Pular para o conteúdo principal
Elizeu dos Santos of Brazil reacts after submitting Curtis Millender
Entrevistas

Três coisas que só a capoeira poderia ter me ensinado

Elizeu Capoeira, que tenta sua oitava vitória consecutiva no UFC Shenzhen, conta por que é apaixonado pelo esporte

É até difícil definir o que é capoeira. Misto de dança, luta, música, arte, acrobacia e brincadeira, ela é uma expressão da cultura brasileira criada por escravos de origem africana e declarada patrimônio cultural pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Apesar de ser mais do que um esporte, ser reconhecida assim – o que só aconteceu em 2016 pelo antigo Ministério do Esporte – foi importante para a modalidade. O upgrade de arte para atividade esportiva possibilita, por exemplo, que o governo repasse recursos para a confederação e para os atletas.

A definição ou o reconhecimento talvez nem façam muita diferença na vida da maior parte dos mais de 5 milhões de capoeiristas só do país. Para eles, incluindo o paranaense Elizeu Zaleski dos Santos, o que importa mesmo é o bem que a prática traz. E Elizeu, que leva a capoeira em sua alcunha, só tem coisas boas para falar a respeito dela.

O atleta, que tenta a oitava vitória consecutiva contra Li Jingliang no UFC Shenzhen, no dia 31 deste mês, já está faz uma semana tentando se adaptar ao fuso do país. “Estou dormindo às 2h da tarde e acordando às 4h da manhã”, conta.

Ele acredita que a capoeira é não apenas um diferencial em sua próxima luta, mas como em todo seu jogo. “Treino capoeira pelo menos uma vez por semana, às vezes duas ou três. Sou um competidor de MMA e, por isso, não basta só treinar boxe, muay thai ou jiu-jítsu. Quanto maior meu arsenal, melhor”, diz ele.

Logo depois de acordar hoje, Elizeu conversou com o UFC. E conta aqui três coisas que só a capoeira poderia ter dado a ele.


1) Saber que podemos levar as coisas a sério nos divertindo

“Sempre tive um professor muito correto, que preservava muito a arte marcial e soube me dar o discernimento necessário para que eu levasse a sério os treinos ao mesmo tempo em que me divertia. Ele me ensinou a levar o esporte como um estilo de vida. A capoeira me fez manter o foco, a disciplina.”

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - MAY 12: Elizeu Zaleski dos Santos (R ) of Brazil kicks Sean Strickland of the United States in their welterweight bout during the UFC 224 event at Jeunesse Arena on May 12, 2018 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Buda Mendes/Zuf
2) Amizade feita na roda é para a vida toda

“Basicamente todas as minhas amizades de verdade foram constituídas dentro da capoeira. Além de eu dever minha vida profissional a ela, também devo a vida pessoal. Tenho grandes amigos, gente em quem sei que posso confiar.”

Mais UFC Shenzhen: "O cinturão mudou a minha vida" | Tudo menos luta, com Jessica Andrade | Bate-Estaca analisa última vitória | Enquete: quem vencerá a luta principal do UFC Shenzhen? | Card completo

3) Quem aprende capoeira consegue aprender qualquer outra arte marcial

“Capoeira é muito complexo. Aprendendo ela, você fica apto a aprender qualquer outra arte marcial de forma muito mais fácil. Ela traz destreza, mobilidade e muita flexibilidade. E foi a capoeira que me abriu essa porta para entrar em novas artes marciais. Se não fosse isso, nunca teria começado a praticar MMA.”

Assine o Combate | Siga o UFC Brasil no Youtube