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Usman UFC 268
Atletas

Top 10: Melhores Revanches em Disputas de Cinturão

Antes do segundo encontro entre Israel Adesanya e Robert Whittaker no UFC 271, relembre as 10 melhores revanches em disputas de título

Nos filmes, é comum que uma sequência raramente é tão boa ou melhor que o original.

Apesar de haver exceções - O Poderoso Chefão, Parte II; Star Wars: O Império Contra-Ataca; Batman: O Cavaleiro das Trevas - na maioria dos casos, o segundo capítulo tende a deixar a desejar por algum motivo.

Nos esportes de combate, as revanches - e mais especificamente em disputas de cinturão - geralmente são onde lendas se foram, legados se consolidam e memórias permanentes são criadas. Em alguns casos, a primeira luta é um clássico e merece um novo capítulo imediatamente. Em outros, o desafiante derrotado escala novamente os rankings para se reencontrar com seu arquirrival.

Confira todas as lutas do UFC 271: Adesanya x Whittaker 2

E algumas vezes, o(s) encontro(s) anterior(es) são simplesmente bons demais para não repetir.

Com a revanche pelo cinturão peso-médio entre Israel Adesanya e Robert Whittaker escalada para liderar o UFC 271 no dia 12 de fevereiro, agora é a hora de viajar pelo tempo no UFC e relembrar as melhores sequências em disputas de cinturão que já aconteceram no Octógono.

Aproveitem!

Matt Hughes x Frank Trigg (UFC 52)

UFC 52 Event Hughes vs. Trigg

UFC 52 Event Hughes vs. Trigg


O UFC 52 foi liderado por uma revanche pelo cinturão dos meio-pesados, da qual falaremos mais tarde, e mesmo assim não foi a melhor revanche por título no card; essa honra pertenceu a Hughes e Trigg.

O primeiro encontro entre eles foi no UFC 45 e terminou com Hughes escalando as costas de Trigg, encaixando o mata-leão e a dupla caindo no chão enquanto o desafiante batia em desistência. Tendo perdido, recuperado e defendido o título contra Georges St-Pierre, Hughes foi novamente escalado para enfrentar Trigg, que vinha de duas vitórias a caminho de uma nova chance pelo título. O que se seguiu foi uma das mais memoráveis sequências da história do UFC.

Mais uma vez, Hughes superou o oponente com um mata-leão, mas esta foi uma das mais insanas lutas de um round que já vimos. Até hoje, o presidente Dana White cita o combate como seu favorito, e o momento em que Hughes carrega Trigg no ombro e o arremessa ao chão aparece no vídeo de abertura de todos os eventos do UFC.

Randy Couture x Chuck Liddell (UFC 52)

UFC 52 Event Liddell vs. Couture

UFC 52 Event Liddell vs. Couture


Duas lutas após a finalização de Hughes sobre Trigg, Couture e Liddell também se reencontraram no Octógono.

O "Natural" havia vencido a primeira luta quase dois anos antes por nocaute técnico no 3º round, conquistando o cinturão interino dos meio-pesados. Ele unificou os títulos em seu combate seguinte, e em seguida fez dois duelos com Vitor Belfort antes de ser escalado para reencontrar Liddell ao fim da 1ª temporada do The Ultimate Fighter, da qual foram treinadores adversários.

Desta vez, foi o "Iceman" quem levou a melhor, conectando um míssil de direita para se tornar o novo campeão até 93 Kg do Ultimate ainda no 1º assalto.

Veja também: Top 10 lutas valendo o cinturão dos médios

Matt Hughes x Georges St-Pierre (UFC 65)

UFC 65 Matt Hughes Vs. Georges St. Pierre

UFC 65 Matt Hughes Vs. Georges St. Pierre


Existe uma sabedoria popular nos círculos esportivos de que você precisa perder para aprender como chegar ao objetivo final. Seja verdade ou não, foi assim que as coisas aconteceram entre Hughes e St-Pierre.

No primeiro encontro no UFC 50, o norte-americano levou a melhor sobre o então invicto canadense, finalizando com uma chave de braço a um segundo do fim do round inicial. Hughes venceu suas quatro lutas seguintes, enquanto St-Pierre somou cinco triunfos consecutivos a seguir, sendo quatro no Octógono.

A revanche deveria acontecer no UFC 63, mas GSP foi retirado devido a uma lesão, dando lugar a BJ Penn. Após a vitória de Hughes, St-Pierre subiu ao Octógono e deu a famosa declaração de que "não estava impressionado" com a performance do rival.

Menos de dois meses depois, eles se reencontraram, e desta vez ficou claro que o canadense havia aprendido suas lições. Após conectar um chute limpo na cabeça do norte-americano, Georges desferiu uma chuva de socos e cotoveladas causando a interrupção do árbitro no 2º round.

Frankie Edgar x Gray Maynard (UFC 136)

HOUSTON, TX - OCT. 08: (R-L) Frankie Edgar punches Gray Maynard during the UFC 136 event at Toyota Center.  (Photo by Nick Laham/Zuffa LLC)

HOUSTON, TX - OCT. 08: (R-L) Frankie Edgar punches Gray Maynard during the UFC 136 event at Toyota Center. (Photo by Nick Laham/Zuffa LLC)


Apesar de esta ter sido a terceira luta entre Edgar e Maynard, foi também a segunda seguida valendo o cinturão, e após eles protagonizarem um empate memorável no primeiro dia do ano, a trilogia se fez absolutamente necessária.

Assim como no encontro anterior, Maynard dominou o início do combate e derrubou Edgar em diversas ocasiões, mas o campeão novamente se recuperou na luta e provou que era um talento superior na categoria, nocauteando o rival no 4º assalto.

Apesar de o embate anterior ter sido premiado como a Luta do Ano, este foi tão bom quanto.

Ronda Rousey x Miesha Tate (UFC 168)

LAS VEGAS, NV - DECEMBER 28:  (L-R) Miesha Tate and Ronda Rousey exchange punches in their UFC women's bantamweight championship bout during the UFC 168 event at the MGM Grand Garden Arena on December 28, 2013 in Las Vegas, Nevada. (Photo by Josh Hedges/Z

LAS VEGAS, NV - DECEMBER 28: (L-R) Miesha Tate and Ronda Rousey exchange punches in their UFC women's bantamweight championship bout during the UFC 168 event at the MGM Grand Garden Arena on December 28, 2013 in Las Vegas, Nevada. (Photo by Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images) *** Local Caption *** Ronda Rousey; Miesha Tate


Apesar de o primeiro encontro entre as duas ter acontecido no Strikeforce, foi uma disputa de cinturão, e como sou eu quem está fazendo a lista, vou dizer que também conta.

Alguns meses após fazer história como a primeira mulher a conquistar uma vitória no Octógono, Rousey foi escalada para ser treinadora do TUF 17 contra Cat Zingano, com as duas se enfrentando no fim da temporada. Zingano havia conquistado a oportunidade ao vencer Tate, mas antes de o programa começar a ser gravado, ela sofreu uma lesão no joelho e foi obrigada a ser retirada do show.

Tate foi trazida como substituta natural, e a revanche aconteceu no UFC 162. Apesar de Rousey ter saído vencedora com sua tradicional chave de braço, a luta marcou a primeira vez que a campeã havia lutado além do 1º round. Tate, após resistir bravamente durante o confronto, se ofereceu para apertar a mão de Ronda ao fim do duelo, mas foi ignorada pela rival, mostrando que a animosidade seguia viva entre a campeã e sua desafiante mais formidável.

José Aldo x Chad Mendes (UFC 179)

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - OCTOBER 25:  (L-R) Jose Aldo of Brazil punches Chad Mendes in their featherweight championship bout during the UFC 179 event at Maracanazinho on October 25, 2014 in Rio de Janeiro, Brazil.  (Photo by Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LL

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - OCTOBER 25: (L-R) Jose Aldo of Brazil punches Chad Mendes in their featherweight championship bout during the UFC 179 event at Maracanazinho on October 25, 2014 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)


Aldo e Mendes se encontraram pela primeira vez no UFC 142, no Rio de Janeiro. O brasileiro era o campeão, havia vencido 13 lutas seguidas, incluindo suas duas primeiras no UFC, enquanto o desafiante estava invicto na carreira.

Ao final do 1º round, Aldo conectou uma joelhada certeira, nocauteando instantaneamente o oponente e correndo para comemorar com a torcida, em um momento que eternizou seu apelido de "Rei do Rio".

Quase dois anos e três defesas de título depois, Aldo reencontrou seu oponente, que havia somado cinco vitórias seguidas desde o primeiro embate. Desta vez, os dois lutaram por 25 minutos em um combate emocionante, premiado como o melhor do ano de 2014.

Rose Namajunas x Joanna Jedrzejczyk (UFC 223)

BROOKLYN, NEW YORK - APRIL 07:  (L-R) Rose Namajunas punches Joanna Jedrzejczyk of Poland in their women's strawweight title bout during the UFC 223 event inside Barclays Center on April 7, 2018 in Brooklyn, New York. (Photo by Jeff Bottari/Zuffa LLC/Zuff

BROOKLYN, NEW YORK - APRIL 07: (L-R) Rose Namajunas punches Joanna Jedrzejczyk of Poland in their women's strawweight title bout during the UFC 223 event inside Barclays Center on April 7, 2018 in Brooklyn, New York. (Photo by Jeff Bottari/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)


Revanches acontecem por diversas razões, sendo uma delas para validar um resultado surpreendente, como foi o caso aqui. Cinco meses após Namajunas nocautear Joanna e tirá-la do topo do peso-palha, elas voltaram a dividir o Octógono.

Namajunas venceu o primeiro encontro em pouco mais de três minutos, chocando o público no Madison Square Garden e encerrando um reinado que já durava cinco defesas de título para a polonesa. No segundo embate, ela provou que era de fato a campeã, com um triunfo histórico após 25 minutos de um grande confronto.

O duelo foi mais equilibrado do que os resultados mostram, já que todos os árbitros deram apenas um round a favor de Jedrzejczyk, porém cada um apontou vitória da polonesa em um assalto diferente.

Com Rose de volta ao topo dos 52 Kg e Joanna voltando à ação em 2022, será que uma trilogia está no horizonte?

Demetrious Johnson x Henry Cejudo (UFC 227)

Henry Cejudo kicks Demetrious Johnson in their UFC flyweight championship fight during the UFC 227 event inside Staples Center on August 4, 2018 in Los Angeles, California. (Photo by Jeff Bottari/Zuffa LLC)
Henry Cejudo kicks Demetrious Johnson in their UFC flyweight championship fight during the UFC 227 event inside Staples Center on August 4, 2018 in Los Angeles, California. (Photo by Jeff Bottari/Zuffa LLC)

Dois anos após Johnson começar seu reinado no peso-mosca, Cejudo chegou ao UFC e foi imediatamente classificado como um possível desafiante ao campeão.

Após quatro vitórias em 12 meses, o campeão olímpico chegou ao posto de desafiante número um, mas quando dividiu o Octógono pela primeira vez com o "Mighty Mouse", ele não estava preparado para tudo o que Demetrious tinha a oferecer e foi nocauteado no 1º round, sofrendo o primeiro revés da carreira.

Seus caminhos se cruzaram novamente pouco mais de dois anos depois - Johnson havia estabelecido um novo recorde de defesas consecutivas de título no UFC (11) e Cejudo havia conquistado dois triunfos seguidos. Por 25 minutos, eles protagonizaram uma guerra, e ao final da batalha os jurados divergiram, mas decretaram o surgimento de um novo campeão peso-mosca em decisão dividida.

Alexander Volkanovski x Max Holloway (UFC 251)

Alexander Volkanovski and Max Holloway face off prior to their UFC featherweight championship fight during the UFC 251 event at Flash Forum on UFC Fight Island on July 12, 2020 on Yas Island, Abu Dhabi, United Arab Emirates. (Photo by Jeff Bottari/Zuffa LLC)

Alexander Volkanovski and Max Holloway face off prior to their UFC featherweight championship fight during the UFC 251 event at Flash Forum on UFC Fight Island on July 12, 2020 on Yas Island, Abu Dhabi, United Arab Emirates. (Photo by Jeff Bottari/Zuffa LLC)


É preciso ser cuidadoso ao falar desta luta com fãs mais assíduos, por mais de 18 meses depois, os debates discutindo o resultado seguem tão quentes quanto em 12 de julho de 2020.

Volkanovski conquistou o título seis meses antes no UFC 251, fazendo uma luta inteligente e tática para destronar o havaiano no peso-pena. Os juízes deram a decisão unânime em seu favor, embora os rounds tenham sido pontuados de forma diferente, e apenas alguns torcedores de Holloway acreditam que o australiano não fez o suficiente para sair com a vitória.

Mas o histórico de Max como campeão fez com que ele tivesse direito a uma revanche imediata, e quando eles duelaram novamente por 25 minutos na Ilha da Luta, o resultado se baseou em como os jurados viram o último round - se deram mais peso ao volume e as quedas de Volkanovski, que não causaram tanto dano, ou aos ataques mais contundentes de Holloway.

O fato é que dois deles apontaram vitória do campeão, que abriu 2-0 na rivalidade - porém não sem deixar o desejo de ver uma trilogia no futuro.

Kamaru Usman x Colby Covington (UFC 268)

Kamaru Usman of Nigeria punches Colby Covington in their UFC welterweight championship bout during the UFC 268 main event. (Zuffa LLC)
Kamaru Usman of Nigeria punches Colby Covington in their UFC welterweight championship bout during the UFC 268 main event. (Zuffa LLC)

Talvez não exista dois combatentes mais nivelados no planeta que Usman e Covington, rivais que duelaram por quase 50 minutos em dois combates, com dois resultados definidos nos mínimos detalhes.

Covington se tornou uma figura controversa nos dois anos que antecederam o duelo, disparando contra qualquer um que estivesse entre ele e o título, e com suas grandes vitórias sendo ofuscadas por seu comportamento fora do Octógono. Ele conquistou a oportunidade de enfrentar Usman e os dois batalharam golpe a golpe por quatro rounds, até que o campeão o nocauteasse no fim.

A revanche seguiu um roteiro parecido, porém se o campeão começou melhor, foi o desafiante quem cresceu no decorrer do duelo, deixando o confronto aberto até o último assalto. Apesar de toda a animosidade, os dois compartilharam um momento de respeito mútuo ao fim do combate, que foi pontuado em decisão unânime a favor do campeão, abrindo assim 2-0 contra o rival.

Por agora, seus caminhos seguiram rumos diferentes mais uma vez, mas é possível que uma trilogia esteja no futuro dos dois melhores meio-médios da atualidade.