto com o resiliente e empolgante Alex Cowboy.
O brasileiro já soma 15 aparições em pouco mais de quatro anos no Ultimate, conquistando nove vitórias e a reputação de ser um legítimo durão. Se Stephens é a epítome do “porteiro”, Cowboy é seu sócio-júnior - um cara que ainda não foi capaz de se estabelecer no Top 15, mas serve como um teste crucial para todos os que tentam fazê-lo.
Mais do que qualquer outro na lista, este duelo de pesos-médios na luta principal na Dinamarca exemplifica a ideia da qual falei no início, de que o vencedor não necessariamente será o próximo na fila pelo título, mas se colocará muito próximo disso.
Ao longo dos últimos dois anos, Hermansson foi de uma vida fora do Top 15 a uma posição no Top 5 graças a quatro vitórias seguidas que incluem finalizações no primeiro round sobre Gerald Meerschaert e David Branch, e uma sólida decisão contra Ronaldo Jacaré.
O “Incrível Homem que Encolheu” do UFC, Cannonier começou sua carreira como peso-pesado, desceu aos meio-pesados por cinco lutas e em seguida aos pesos-médios, onde conquistou triunfos seguidos sobre David Branch e Anderson Silva, entrando no Top 10. Apesar de estar com 35 anos de idade, Cannonier começou tardiamente no esporte e, portanto, não acumulou o desgaste natural da maioria dos atletas desta faixa etária, o que faz dele um dos nomes mais intrigantes no ranking dos médios atualmente.
No mês passado tivemos uma luta pelo primeiro lugar do ranking, e no próximo teremos a unificação dos títulos da divisão entre Robert Whittaker e Israel Adesanya, mas não subestime a importância desta luta para o panorama futuro da categoria até 84kgs.