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A década chegou ao fim e junto dela fizemos um compilado dos melhores lutadores que apareceram no Octógono nos últimos dez anos. E quais são eles? Veja a opinião deste que vos escreve...
Os Melhores de 2019: Israel Adesanya | Henry Cejudo | Amanda Nunes | Jorge Masvidal | Alex Volkanovski | Kamaru Usman | Valentina Shevchenko | Weili Zhang | Jairzinho Rozenstruik | Destaques Brasileiros
José Aldo
No início de 2010, José Aldo se preparava para aquela que seria a luta definitiva de sua carreira, valendo o título do WEC contra Urijah Faber. Quando ele o venceu, imediatamente se tornou o rosto da divisão dos penas e o único a ser apresentado aos fãs quando essa categoria chegou ao UFC no final daquele ano. Pelos cinco anos seguintes, ninguém foi capaz de tirar o posto do "Rei do Rio", quando ele despachou todos que buscavam tirar sua coroa. Mesmo após perder o cinturão, Aldo venceu Frankie Edgar, Jeremy Stephens e Renato Moicano na busca para recuperar seu posto. Hoje ele está no meio de uma nova jornada, no peso galo.
Daniel Cormier
Duas vezes membro da Seleção Norte-Americana de wrestling estilo livre, Daniel Cormier tinha 30 anos e o cartel de 1-0 no MMA quando a década começou. Em outras palavras, ele não tinha o direito de ser tão bom quanto seria nos próximos dez anos. Mas o que o poder da determinação e do trabalho duro, misturado com o talento natural, não podem fazer? E Cormier juntou todas essas qualidades para ganhar o cinturão do peso peso e meio-pesado, sendo Jon Jones o único lutador que ele não conseguiu vencer em sua caminhada. Pelo lado positivo, Cormier derrotou os melhores de ambas as categorias, incluindo Stipe Miocic, Josh Barnett, Frank Mir, Roy Nelson, Dan Henderson, Anthony Johnson, Alexander Gustafsson, Volkan Oezdemir e Derrick Lewis. Ele também venceu um peso médio chamado Anderson Silva. Adicione tudo isso com sua capacidade de orientar a próxima geração de lutadores junto de seu trabalho como comentarista na televisão, o impacto de "DC" na última década é inegável.
Dominick Cruz
Quando se monta uma lista como essa, sempre haverá aqueles lutadores que ficarão de fora da lista e você se perguntará se tomou a decisão correta. Já outros você pensa em cortar, mas depois respira fundo e diz "Não, eles precisam estar lá". É nesse aspecto que se encaixa Dominick Cruz - e isso não tem nada a ver com a habilidade de luta, currículo ou algo do tipo, mas pelo fato dele ter competido em apenas quatro dos últimos dez anos por conta de lesões. No entanto, ele permanece na lista. Por qual motivo? Bem, olhe quem ele venceu. Antes do UFC levar os atletas do WEC para o Octógono, ele bateu Brian Bowles e Joseph Benavidez. Então, no último card do WEC que coroaria o campeão peso-galo do UFC, ele venceu Scott Jorgensen. Já no Octógono, Cruz tem um cartel de 5-1 com vitórias sobre o Hall da Fama Urijah Faber, Demetrious Johnson e TJ Dillashaw. São nomes que você não pode zombar. Assim como Cormier, o trabalho de Cruz como comentarista nas transmissões é de primeira qualidade e muitos diriam que seu estilo influenciou toda uma geração. Como deixar um cara desse de fora?
Max Holloway
Algumas coisas ficam com você ao longo dos anos e, quando se trata de Max Holloway, nunca esquecerei quando ele tinha dúvidas sobre sua permanência na organização antes da luta contra Will Chope em 2014. O havaiano se tornou profissional em setembro de 2010, fez sua estreia no Octógono com um cartel de 4-0 e amadureceu com três vitórias e três derrotas, indo para sua sétima luta contra Chope. A vitória aqui, para ele, foi o que mudou tudo. Ele não iria saber o que era sair derrotado até abril de 2019. Ao longo do caminho, se tornou uma força dominante no peso pena, incluindo em sua lista de vitórias nomes como José Aldo (duas vezes), Anthony Pettis, Cub Swanson, Charles Oliveira, Jeremy Stephens, Ricardo Lamas e Brian Ortega. "Blessed" também foi um embaixador do esporte e sinônimo de bom exemplo. Considerando que ele tem apenas 28 anos, podemos falar novamente sobre ele na próxima década.
Joanna Jedrzejczyk
A lutadora que nos obrigou a aprender a soletrar e pronunciar seu sobrenome, Joanna Jedrzejczyk foi a segunda mulher a cativar a base de fãs do UFC após a chegada de Rodna Rousey, e a polonesa governou a divisão dos palhas por mais de dois anos e meio na base dos punhos de ferro (joelhadas e cotoveladas também). Quão difícil foi essa façanha? Desde que perdeu o título da categoria para Rose Namajunas em 2017, três lutadoras (Namajunas, Jessica Andrade e Weili Zhang) estiveram com o cinturão. Então ser campeã por esse período é algo bem relevante. Qual foi o apelo da lutadora além dos números de vitórias e derrotas? Na verdade, quando falamos de Joanna, falamos de alguém muito legal fora do Octógono e uma fera dentro dele. Ela luta como se estivesse tentando machucar alguém. Essa intensidade de Mike Tyson com 52 kg é algo que, mesmo hoje, você precisa assistir.
Demetrious Johnson
Demetrious Johnson ainda não tinha encontrado seu ritmo. Quando 2010 começou, ele estava se preparando para duas lutas no Alasca antes de receber a ligação para lutar no WEC em abril. Ele então perdeu para Brad Pickett em sua estreia. No meio de 2011, ele terminou sua carreira no WEC com duas vitórias e iniciou sua caminhada no UFC com vitórias sobre Kid Yamamoto e Miguel Angel Torres. Johnson então lutou contra Dominick Cruz pelo título dos galos e perdeu, ficando claro que para ele encontrar esse ritmo tão buscado, precisaria encontrar uma divisão de peso aonde ele se encaixasse. Entrou então a divisão peso-mosca e de 2012 a 2017, ninguém o superou. Os números são surpreendentes - 11 defesas de cinturão enquanto, praticamente, ele limpou a categoria até 56 kg. Mesmo quando perdeu seu título na revanche contra Henry Cejudo em 2018, não foi uma derrota clara, mas uma decisão dividida onde muitos acharam que ele venceu. Resumindo, em um esporte intitulado como "artes marciais mistas", poucos mostraram tudo tão bem nas diversas áreas igual ao "Might Mouse".
Jon Jones
Se você disser que o melhor lutador nos últimos dez anos foi Jon Jones, poucos irão argumentar. Talvez até mesmo os poucos que argumentassem falariam de seus problemas fora do Octógono. Isso faz parte do lutador de Nova York, mas não é toda a história. O que focamos nessa lista é o que Jones faz nas noites de luta, e nisso o seu registro é impecável. De 2010 para cá, ele possui o recorde de 16 vitórias, nenhuma derrota e uma luta sem resultado. E enquanto nessa lista estão presentes os maiores já vistos na divisão dos meios-pesados (Bader, Shogun, Rampage, Machida, Evans, Belfort, Sonnen, Gustafsson, Glover, Cormier, etc.), o que mais me impressiona é que somente em duas vezes ele pareceu estar em problemas - na primeira luta contra Gustafsson e quando quase foi finalizado por Vitor Belfort. Duas vezes em 17 lutas, muitas em disputas de cinco rounds, contra os melhores. O nome disso é domínio.
Conor McGregor
Por onde começar com "The Notorious"? Com um cartel de 3-1 no início da década, Conor McGregor terminou a mesma como a maior estrela do esporte - e talvez de todo o universo esportivo. Esse é um impacto que vai além das vitórias e derrotas, mas se estamos falando apenas das lutas, seu currículo também é inegavelmente bom. Primeiro lutador a conquistar dois cinturões do UFC de forma simultânea, vitórias sobre Max Holloway, Dustin Poirier, José Aldo, Chad Mendes, Nate Diaz e Eddie Alvarez. Ah, sim, ele também lutou boxe profissionalmente contra Floyd Mayweather Jr. Assim como fizemos com Jones, não vamos deixar que as coisas fora o Octógono atrapalhem esta análise.
Stipe Miocic
O cinturão peso pesado do UFC não foi gentil com seus campeões. Portanto, o fato de Stipe Miocic tê-lo vencido duas vezes e o defendido mais vezes do que qualquer um faz com que ele entre nesta lista. Derrotar Roy Nelson, Gabriel Napão, Mark Hunt, Andrei Arlovski, Fabrício Werdum, Alistair Overeem, Junior Cigano, Francis Ngannou e Daniel Cormier também conta. Você pode observar também que ele vingou duas de suas três derrotas profissionais. Sua história como bombeiro, além de campeão, também cativou os fãs fora do mundo das lutas. Pois é, o melhor de Cleveland fez um ótimo trabalho nos últimos dez anos.
Amanda Nunes
Dez anos podem não parecer muita coisa, mas quando falamos da vida profissional de um lutador, pode parecer uma vida. Portanto, pegar essa pequena janela e ser considerada como a melhor de todos os tempos é uma grande façanha. E foi isso que Amanda Nunes fez. Realmente, não há argumentos contrários quando se olha seu currículo. Esqueça os dois cinturões simultâneos, pois só isso a colocaria na lista. Analise quem ela derrotou até chegar aqui: nada mais, nada menos do que seis atuais, ex ou futuras campeãs. E ela venceu duas delas (Germaine de Randamie e Valentina Shevchenko) duas vezes. Se brincarmos de matemática no MMA, Amanda ainda venceu os três maiores nomes femininos do esporte antes dela (Cris Cyborg, Holly Holm, Ronda Rousey) de forma incontestável - nocautes no primeiro round. Não há o que falar, a "Leoa" é a melhor.
Khabib Nurmagomedov
Antes de começarmos a falar dele, vamos só deixar aqui seu cartel de 28-0. Pense sobre isso. Não existe esporte mais fácil do que o MMA para se sair derrotado. Com luvas que pesam pouco, é aparentemente normal a chance de ser nocauteado, finalizado ou não conseguir um cartel de 10-0 em suas primeiras lutas. Porém, Khabib Nurmagomedov está com quase 30 vitórias, sem nunca ter sofrido uma derrota ou sequer ter passado pro problemas no Octógono, o que o coloca como um dos maiores de todos os tempos. O teste mais difícil para ele deverá ser Tony Ferguson em sua próxima luta, mas antes de olhar para o futuro, analisemos o passado. A sua carreira se resume em ter sido dominante contra os grande nocauteadores (Edson Barboza, Conor McGregor, Dustin Poirier), aonde ele deveria ser levado ao limite. É um lutador especial e seu impacto como campeão é sentido em todo o cenário internacional. Isso deve aumentar ainda mais em 2020, mas ele está preparado para essa missão.
Ronda Rousey
Não há como prever os caminhos do mundo, então não dá para dizer com toda a certeza como seria o MMA feminino no UFC sem Ronda Rousey. Porém, com toda a certeza, podemos afirmar que se não fosse ela, o MMA feminino não teria sido esse sucesso que vemos hoje. Em 2013, a medalhista olímpica chegou ao UFC pelas mãos do presidente Dana White para ser a primeira campeã feminina da organização e inaugurar uma nova era. Se Ronda perdesse o título para Liz Carmouche, seu trabalho pioneiro provavelmente seria pouco lembrado. "Rowdy", porém, venceu e convenceu naquela noite e ainda defendeu seu título mais cinco vezes. Ela não só venceu as lutas, mas acabava com todas de forma fulminante, deixando sua marca no esporte. Embora alguns apontem suas derrotas para Holly Holm e Amanda Nunes como um sinal de que, talvez, ela não fosse tão boa quando pensávamos, essa não é uma afirmação precisa. No topo, Ronda venceu lutadoras de alto nível, como Carmouche, Miesha Tate, Sara McMann, Alexis Davis e Cat Zingano de forma dominante. Ela jamais foi uma miragem, era real.
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